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Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-216558

Resumo

As Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) são um grave problema de saúde pública em nível mundial. O perfil epidemiológico dos surtos por DTA no Brasil ainda é pouco conhecido. Poucos estados e municípios possuem dados estatísticos da real situação de sua região. A análise destes dados e a avaliação do perfil epidemiológico das DTA podem proporcionar o desenvolvimento de ações educativas que visem a redução do número de casos de surtos por alimentos contaminados. Objetivou-se com este estudo, realizar um perfil epidemiológico dos surtos de doenças de origem alimentar, no município de Recife-PE, no período de 2007 a 2016. Os dados foram obtidos por meio dos registros fornecidos pela Gerência de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Saúde, da Cidade do Recife, que foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Dos 270 surtos de DTA notificados no período estudado, 72 (26,7%) foram provenientes dos bairros do Distrito Sanitário VI, sendo o ano de 2014, o que obteve o maior percentual (n=37; 13,7%). Os locais de maior ocorrência foram os restaurantes e as padarias (n=87; 32,2%). A categoria do agente etiológico que obteve o maior percentual foi a das bactérias, com 53,7% (n=145). Dentre os sinais e sintomas, o que obteve o maior percentual foi a diarreia, com 89,6% (n=242). Em 71 dos 270 surtos ocorridos (26,3%), não foi possível identificar o alimento causador da DTA. Foram 19430 pessoas expostas aos alimentos envolvidos nos surtos, destas, 17,4% (n=3378) adoeceram e 6,3% (n=213) foram hospitalizados. Não foi registrado nenhum óbito neste período. A faixa etária de maior incidência foi entre 20 e 49 anos (n=1701; 57,2%). A maior parte das notificações foi realizada entre 0 e um dia após o aparecimento dos primeiros sintomas (n= 156; 57, 8%). E os fatores causais mais envolvidos nos surtos foram a manipulação/preparação inadequada e a conservação inadequada, com 44,1% (n=119) e 40,4% (n=109) respectivamente. Com os resultados obtidos, conclui-se que é provável que haja um grande índice de subnotificações. Desta forma, é necessário o desenvolvimento de programas educacionais e o maior empenho de políticas públicas que visem a educação em boas práticas de manipulação de alimentos, tanto para a população, como para o comércio formal e informal de alimentos.

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Foodborne Illness is a serious public-health problem worldwide. The epidemiological profile of outbreaks by foodborne Illness in Brazil is still poorly understood. Few states and municipalities have statistical data on the actual situation in their region. The analysis of these data and the evaluation of the epidemiological profile of foodborne Illness can provide the development of educational actions aimed at reducing the number of cases of outbreaks of contaminated food. The objective of this study was to conduct an epidemiological profile of foodborne outbreaks in the city of Recife, PE, from 2007 to 2016. The data were obtained from the records provided by the Epidemiological Surveillance Department of the Health Department, of the City of Recife, which were notified in the Notification of Injury Information System. Of the 270 reported outbreaks in the study period, 72 (26.7%) came from the districts of Sanitary District VI, with 2014 being the highest percentage (n = 37, 13.7%). The most frequent places were restaurants and bakeries (n = 87, 32.2%). The category of the etiological agent that obtained the highest percentage was that of bacteria, with 53.7% (n = 145). Among the signs and symptoms, the highest percentage was diarrhea, with 89.6% (n = 242). In 71 of the 270 outbreaks occurred (26.3%), it was not possible to identify the food that causes foodborne Illness. Of the 19430 exposed to the food involved in the outbreaks, 17.4% (n = 3378) became ill and 6.3% (n = 213) were hospitalized. No deaths were recorded in this period. The age group with the highest incidence was between 20 and 49 years (n = 1701, 57.2%). Most of the reports were performed between 0 and 1 day after the onset of the first symptoms (n = 156; 57, 8%). The causal factors most involved in the outbreaks were inadequate handling / preparation and inadequate maintenance, with 44.1% (n = 119) and 40.4% (n = 109) respectively. With the results obtained, we concluded that it is probable that there is a high index of underreporting. In this way, it is necessary to develop programs that aim to educate in good practices of food manipulation, for both the population and the food trade.

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