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Aspectos clínicos e epidemiológicos e avaliação da disbiose cutânea em cães com dermatite atópica.

LARISSA SILVEIRA BOTONI DE ANDRADE.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-217476

Resumo

A dermatite atópica (DA) é uma doença cutânea pruriginosa, inflamatória, crônica associada a anticorpos IgE alérgeno-específicos principalmente voltados contra alérgenos ambientais. A DA afeta diversas espécies, incluindo cães e humanos e o prurido é o seu principal sinal clínico. Além disso, cães atópicos tendem a apresentar quadros recorrentes de piodermites bacterianas, associadas a alterações no microbioma tegumentar. Em alguns casos, os pacientes apresentam sinais clínicos típicos de DA, mas anticorpos IgE alérgeno-específicos não podem ser detectados. Este subtipo de DA é chamado de dermatite atópica-like (ALD). Tanto as alterações no microbioma em cães atópicos quanto as características da ALD ainda são pouco estudadas em cães. Sendo assim, objetivou-se avaliar estes dois parâmetros distintos da DA. Para tal, o presente estudo foi dividido em duas partes. Na primeira parte, realizou-se um estudo retrospectivo dos prontuários de 269 cães atendidos no hospital veterinário universitário da University of Minnesota, entre 2007 e 2015. Os pacientes foram divididos em dois grupos (AD e ALD) de acordo com os resultados dos testes alérgicos. Foram avaliados e comparados entre os grupos dados epidemiológicos, gravidade da doença de acordo com o grau de prurido, número de áreas corpóreas afetadas, protocolo de tratamento de manutenção e resposta à terapia. A partir do grau médio de prurido e do número médio de áreas corpóreas afetadas ao longo das visitas, foi criado um índice de gravidade da dermatite atópica (CADSI) para se avaliar a intensidade da doença em cada paciente e comparar entre os grupos ALD e AD. No grupo AD foram incluídos 228 cães (84,76%) e 41 no grupo ALD (15,24%). Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos nas variáveis epidemiológicas. Em relação à predisposição racial, o Bichon Frisé apresentou mais risco de desenvolver ALD. Não houve diferença significativa no grau médio de prurido e número de áreas corpóreas afetadas na primeira visita ou durante o tratamento entre os grupos, bem como na evolução dessas variáveis ao longo das visitas. Quando o CADSI foi comparado entre os grupos, não houve diferença. Na segunda parte, foram selecionados prospectivamente sete cães atópicos com manifestações clínicas sazonais, alocados no Grupo Atópico (GA) e dez cães saudáveis, alocados no Grupo Controle (GC) e amostras foram coletadas da região interdigital, axilar, abdominal e lombar utilizando um suabe estéril. No GC, realizou-se seis coletas intervaladas de quatro semanas. No GA, as amostras foram coletadas quatro semanas antes do mês típico de crise (Pré-crise), na crise antes de iniciar o tratamento (Crise), durante a crise com tratamento (Tratamento) e após a estação de crise, já sem tratamento (Pós-crise). Após as coletas, as amostras foram armazenadas refrigeradas por no máximo sete dias até a extração do DNA e sequenciamento do gene 16S rRNA. Após o processamento, foi feita a análise bioinformática e estatística para avaliação taxonômica e cálculo de alpha e beta-diversidade. Os filos mais abundantes em todas as amostras foram Actinobacteria, Firmicutes, Fusobacteria e Proteobacteria. Observou-se que a diversidade do microbioma cutâneo de cães atópicos sofre redução no Pré-crise e o tratamento imunomodulador é capaz de restabelecê-la. Estes resultados são muito relevantes e promissores pois demonstram as alterações na diversidade do microbioma antes mesmo do surgimento dos sinais clínicos da doença e o papel restaurador da terapia imunomoduladora, sem o uso de antimicrobianos.
Atopic dermatitis (AD) is a chronic inflammatory, pruritic skin disease associated with allergenspecific IgE antibodies primarily against environmental allergens. AD affects several species, including dogs and humans. Pruritus is the main clinical sign of AD. In addition, atopic dogs tend to present recurrent superficial pyoderma, associated with alterations in the skin microbiome. In some cases, patients show typical clinical signs of AD, but allergen-specific IgE antibodies cannot be detected. This subtype of AD is called atopic-like dermatitis (ALD). Both the alterations in the skin microbiome of atopic dogs and the features of ALD are still poorly understood in dogs. Thus, we aimed to evaluate these two distinct parameters of AD. So, the present study was divided in two parts. In the first part, a retrospective study of the medical records of 269 dogs seen at the veterinary teaching hospital of the University of Minnesota between 2007 and 2015 was performed. Patients were divided in two groups (AD and ALD) according to the allergy tests results. Epidemiological data, disease severity according pruritus level, number of affected body sites, maintenance treatment protocol and response to therapy were evaluated and compared between the groups. The mean pruritus level and the mean number of body sites affected across visits, the Canine Atopic Dermatitis Severity Index (CADSI) was created to assess the severity of the disease in each patient and to compare ALD and AD. In the AD group, 228 dogs (84.76%) were included and in the ALD group, 41 (15.24%). There were no significant differences between the groups in the epidemiological variables. In relation to breed predisposition, Bichon Frisé was more predisposed to developing ALD. There was no significant difference in the mean pruritus level and number of affected areas at the first visit or during treatment between groups, as well as in the outcome of these variables throughout the visits. When CADSI was compared between groups, there was no significant difference. In the second part, were selected prospectively seven seasonal atopic dogs, Atopic Group (GA), and ten healthy dogs, Control Group (CG). Samples were collected from the interdigital, axillary, abdominal and lumbar regions from each dog using a sterile swab. In GC, six collections in a of four week interval were performed. In GA, the samples were collected four weeks prior the typical flare month (Pre-crisis), in the flare before starting the treatment (Flare), during the flare with treatment (Treatment) and after the flare season without treatment (Post-flare). After collection, samples were stored refrigerated for up to seven days until DNA extraction and sequencing of the 16S rRNA gene. After processing, bioinformatic and statistical analysis were performed for taxonomic evaluation and alpha and beta-diversity assessment. The most abundant phyla in all samples were Actinobacteria, Firmicutes, Fusobacteria and Proteobacteria. It was observed that the diversity of the cutaneous microbiome of atopic dogs undergoes a reduction the Pre-flare and the immunomodulatory treatment is able to reestablish it. These results are very relevant and promising as they demonstrate changes in microbiome diversity even before the inflammatory response of the disease and the restorative role of immunomodulatory therapy without the use of antimicrobials.
Biblioteca responsável: BR68.1