Your browser doesn't support javascript.

Portal de Pesquisa da BVS Veterinária

Informação e Conhecimento para a Saúde

Home > Pesquisa > ()
Imprimir Exportar

Formato de exportação:

Exportar

Exportar:

Email
Adicionar mais destinatários

Enviar resultado
| |

Avaliação da concordância interobservadores de critérios morfológicos no diagnóstico de tumores de glândula hepatoide em cães e determinação do valor prognóstico de aspectos clínico-patológicos e marcadores imuno-histoquímicos

DANILO GOUVEIA WASQUES.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-217488

Resumo

Diferentes estudos têm demonstrado uma variação importante na frequência diagnóstica dos tumores de glândula hepatoide em cães, possivelmente devido à ausência de critérios morfológicos claros e bem estabelecidos em seu diagnóstico. Não estão bem definidos os critérios clínico-patológicos associados ao comportamento biológico destas neoplasias. Alguns estudos levantam a hipótese de participação do mecanismo de transição epitélio-mesenquimal devido à frequente imunoexpressão de vimentina em tumores de glândula hepatoide, porém esta hipótese permanece sem comprovação. O objetivo deste trabalho foi avaliar a concordância diagnóstica entre patologistas, assim como investigar o mecanismo de transição epitélio-mesenquimal e a taxa de proliferação celular por marcadores imuno-histoquímicos e, por fim, correlacioná-los com sobrevida para investigação de possíveis valores prognósticos. Cinco patologistas avaliaram 57 tumores de glândula hepatoide quanto ao diagnóstico e quanto a diversos critérios morfológicos e, com base nestes critérios, foram desenvolvidos algoritmos diagnósticos por meio de árvores de regressão por partição recursiva. Adicionalmente, foram investigadas as imunoexpressões de vimentina, pancitoqueratina, E-caderina e Ki-67 em 78 lesões, comparando-as entre glândulas normais, tumores benignos, tumores malignos e tumores malignos vasculoinvasivos/metastáticos. A sobrevida livre de recorrência local, recorrência da doença, sobrevida global e sobrevida doença-específica foram investigadas em 33 pacientes. Houve concordância média razoável em análise interobservador quanto ao diagnóstico (=0,54), com potencial de melhora para concordância média boa após aplicação de dois novos algoritmos diagnósticos (=0,64 e 0,65, respectivamente). Em relação aos marcadores imuno-histoquímicos, foram observadas maior expressão de vimentina e menor expressão de E-caderina em tumores malignos em comparação aos tumores benignos. Adicionalmente, observou-se uma forte correlação negativa entre a expressão de vimentina em células de reserva e expressão de pancitoqueratina em células diferenciadas (=-0,65, p<0,0001), além de maiores taxas de proliferação celular (Ki-67) e contagem de mitoses em tumores malignos em comparação com tumores benignos. Em análise univariada de sobrevida doença-específica, os fatores prognósticos foram a presença de invasão vascular ou metástase no momento do diagnóstico, o escore de E-caderina em células de reserva e diferenciadas, e o tamanho tumoral. Em relação ao tempo de sobrevida livre de doença, os fatores prognósticos foram a presença de invasão vascular ou metástase no momento do diagnóstico, escore de E-caderina em células de reserva e diferenciadas, perda de polaridade celular, grau de infiltração, histórico de doença recorrente, escore de morfologia fusiforme e proporção de células de reserva. Os resultados do presente estudo confirmaram que existe um grau de discordância diagnóstica entre patologistas que poderia explicar parte da variação observada na prevalência de carcinomas de glândula hepatoide em literatura, e de que existe potencial para melhora da concordância diagnóstica por meio dos algoritmos propostos. Ainda, os achados reforçaram a hipótese de que o mecanismo de transição epitélio-mesenquimal participa na progressão tumoral em neoplasias hepatoides em cães, explicando a frequente imunoexpressão de vimentina observada nestes tumores. Por fim, foi demonstrado que a presença de invasão vascular ou metástase no momento do diagnóstico tem impacto significativo na sobrevida dos animais, assim como há outras características clínicas, morfológicas e imuno-histoquímicas com valor prognóstico para recorrência da doença e sobrevida.
An important variation in the prevalence of canine hepatoid gland carcinoma is currently reported, likely due to lack of consistent and well-defined criteria. Additionally, clinical and pathological features predictive of biological behavior are not well defined. The epithelial-mesenchymal transition mechanism has been proposed as a possible explanation for the frequent expression of vimentin by neoplastic hepatoid gland cells, but this hypothesis remains elusive. The present study aimed to define the level of diagnostic agreement between different pathologists, investigate immunohistochemical and morphological features indicative of epithelial-mesenchymal transition, and to evaluate candidate features that might be predictive of biological behavior. Five pathologists diagnosed and classified morphological features for 57 hepatoid gland tumors, and diagnostic algorithms were built with recursive partitioning analysis. Additionally, vimentin, pancytokeratin, E-cadherin and ki-67 immunohistochemical expression were evaluated for 78 lesions, and expression levels were compared between normal glands, benign tumors, malignant tumors, and vasculo-invasive/metastatic tumors. Local recurrence free survival, disease free survival, overall survival and disease-specific survival were evaluated for 33 cases. There was a fair mean interobserver agreement for diagnosis (=0,54), that could potentially be improved to a good mean agreement with the use of two novel diagnostic algorithms (=0,64 and 0,65). Additionally, higher levels of vimentin expression and lower levels of E-cadherin expression were noted in malignant tumors, as compared to benign tumors, and there was a strong negative correlation between vimentin expression in reserve cells and pancytokeratin expression in differentiated cells (=-0,65, p<0,0001). Proliferation index (ki67) and mitotic count were higher for malignant tumors when compared to benign tumors. In univariate survival analysis, vascular invasion or metastasis at the time of diagnosis, E-cadherin score in differentiated and reserve cells and tumor size were predictive of disease-specific survival. Vascular invasion or metastasis at the time of diagnosis, E-cadherin score in differentiated and reserve cells, loss of cell polarity, grade of invasiveness, history of recurrent disease, spindle cell morphology score and proportion of reserve cells were predictive of disease-free survival. The results of this study demonstrate a level of diagnostic disagreement between pathologists that might explain, at least partially, the variation of prevalence of hepatoid gland carcinoma in current literature, and that this diagnostic agreement could potentially be improved. Also, these findings support the role of epithelial-mesenchymal transition in the progression of canine hepatoid gland tumors, and this mechanism could explain the frequent expression of vimentin in this particular neoplasia. Finally, it was shown that vascular invasion or metastasis at the time of diagnosis has a significant impact on survival, and that additional clinical, morphological and immunohistochemical features might also have predictive value for disease recurrence and survival.
Biblioteca responsável: BR68.1