VALOR NUTRITIVO DA SILAGEM DE MILHETO COM NÍVEIS CRESCENTES DE CASCA DE CAFÉ

RESUMO

Em virtude do crescente interesse por novas culturas que apresentem potencial de produção e qualidade para uso na nutrição de ruminantes, o milheto apresenta-se como alternativa aos produtores rurais para uso nos períodos de escassez de forragens. Com isso, objetivou-se avaliar o valor nutritivo da silagem de milheto no período da entressafra com inclusão de níveis crescentes de casca de café. O milheto (Pennisetum americanum) foi colhido quando os grãos estavam no estágio pastoso-farináceo, nesse momento a planta encontrava-se com teor de matéria seca de 18,38%. Foram utilizados mini silos experimentais feitos com canos de PVC. O experimento foi composto por quatro tratamentos, sendo eles 0, 7, 14 e 21% de inclusão de casca de café, sendo a inclusão feita em relação ao peso da matéria natural do milheto, com seis repetições por tratamento, totalizando 24 mini-silos. Os silos foram abertos após 60 dias de fermentação e avaliada a densidade do material ensilado, além da, as perdas e recuperação de matéria seca, a composição bromatológica, pH e a digestibilidade in situ. O teor de matéria seca das silagens aumentou (P<0,05) de acordo que aumentava a inclusão da casca de café, sendo de 19,16% e 31,83% nos tratamentos de 0 e 21% de inclusão da casca de café. Para os parâmetros de qualidade fermentativa, não houve diferença significativa (P<0,05) nos valores de pH, assim manteve um valor médio de pH de 3,5 para todos os tratamentos. De acordo com o aumento da inclusão da casca de café, houve um aumento (P<0,05) nos valores de recuperação da matéria seca e uma diminuição nas perdas por gases respectivamente. Houve uma diminuição, tanto na digestibilidade da matéria seca quanto na digestibilidade da FDN, de acordo com o aumento da inclusão da casca de café (P<0,05). Sendo assim a inclusão de casca de café em até 21% (da matéria natural) na silagem de milheto melhorou o teor de matéria seca, refletindo em menores perdas. Porém, prejudicou a digestibilidade de acordo com o aumento da inclusão.

ABSTRACT

Due to the growing interest in new crops in addition to corn for the production of forage, millet presents itself as an alternative to farm producers for use in periods of forage scarcity. The objective was to evaluate the quality of millet silage in the offseason with the inclusion of increasing levels of coffee husk. Millet (Pennisetum americanum) was used, harvested when the grains were in the pasty-floury stage, at that time the plant had a dry matter content of 21%. Experiment garner small made with PVC pipes were used. The experiment consisted of four treatments, including 0, 7, 14 and 21% of coffee husk inclusion, which was included in relation to the weight of natural millet material, with six replicates per treatment, with a overall of 24 garner small. The garner was opened after 60 days of fermentation and evaluated the density of the ensiled material, the production of effluents, losses and recovery of dry matter, in addition to the chemical composition, pH and in situ digestibility. The dry matter content of the silages increased (P <0.05) as the inclusion of coffee husk increased, being 19.16% and 31.83% in treatments of 0 and 21% of coffee husk inclusion. For the fermentative quality parameters, there was no significant difference (P <0.05) in the pH values, thus maintaining an average pH value of 3.5 for all treatments. According to the increase in the inclusion of coffee husks, there was an increase (P <0.05) in the dry matter recovery values and a decrease in gas losses, respectively. There was a decrease in both dry matter digestibility and NDF digestibility, according to the increased inclusion of coffee husks (P <0.05). Thus, the inclusion of coffee husks in up to 21% (of natural matter) in millet silage improved the dry matter content, reflecting less losses. However, it impaired digestibility according to the increased inclusion.