TOXICIDADE DOS EXTRATOS VEGETAIS DE JATOBÁ E CHAPÉU-DE-SOL AO OOMICETO PATÓGENO Saprolegnia ferax

RESUMO

A utilização de quimioterápicos auxilia no controle e profilaxia de patógenos na aquicultura, mas o uso e o descarte incorretos podem apresentar perigo aos usuários e ao meio ambiente. Compostos secundários de plantas vêm despertando o interesse devido apresentarem menor risco de seleção artificial de cepas de resistência e diminuírem a exposição a agentes químicos. O presente estudo verificou a ação oomiceticida dos extratos aquosos das folhas de Terminalia sp. (EAT) e, da casca do caule de Jatobá (EAJ), e dos extratos hidroalcoólicos da casca do caule (EPCA) e do exocarpo de jatobá (EPEJ) no desenvolvimento micelial e viabilidade dos zoósporos do oomiceto Saprolegnia ferax. O cobre foi usado como substância de referência junto aos ensaios realizados em meio Maltose-Peptona (MP5) com inoculo de 0,5 cm para o micélio, enquanto que nos ensaios de viabilidade foram inoculados 2000 zoósporos ao centro das placas com meio de cultura. A avaliação do crescimento das colônias durou 72h, em triplicata. Foram realizadas análises quantitativas de fenóis para os extratos, e para análise estatística utilizou-se o programa CIp para determinar a Concentração Inibitória de 50% do crescimento micelial e viabilidade dos zoósporos, e análise de variância seguida do teste de Dunnet para a determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) de 100% para ambas as estruturas. A menor concentração de fenóis, presentes nos extratos, responsáveis pela inibição de 100% (CIM100; 72h) do crescimento micelial e da viabilidade dos zoósporos foram iguais a 0,745mg.mL-1, para o EPEJ, 1,78mg.mL-1 no EPCA e 3,029mg.mL-1 para o EAJ em ambas as estruturas testadas. No EAT a CIM100 ao fenol foi de 1,651mg.mL-1 para o micélio e 0,826mg.mL-1 para zoósporo em 72h. E concentrações de fenol inferiores a 0,052mg.mL-1 no EAT e 0,006mg.mL-1 para o EAJ apresentaram maior crescimento que as culturas do grupo controle em 24h.

ABSTRACT

The use of chemotherapy aid in the control and prophylaxis of pathogens in aquaculture, but the incorrect use and disposal may present a danger to users and the environment. Secondary plant compounds have been arousing interest because they present a lower risk of artificial selection of resistance strains and decrease exposure to chemical agents. The present study verified the oomyceticidal action of the aqueous extracts of the leaves of Terminalia sp. (EAT) and, from the bark of the Jatobá tree (EAJ), and from the hydroalcolic extracts of the tree bark (EPCA) and from the Jatobá exocarp (EPEJ) in the mycelial development and viability of the zoospores of the oomycete Saprolegnia ferax. Copper was used as a reference substance in the tests, which proceeded in a Maltose-Peptone (MP5) medium with a 0.5 cm inoculum for the mycelium, while the viability tests were inoculated with 2000 zoospores in the center of the plates with culture. Colony growth assessment lasted 72 hours, in triplicate. Quantitative analyzes of phenols were performed for the extracts, and for statistical analysis, the CIp program was used to identify the inhibitory concentration of 50% of the mycelial growth and viability of the zoospores, and the minimum inhibitory concentration (MIC) of 100% for both structures. S. ferax presented CIM100 in 72h at phenol concentrations of 0.745mg.mL-1, for EPEJ, 1.78mg.mL-1 in EPCA and 3.029mg.mL-1 for EAJ in both tested structures. In the EAT, the CIM100 for phenol was 1.651mg.mL-1 for the mycelium and 0.826mg.mL-1 for the zoospore in 72h. The phenol concentrations less than 0.052mg.mL-1 in the EAT and 0.006mg.mL-1 for the EAJ showed greater growth the cultures of the control group in 24 hours.