SUPLEMENTAÇÃO DE VACAS DE CORTE DURANTE O PRÉ-PARTO E DESEMPENHO PRODUTIVO DE SUAS BEZERRAS SUPLEMENTADAS OU NÃO EM CREEP-FEEDING

RESUMO

Objetivou-se avaliar os efeitos da suplementação de vacas de corte pré-parto e de suas bezerras via creep-feeding sobre os seus desempenhos produtivos e perfis metabólicos quando mantidas em pastagens de Urochloa decumbens. Assim, os tratamentos foram distribuídos aos animais em delineamento inteiramente casualizado, na primeira fase 50 vacas (540 ±16,1 kg), sendo suplementadas [(n=25) 2g/kg de PC] ou não suplementadas (n=25). Os animais foram alocados em 8 piquetes de 4 ha cada. As coletas de leite foram realizadas aos 50, 100 e 170 dias pós-parto para estimação da produção e composição do leite (lactose, proteínas, gordura e sólidos totais). Também foram realizadas medidas corporais das bezerras após o nascimento, aos 100 e 240 dias de idade, utilizando a altura de cernelha para obter a relação peso/altura. Para avaliação do desempenho das vacas foram medidos o peso corporal e condições corporais ao parto (ECC) a cada 28 dias, coletas de sangue das vacas aos 30 dias pré-parto e aos 60 dias pós-parto, e ainda a taxa de reconcepção na estação de monta subsequente. Na segunda fase do estudo (100 a 240 dias pós-parto), as bezerras de cada grupo foram separadas em grupos sendo suplementadas ou não via creep-feeding (6 g/kg de PC), constituindo quatro tratamentos vacas e bezerras controle (CC); vacas controle/ bezerras suplementadas (CS); vacas suplementadas/ bezerras controle (SC); e vacas e bezerras suplementadas (SS). Para aferir o desempenho das bezerras foi realizado pesagem, medições corporais e amostragem sanguínea aos 100 e 240 dias de vida. Vacas suplementas apresentaram maior ganho médio diário (GMD) e melhores ECC quando comparada as vacas não suplementadas ao final da gestação (P < 0,10). Vacas suplementadas aos 90 dias pré-parto tiveram menor GMD aos 100 dias pós-parto (P < 0,10). O nível sérico de glicose nas vacas gestantes foi influenciada pela suplementação, assim como AGNE (P < 0,10). A concentração de glicose sanguínea nas vacas gestantes suplementadas foi maior do que em vacas não suplementadas, assim como houve uma redução na concentração sérica de AGNE das vacas suplementadas (P < 0,10). A relação peso/altura das bezerras ao desmame filhas de vacas suplementadas foi maior do que as de vacas não suplementadas (P < 0,10). Efeitos de creep-feeding foram verificados no peso à desmama GMD das bezerras (P < 0,10), assim como interação também foi verificada para peso ao desmame (P < 0,10). As medidas corporais de bezerras aos 100 dias de vida não foram influenciadas pela suplementação materna no período pré-parto (P > 0,10) com exceção do perímetro da canela (P < 0,10). Quando de avaliou em conjunto o efeito do tratamento materno pré-parto e do creep-feeeding das bezerras até os 240 dias, estas apresentaram efeito do creep-feeeding nas medidas de altura de cernelha e altura nas ancas (P < 0,10). Quando se avaliou em conjunto efeito materno e de creep-feeding, bezerras suplementadas apresentaram maiores concentrações de glicose sanguínea (P < 0,10), sem efeito do tratamento materno pré-parto e interação entre os tratamentos pré-parto e suplementação das bezerras via creep-feeeding. Os demais parâmetros avaliados não diferiram entre os tratamentos. A suplementação ao final da gestação é benéfica ao proporcionar maior ganho de peso diário e escore condição corporal de vacas ao parto, proporcionar maior taxa de reconcepção na estação de monta subsequente, assim como aumentar a relação peso/altura da cria. Suplementar bezerras em aleitamento proporciona maior ganho médio diário e peso ao desmame. Adicionalmente, a suplementação das bezerras no creep-feeding é potencializada pela suplementação materna pré-parto, sendo esta, uma característica de desempenho interessante em sistemas de produção que buscam precocidade com prenhez aos 14/15 meses de idade.

ABSTRACT

The objective is to evaluate the effects of supplementation of pre-calf beef cows and their calves via slow feeding on their productive performance and metabolic profiles when maintained in pastures of Urochloa decumbens. Thus, the procedures were distributed to animals in a randomized design, in the first phase 50 cows (540 ± 16.1 kg), being supplemented [(n = 25) 2g / kg BW] or not supplemented (n = 25). The animals were allocated to 8 paddocks of 4 ha each. Milk collections were performed up to 50, 100 and 170 days after the application of milk production and composition (lactose, proteins, fat and total amounts). Corporate measures of the calves after birth, between 100 and 240 days of age, were also performed, using a reference height to obtain a weight / height ratio. To evaluate the performance of the cows, corporate conditions at birth (BCS) were measured every 28 days, blood samples from the cows at 30 days pre-birth and 60 days post-partum, and also the acceptance rate during pregnancy subsequent breeding season. In the second phase of the study (100 to 240 days postpartum), as calves from each group were selected in groups being supplemented or not via slow feeding (6 g / kg BW), consisting of four instructions cows and control calves (CC); control cows / supplemented calves (CS); supplemented cows / control calves (SC); and supplemented cows and calves (SS). The performance of the calves was measured using weighing, corporate measurements and blood sampling up to 100 and 240 days of life. Supplemented cows with higher average daily gain (ADG) and better BCS when compared to non-supplemented cows at the end of gestation (P <0.10). Cows supplemented at 90 days postpartum had lower ADG at 100 days postpartum (P <0.10). The glycemic level in pregnant cows was influenced by supplementation (P <0.10), such as non-esterified fatty acids (NEFA). The blood glucose concentration in the supplemented pregnant cows was higher than in the non-supplemented cows, just as there was a reduction in the serum NEFA concentration of the supplemented vaccines (P <0.10). The weight / height ratio of the heifers and the weaning of supplemented cows was higher than that of non-supplemented cows (P <0.10). The effects of slow feeding were verified without weight at weaning ADG of calves (P <0.10), as well as the interaction was also verified for weight at weaning (P <0.10). Corporate measures of heifers up to 100 days of age were not influenced by maternal supplementation in the prepartum period (P> 0.10), with the exception of the cinnamon period (P <0.10). When measuring the set of measures for maternal pre-birth treatment and the rates of screening calves up to 240 days, these effects are observed in the measures of height and height in the hips (P <0.10). When a set of maternal and slow-feeding effects is performed, calf supplements are increased in blood glucose (P <0.10), with no effect on maternal pre-delivery treatment and interaction between pre-delivery and supplementation methods of calves via creep-feeding. The other taxes did not differ between controls. Supplementation at the end of gestation is beneficial for increasing daily weight gain and supporting the body condition of cows when participating, to obtain higher recognition rates for the subsequent breeding season, such as increasing the weight / height ratio of the calf. Supplemental feeding calves provides greater average daily gain and weight at weaning. Additionally, supplementation of calves with slow feeding is potentiated by maternal pre-delivery supplementation, which is an interesting performance characteristic in production systems that precociously pre-age buses at 14/15 months of age.