TOXICIDADE DE NANO/MICROPARTÍCULAS DE PRATA NO CAMARÃO

RESUMO

Foram avaliados os efeitos de nano/micropartículas de prata (AgP) em camarões juvenis de Litopenaeus vannamei por meio de respostas antioxidantes e de dano oxidativo (hepatopâncreas, brânquias e músculo), coloração, comportamento imunológico e condições histopatológicas, visando sua utilização como método profilático e terapêutico.Os camarões (3,19 ± 0,13 g) foram expostos em água clara por três horas com concentrações crescentes de nanoprata (0, 25, 100, e 400 g L-1) em triplicata, sob condições controladas de temperatura, oxigênio e fotoperíodo (12L/12E). Após 3 horas de exposição, foram transferidos para água sem nanoprata, onde se recuperaram por 30 dias. A capacidade antioxidante total (ACAP) aumentou no hepatopâncreas (período de exposição) e nas brânquias (recuperação) em camarões expostos à AgNP. No músculo, o ACAP foi induzido nos camarões expostos à 100 g L-1 de AgNP durante a fase de exposição. No hepatopâncreas, a exposição com AgNP não influenciou nos níveis de TBARS (peroxidação lipídica). Nas brânquias houve aumento de TBARS em camarões expostos a 100 e 400 g L-1 de AgNP na fase de recuperação. Um aumento de TBARS foi observado no músculo para todos os tratamentos na fase de recuperação. Para os grupos sulfidrila associados a proteínas (P-SH), na fase de recuperação foi observada uma diminuição no tratamento de 100 g L-1 de AgNP tanto no hepatopâncreas quanto nas brânquias, no músculo foi observado aumento nos tratados com AgNP durante a fase de exposição. A concentração de glutationa reduzida (GSH) no hepatopâncreas e brânquias teve queda na fase de recuperação, nas brânquias nos tratamentos 25 e 100 g L-1 de AgNP. Nos parâmetros de cromaticidade foi observado aumento nos tons avermelhados nos camarões expostos a 100 g L-1 de AgNP na fase de recuperação. Houve aumento nos hemócitos em 13 camarões expostos à 25 e 400 g L-1 de AgNP durante a exposição. Durante a fase de recuperação, verificou-se redução dos hemócitos granulares em camarões expostos a 25 e 100 g L-1 de AgNP. Os tecidos analisados histologicamente apresentaram padrões normais sem processos de apoptoses nem necroses. Conclui-se que a aglomeração das AgNP por causa da salinidade favorece a suspensão delas na coluna de água reduzindo as interações com os animais, portanto, o curto período de exposição (3h) não foi suficiente para induzir respostas marcantes no camarão L. vannamei.

ABSTRACT

The effects of silver nano/microparticles (AgP) in juvenile Litopenaeus vannamei shrimp were evaluated through antioxidant responses and oxidative damage (hepatopancreas, gills and muscle), color, immunological behavior and histopathological conditions, projecting its use as a prophylactic and therapeutic method. Shrimps (3.19 ± 0.13 g) were exposed to clear water for three hours with increasing concentrations of nanosilver (0; 25; 100; and 400 g L-1) in triplicate, under controlled conditions of temperature, oxygen and photoperiod. After 3 hours of exposure, they were transferred to water without nanosilver, where they recovered for 30 days. Total antioxidant capacity (ACAP) increased in hepatopancreas (exposure period) and gills (recovery) in shrimp exposed to AgNP. In muscle, ACAP was induced in shrimp exposed to 100 g L-1 of AgNP during the exposure phase. In hepatopancreas, exposure to AgNP did not influence TBARS (lipid peroxidation) levels. In the gills there was an increase in TBARS in shrimp exposed to 100 and 400 g L-1 of AgNP in the recovery phase. An increase in TBARS was observed in muscle for all 14 treatments in the recovery phase. For the sulfhydryl groups associated with proteins (PSH), in the recovery phase a decrease was observed in the treatment of 100 g L-1 of AgNP both in the hepatopâncreas and in the gills, in the muscle an increase was observed in those treated with AgNP during the phase of exposure. The concentration of reduced glutathione (GSH) in hepatopancreas and gills decreased in the recovery phase, in the gills in treatments 25 and 100 g L-1 of AgNP. In the chromaticity parameters, an increase in reddish tones was observed in shrimp exposed to 100 g L-1 of AgNP in the recovery phase. An increase in granular hemocytes was seen in shrimp exposed to 25 and 400 g L-1 of AgNP during exposure phase. During the recovery phase, there was a reduction in granular hemocytes in shrimp exposed to 25 and 100 g L-1 of AgNP. The tissues analyzed histologically showed normal patterns with neither apoptosis nor necrosis processes. It is concluded that AgNP agglomeration due to salinity favors their suspension in the water column, reducing interactions with the animals, therefore, the short exposure period (3h) was not enough to induce marked responses in L. vannamei shrimp.