EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE VACAS DE CORTE SUBMETIDAS A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO-FIXO COM DIFERENTES INTERVALOS PÓS-PARTO

RESUMO

O objetivo foi determinar a relação do intervalo entre o parto e a inseminação artificial em tempo fixo (IP-IATF) e a eficiência reprodutiva de vacas Bos taurus taurus e Bos taurus indicus e determinar o melhor momento para realização das inseminações após o parto, em cada grupo genético. No experimento 1, foi realizado um estudo retrospectivo com IATF de 2709 vacas de diferentes origens (Bos taurus taurus e Bos taurus indicus) com diferentes IP-IATF. Trinta dias após a IATF foi realizado o diagnóstico de gestação. No experimento 2, foram utilizadas 18 vacas de corte lactantes, Bos taurus indicus. As vacas foram alocadas em três grupos (n=6) de acordo com o IP-IATF 40, 60 e 80 dias pós-parto. No dia -10, em relação ao dia da IATF, foi avaliado o escore de condição corporal (ECC) e colocado um implante vaginal de progesterona. No dia -2, foi retirado o pessário e foi realizada citologia endometrial, através da técnica de Cytobrush. Em todos os manejos, o diâmetro folicular foi avaliado por ultrassonografia. Não houve efeito do grupo genotípico ou sua interação com o IP-IATF sobre a taxa de prenhez. Utilizando a análise ROC, foi definido como 52 dias o IP-IATF que permite uma maior taxa de prenhez. Vacas que foram submetidas à IATF com IP-IATF superior a 52 dias tiveram uma taxa de prenhez superior em relação àquelas com IP-IATF inferior (54 vs 46%; P<0,001). O diâmetro do folículo pré-ovulatório foi superior aos 60 dias pós-parto, no entanto, taxa de ovulação não foi afetada pelo IP-IATF. O aumento do intervalo não promoveu a redução do número de PMN. Concluímos que o intervalo entre parto e o momento da IATF interfere na taxa de prenhez, porém sem um efeito ou interação com o genótipo; e que um IP-IATF superior a 52 dias promove um aumento na taxa de prenhez, independente do grupo genotípico.

ABSTRACT

The objective was to determine the effect of calving to timed artificial insemination (CTAI) interval on reproductive efficiency of Bos taurus taurus and Bos taurus indicus cows. Also, the aim was to determine the best C-TAI interval for carrying out timed artificial inseminations (TAI) after calving in each group. In experiment 1, a retrospective study was carried out, with data from 2709 inseminations in cows from different origins (Bos taurus taurus and Bos taurus indicus) and different C-TAI intervals. Thirty days after TAI a gestation diagnosis was performed. In experiment 2, 18 lactating beef cows were distributed into three groups (n=6) according to C-TAI interval 40-, 60-, and 80-days post-partum. On day -10 relative to TAI, the body condition score was evaluated, and progesterone device was inserted; on day -2, progesterone implant was withdrawn, and endometrial cytology was performed using the Cytobrush technique. In all management, the follicular diameter was evaluated by ultrasound. The pregnancy rate increases in cows inseminated after 52 days of calving. The C-TAI interval affected the diameter of the preovulatory follicle and does not affect the ovulation rate. The increase in C-TAI interval did not promote a reduction in endometrial polymorphonuclear leukocytes. We conclude that C-TAI interval affects pregnancy rate in both Bos taurus taurus and Bos taurus indicus and we recommend a C-TAI larger than 52 days to increases TAI efficiency in beef cows.