Your browser doesn't support javascript.

Portal de Pesquisa da BVS Veterinária

Informação e Conhecimento para a Saúde

Home > Pesquisa > ()
Imprimir Exportar

Formato de exportação:

Exportar

Exportar:

Email
Adicionar mais destinatários

Enviar resultado
| |

Hidrolisado enzimático de resíduos de pescado como atrativo e palatabilizante alimentar para juvenis de tambaqui, Colossoma macropomum (Cuvier, 1818)

TALITA MONTEIRO DE SOUZA.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-218964

Resumo

O tambaqui é o peixe nativo mais produzido no Brasil e concomitante a esta produção tem-se a geração de resíduos do seu processamento, normalmente descartados de maneira errônea. Em função disso, diversas pesquisas visam o aproveitamento desse material, dentre os quais se potencializa a elaboração de hidrolisado enzimático de pescado (HEP), o qual é constituído por aminoácidos livres e peptídeos bioativos e pode ser utilizado para diversos fins. Como exemplo, pode-se utilizar o HEP como atrativo e palatabilizante alimentar que são aditivos inseridos nas dietas animais para melhorar o consumo, no qual o animal se alimenta adequadamente, evitando perdas com ração e consequentemente diminuindo custos. Assim, este estudo objetivou elaborar e caracterizar o hidrolisado enzimático de resíduos de pescado e avaliá-lo como atrativo e palatabilizante alimentar para juvenis de tambaqui (Colossoma macropomum). O estudo foi realizado em duas etapas. Etapa 1: a elaboração do hidrolisado efetuada partir da carcaça de tambaqui utilizando a enzima pancreatina. A carcaça foi caracterizada quanto ao rendimento e bromatologia. O HEP foi analisado quanto ao grau de hidrólise em função do tempo e pH para verificar as melhores condições de atuação da pancreatina no substrato. Após a determinação do melhor protocolo de produção do HEP, esse foi novamente produzido para se obter quantidades suficientes para realização das seguintes análises: bromatológicas, contagens microbiológicas e composição de aminoácidos. Etapa 2: verificação da atratividade e da palatabilidade do hidrolisado para juvenis de tambaqui utilizando duas dietas. Na primeira, foi utilizada uma ração comercial, sendo a Dieta Sem Hidrolisado (DSC), o HEP; a segunda, o HEP foi aspergido sobre uma ração comercial e foi denominada Dieta Com Hidrolisado (DCH). Juvenis de tambaqui (peso médio de 13,39g ± 0,48g e comprimento médio de 75,04mm ±10,43mm) foram colocados individualmente em aquários, alimentados com uma das dietas de manhã e à noite durante 4 dias, e cada alimentação foi monitorada por câmeras. As filmagens obtidas foram analisadas e quantificadas por unidades comportamentais. A carcaça representa 10,53% da massa do tambaqui e após o descarne desse resíduo, observou-se que 44,85% deste é considerado carne. Os melhores resultados de grau de hidrólise da pancreatina na carcaça de tambaqui foram vistos em pH 7 e em 90 min, sendo estes os utilizados para metodologia do hidrolisado caracterizado. A carcaça do tambaqui contém 57,31±0,27 de proteína e hidrolisado final apresentou um percentual de 83,14±1,60, ou seja, houve uma concentração de proteína. O HEP mostrou ausência de microrganismos patógenos e composição com todos os aminoácidos essenciais. A atratividade não foi observada nas unidades latência e aproximação, sem diferença entre as dietas aplicadas (p>0,05). A palatabilidade foi observada no número de peletes ingeridos, sendo a DCH mais consumida pela manhã (p<0,05). Ademais, percebeu-se que durante os 4 dias de experimento, os animais modificam seu comportamento, como na DCH em que o tempo de alimentação e saciedade aparente diminuem ao longo dos dias (p<0,05), sendo que no último dia se alimentam mais rapidamente. Verificou-se ainda que os animais ingerem mais peletes e diminuem seu tempo de latência, alimentação e saciedade aparente a noite (<0,05). Este estudo constatou a eficiência em utilizar um resíduo de tambaqui na elaboração de hidrolisado enzimático, resultando em um produto rico em proteína de alto valor biológico. Além disso, o hidrolisado pode ser utilizado como palatabilizante, fazendo que o tambaqui se alimente em menor tempo que o habitual, reduzindo o desperdício de ração.
Tambaqui is the most produced native fish in Brazil and many studies are carried out to optimize this production. Investigations have been carried out aiming at the utilization of the tambaqui processing waste, among these the elaboration of fish protein hydrolysate (FPH), which consists of free amino acids and bioactive peptides, used for various purposes. As an example, the hydrolysate can be used as an attractive and palatable feed, which are additives inserted in diets to improve consumption, resulting that the animal feeds properly and avoid losses with feed and consequently reducing costs. Thus, this study aimed to elaborate and characterize the enzymatic hydrolysate of fish residues and evaluate it as an attractive and palatable food for tambaqui juveniles (Colossoma macropomum). The hydrolysate was made from the tambaqui carcass using the pancreatin enzyme. Carcass yield and bromatology were performed. The FPH was analyzed for the hydrolysis degree (HD) as a function of time and pH to verify the action of pancreatin on the substrate. In addition, bromatological analysis, amino acid composition and microbiological counts were performed. Subsequently, the attractiveness and palatability of juvenile tambaqui was verified using two diets. In the first ,used a commercial feed (Diet Without Hydrolysate - DOH); the second, FPH was sprinkled on a commercial feed (Diet With Hydrolysate - DWH). Tambaqui juveniles were placed individually in aquariums, fed one of the diets in the morning and evening for 4 days, and each feeding was monitored by cameras. The footage obtained was analyzed and quantified by behavioral units. The tambaqui carcass contains 57.31 ± 0.27 of protein and the final hydrolysate showed a percentage of 83.14 ± 1.60, that is, there was a concentration of protein. The FPH showed absence of pathogenic microorganisms and composition with all essential amino acids. Attractiveness was verify by observing latency and approximation and there was no difference between the applied diets (p> 0.05). Palatability was observed in the number of pellets ingested, with DWH being most consumed in the morning (p <0.05). In addition, it was noticed that during the 4 days of the experiment the animals modify their behavior, as in the DWH in which the time of feeding and apparent satiety decrease over the days (p <0.05), and on the last day they feed more quickly. It was also found that the animals ingest more pellets and decrease their latency, feeding and apparent satiety at night (<0.05). This study found the efficiency in using a tambaqui waste in the preparation of enzymatic hydrolysate, resulting in a product rich in protein of high biological value. In addition, the hydrolysate can be used as a flavoring agent, making the tambaqui eat at the right time, reducing feed waste.
Biblioteca responsável: BR68.1