Portal de Pesquisa da BVS Veterinária

Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-219178

Resumo

A detecção de estro continua sendo um grande problema na bovinocultura leiteira, apesar do enorme progresso no conhecimento da fisiologia reprodutiva da vaca e no desenvolvimento de métodos auxiliares. O sucesso de qualquer programa de detecção de estro dependerá, pelo menos em parte, da capacidade das vacas em exibir estro, o que é afetado por uma infinidade de fatores fisiológicos e de manejo que favorecem ou suprimem o comportamento de estro. A paridade, número de dias após o parto, escore de condição corporal, produção de leite, problemas no parto, doença no pós-parto são reconhecidos por influenciar a expressão de estro. Além disso, o estresse térmico, instalações e o tamanho do rebanho, podem também afetar o comportamento de estro. Esse estudo foi realizado com o objetivo de avaliar os fatores associados à expressão e ao comportamento de estro, identificado por um sistema automatizado de detecção de estro. Foram reunidos e processados dados de três experimentos realizados entre agosto de 2015 e julho de 2018, no estado da Flórida, Estados Unidos da América. O número de animais que participaram dos experimentos A, B e C foi 565, 671 e 678, totalizando 1914 vacas em lactação e 3029 eventos de estro. Os animais inscritos nos experimentos foram monitorados por dispositivo automatizado de detecção de estro (SCR Inc., Netanya, Israel). O estro foi determinado de acordo com mudanças nos padrões de atividade e ruminação dentro do intervalo de duas horas em comparação com as médias de atividade e a ruminação do mesmo período nos cinco e sete dias anteriores, respectivamente. Os dados foram analisados utilizando ANOVA, regressão logística e regressão proporcional de Cox por meio do software estatístico SAS. A duração e a intensidade do estro mostraram correlação negativa com a proporção de tempo que as vacas eram submetidas ao estresse térmico. O retorno à ciclicidade ovariana antes do término do período voluntario de espera aumentou as chances de prenhez ao primeiro serviço e a prenhez por inseminação artificial até 150 dias em lactação. Doença uterina, cetose subclínica e ECC foram associadas com o atraso ao retorno à ciclicidade, potencialmente impactando negativamente na performance reprodutiva.

---

The detection of estrus remains a major problem in dairy cattle, despite the enormous progress in the knowledge of the reproductive physiology of the cow and in the development of auxiliary methods. The success of any estrus detection program will depend, at least in part, on the cows' ability to exhibit estrus, which is affected by a multitude of physiological and management factors that favor or suppress estrus behavior. Parity, number of days postpartum, body condition score, milk production, calving problems, postpartum disease is recognized for influencing estrus expression. In addition, heat stress, building and the size of the herd can also affect estrus behavior. The aim of this study was to evaluate the risk factors associated with estrus behavior, identified by an automated estrus detection system. Data from three experiments carried out between August 2015 and July 2018, in the state of Florida, United States of America, were collected and processed. The number of animals that participated in the experiments A, B and C was 565, 671 and 678, totaling 1914 lactation cows and 3029 estrus events. The animals enrolled in the experiments were monitored by an automated estrus detection device (SCR Inc., Netanya, Israel). Estrus was determined according to changes in activity and rumination patterns within the two-hour interval compared to the average activity and rumination for the same period in the previous five and seven days, respectively. Data were analyzed using ANOVA, logistic regression and Cox proportional regression using the SAS statistical software. The duration and intensity of estrus showed a negative correlation with the proportion of time cows were subjected to heat stress. The return to ovarian cyclicity before the end of the voluntary waiting period increased the chances of pregnancy at the first service and the pregnancy for artificial insemination up to 150 DIM. Uterine disease, subclinical ketosis and BCS were associated with delayed return to cyclicity, potentially negatively impacting reproductive performance.

Biblioteca responsável: BR68.1