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Efeitos da suplementação lipídica sobre o desempenho, metabolismo e perfil de ácidos graxos no leite em vacas leiteiras
Thesis em Pt | VETTESES | ID: vtt-219502
Biblioteca responsável: BR68.1
RESUMO
A suplementação lipídica representa uma alternativa para aumentar a densidade energética das dietas, manipular a fermentação ruminal, a composição do leite, melhorar o status hormonal reprodutivo e o desempenho reprodutivo, e reduzir a produção de metano entérico. Embora estudos sobre uso de lipídeos na alimentação de vacas leiteiras têm sido feitos há mais de 100 anos, a magnitude das respostas sobre o desempenho produtivo e metabolismo ainda não foram totalmente elucidadas. Além disso, a resposta da suplementação lipídica pode ser afetada por diversos fatores tais como a fonte de lipídeos, dose, características dietéticas e do animal. A condução de um único experimento pode não ser suficiente para elucidar como esses fatores afetam a suplementação lipídica. Assim, , uma abordagem meta-analítica de múltiplos experimentos pode aumentar o poder do teste para quantificar a resposta da suplementação lipídica e suas fontes de variação. Destarte, nosso objetivo foi investigar como a suplementação lipídica afeta o desempenho, metabolismo e perfil de ácidos graxos no leite em vacas leiteiras.. Um conjunto de dados foi criado usando 105 peer-review papers. Os efeitos foram comparados por diferença média bruta entre as dietas com suplementação lipídica e dietas controle (sem suplementação lipídica). As fontes de lipídios foram divididas em 10 grupos. O nível de inclusão de lipídeos (extrato etéreo (EE) por kg de matéria seca (MS)) foi dividido em três classes < 50 g, 50 a 70 g e > 70 g EE/kg MS. O estágio de lactação foi agrupado em quatro classes de dias em lactação (DL) < 60, 60-100, 100-200 e > 200 DL. De forma geral, a suplementação lipídica na dieta reduziu (P<0.01) o consumo de matéria seca (CMS) em 0,33 ± 0.15 kg/dia, aumentou digestibilidade da matéria orgânica da dieta (P<0.01), mas não afetou (P=0.08) o consumo de matéria orgânica digestível. A suplementação lipídica reduziu em média 9 ± 7% a concentração ruminal de N-NH3 (P = 0.02) em 12 ± 6 % a emissão entérica de metano (g/vaca/dia) em relação a dieta controle, o que indica melhoria na eficiência ruminal de utilização de nitrogênio e carbono dietéticos. A suplementação lipídica aumentou a produção de leite em 0,55 ± 0.11 kg/dia (P<0,01), o que combinado com a redução no consumo de matéria seca aumentou a eficiência alimentar em média 4.0 ± 1.5 % (P<0,01) em relação à dieta controle. De maneira geral, a suplementação lipídica reduziu (P<0,01) os teores de gordura e proteína do leite, e reduziu (P<0,01) em média 8,2 ± 1,0 % a proporção de ácidos saturados e aumentou (P<0,01) em 16,2 ± 1.7 % a proporção de ácidos graxos insaturados no leite em relação aos obtidos com dietas controle. Além disso, a suplementação lipídica aumentou em média (P<0,01) 36.8 ± 7.3 % a proporção de C182 cis 9, trans 11 no leite. De maneira geral, embora a suplementação lipídica aumentou (P<0,01) o fluxo de ácidos graxos pré-formados (> 16 carbonos) na glândula mamária, houve uma redução (P<0,01) ainda maior na síntese de novo de ácidos graxos ( 16 carbonos) nas células secretoras mamárias, o que provocou a redução no teor de gordura total do leite. Todavia, os efeitos da suplementação lipídica apresentaram alta heterogeneidade e foram afetados principalmente pela fonte e nível de inclusão de EE na dieta. Sais de cálcio de ácidos graxos insaturados, sais de cálcio de ácidos graxos saturados e insaturados, ácido graxo saturado de origem animal e vegetal, óleo de peixes e algas são as fontes mais efetivas para aumentar a produção de leite. Uso de fontes tradicionais de lipídeos como sementes de oleaginosas e óleo vegetal não influenciam a produção de leite, independente da espécie (soja, algodão, girassol, canola e linhaça), embora o uso de grãos de linhaça foram as únicas que promoveram reduções na produção de leite. Fontes mais ricas em ácidos graxos insaturados e disponíveis para biohidrogenação ruminal são mais efetivas para redução da emissão de metano ruminal e melhorar o perfil de ácidos graxos no leite. Para obter respostas produtivas, recomenda-se a suplementação com lipídeos para atingir teores de extrato etéreo entre 50 a 70 g/kg de MS na dieta.Nossos achados poderão contribuir para melhorar as recomendações de suplementação lipídica em dietas para vacas leiteiras.
ABSTRACT
Our objective was to investigate how lipid supplementation affects the performance, metabolism and fatty acid profile in milk in dairy cows. A data set was created using 105 peer-review papers (266 treatment averages from 115 studies). The effects were compared by the mean gross difference between diets with lipid supplementation and control diets (without lipid supplementation). Lipid sources were divided into 10 groups. The level of inclusion of lipids (ether extract (EE) per kg of dry matter (DM)) was divided into three classes <50 g, 50 to 70 g and >70 g EE/kg DM. The lactation stage was grouped into four classes of lactation days (DL) <60, 60 a 100, 100 a 200 and >200 DL. The level of heterogeneity was analyzed using I2 statistics. In general, lipid supplementation in the diet reduced the consumption of dry matter (DMI) by 0.33 kg/day, increased the digestibility of organic matter in the diet, but did not affect the consumption of digestible organic matter. Lipid supplementation reduced on average 9% the ruminal concentration of N-NH3 and by 11.9% the enteric emission of methane in relation to the control diet, which indicates an improvement in the ruminal efficiency of use of dietary N and carbon. Lipid supplementation increased milk production by 0.55 kg/day, which combined with the reduction in dry matter consumption increased feed efficiency by an average of 4%. Lipid supplementation reduced the levels of fat and protein in milk, reduced the proportion of saturated acids on average by 8.2% and increased the proportion of unsaturated fatty acids in milk by 16.2%. In addition, lipid supplementation increased on average 36.8% the proportion of C18 2 cis 9, trans 11 in milk. However, the effects of lipid supplementation showed high heterogeneity and were mainly affected by the source and level of inclusion of EE in the diet. Calcium salts of unsaturated fatty acids, calcium salts of saturated and unsaturated fatty acids, saturated fatty acid of animal and vegetable origin, fish oil and algae are the most effective sources for increasing milk production. The use of traditional sources of lipids such as oilseeds and oil from vegetals does not influence milk production. Richer sources of unsaturated fatty acids and available for ruminal biohydrogenation are more effective in reducing the emission of rumen methane and improving the profile of fatty acids in milk. To obtain productive responses, supplementation with lipids is recommended to achieve ether extract levels between 50 to 70 g/kg of DM in the diet.
Palavras-chave
Texto completo: 1 Base de dados: VETTESES Idioma: Pt Ano de publicação: 2020 Tipo de documento: Thesis
Texto completo: 1 Base de dados: VETTESES Idioma: Pt Ano de publicação: 2020 Tipo de documento: Thesis