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Fatores de virulência de Nannizzia gypsea isoladas de solo de parques do município de São Paulo
Thesis em Pt | VETTESES | ID: vtt-220072
Biblioteca responsável: BR68.1
RESUMO
Por sua característica zoonótica, a dermatofitose tem grande importância para a saúde pública. Particularmente, os dermatófitos geofílicos são insuficientemente estudados por serem considerados estritamente oportunistas; entretanto, Nannizzia gypsea (sin. Microsporum gypseum), que é geofílica, tem sido isolada por todo o mundo causando infecções no homem e animais, confirmando o potencial patogênico que os fungos geofílicos apresentam. O sucesso no estabelecimento da infecção pelos dermatófitos depende de varias proteínas e enzimas fúngicas, que são a chave na invasão e utilização do estrato córneo do hospedeiro; portanto, o estudo dos fatores de virulência envolvidos na patogenicidade desses fungos auxiliará na compreensão da epidemiologia das dermatofitoses.

Objetivo:

O objetivo do presente estudo foi pesquisar a secreção de hemolisinas e das enzimas proteinase, fosfolipase, lipase e gelatinase em cepas de N. gypsea.

Métodos:

Foram testadas 21 cepas de N. gypsea isoladas do solo de 21 parques do município de São Paulo pela técnica de Vanbreuseghem. A produção das enzimas fosfolipase, proteinase e lipase foi verificada empregando-se placas de Petri com meio sólido contendo o respectivo substrato a ser degradado, respectivamente, gema de ovo, albumina sérica bovina e Tween 20. O teste foi considerado positivo quando ocorreu uma zona clara de degradação ao redor da colônia. Para a verificação da produção da enzima gelatinase foi empregado meio contendo gelatina, o qual foi distribuído em tubos; a semeadura ocorreu em picada e antes da leitura final, os tubos foram refrigerados a 4° C por 30 minutos. O teste foi considerado positivo quando houve liquefação do meio. Na prova da produção de hemolisinas empregou-se base de ágar sangue suplementada com 5% de sangue de carneiro desfibrinado; nesta prova, após a leitura de 14 dias, as placas foram incubadas a 32° C. Em cada um dos testes, após a semeadura, as placas foram incubadas por 14 dias a 25° C, realizando-se leituras aos 5, 7, 10 e 14 dias.

Resultados:

Todas as 21 cepas de N. gypsea produziram fosfolipase aos 14 dias, gelatinase, a partir de 10 dias, proteinase e lipase, a partir de 7 dias de incubação. Em relação à fosofolipase, a maioria das reações foi fortemente positiva para a produção da enzima. Aos 14 dias a 32° C, se verificou hemólise em 81,0% (17/21) das cepas, sendo 82,4% (14/17) de -hemólise (hemólises parciais) e 17,6% (3/17) de -hemólise (hemólise total). Todas as cepas de N. gypsea testadas produziram enzimas e/ou hemolisinas, consideradas fatores de virulência, revelando seu potencial de patogenicidade. Os intervalos de leitura ideais para a produção das enzimas fosfolipase, proteinase, lipase e gelatinase foram, respectivamente, 14, 7, 7 e 10 dias; em relação à atividade hemolítica sugere-se 14 dias com temperatura de 32° C.

Conclusão:

A presença de N. gypsea, com a produção de fatores de virulência em solos de parques do município de São Paulo, pode representar potencial risco de infecção aos humanos e animais que usufruem desses espaços dedicados ao lazer.
ABSTRACT
Dermatophytosis is of significant importance for public health because of its zoonotic characteristic. In particular, geophilic dermatophytes have been insufficiently studied because they are considered strictly opportunistic. However, cases of infections due to Nannizzia gypsea (syn. Microsporum gypseum), a geophilic dermatophyte, in both humans and animals have been found globally, confirming the pathogenic potential of geophilic fungi. Dermatophytoses caused by these fungi is attributed to several proteins and enzymes produced by them and also the use of the hosts stratum corneum by the fungi. Therefore, the study of virulence factors of these fungi will be helpful in understanding the epidemiology of dermatophytoses. The aim of this study was to investigate the secretion of hemolysins, proteinase, phospholipase, lipase, and gelatinase enzymes by N. gypsea strains. Twenty-one strains of N. gypsea isolated using the Vanbreuseghem technique from the soil samples of 21 parks in São Paulo, Brazil, were tested. The production of phospholipase, proteinase, and lipase was verified by culturing these strains in Petri dishes containing a solid culture medium. This medium contained the respective substrate for degradation such as egg yolk, bovine serum albumin, and Tween 20. The test was considered positive when there was a clear area of degradation around the colony. To check the production of gelatinase, a medium containing gelatin was used that was distributed in tubes and punctiform inoculation was performed. Before the final reading, the tubes were refrigerated at 4° C for 30 min. The test was considered positive when there was a liquefaction of the medium. In the hemolysin production test, blood agar base supplemented with 5% defibrinated sheep blood was used. In this test, after reading for 14 days, the plates were incubated at 32° C. In each of these tests, after inoculation, the plates were incubated for 14 days at 25° C, with readings taken at 5, 7, 10, and 14 days. All the 21 strains of N. gypsea produced phospholipase at 14 days, gelatinase from 10 days, and proteinase and lipase from 7 days of incubation. Most of the reactions were strongly positive for the production of phospholipase. At 14 days at 32° C, hemolysis was observed in 81.0% (17/21) of the strains, with -hemolysis (partial hemolysis) in 82.4% (14/17) of the strains and -hemolysis (complete hemolysis) in 17.6% (3/17) of the strains. One of the strains produced both - and -hemolysis. All the strains of N. gypsea produced enzymes and/or hemolysins, which are considered virulence factors, thus revealing their pathogenic potential. The ideal reading intervals for detecting the production of phospholipase, proteinase, lipase, and gelatinase were 14, 7, 7, and 10 days respectively. For detecting hemolytic activity, 14 days at a temperature of 32° C is recommended. The presence of virulent strains of N. gypsea in the soils of parks in São Paulo may represent a potential risk of infection to humans and animals that enjoy these spaces for leisure.
Palavras-chave
Texto completo: 1 Base de dados: VETTESES Idioma: Pt Ano de publicação: 2021 Tipo de documento: Thesis
Texto completo: 1 Base de dados: VETTESES Idioma: Pt Ano de publicação: 2021 Tipo de documento: Thesis