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CARACTERIZAÇÃO IMUNOHISTOQUÍMICA DE MORBILIRIRUS CANINO EM QUATIS (Nasua nasua) DO SUL DO BRASIL

MARIANA DE MELLO ZANIM MICHELAZZO.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-220546

Resumo

O morbilivirus canino (também conhecido como CDV), é considerado um patógeno de uma doença infecciosa emergente em animais selvagens e tem demonstrado alta capacidade de infectar diferentes espécies animais. No entanto, a patogênese da doença em espécies selvagens ainda não está esclarecida e há poucas descrições de infecções por CDV e outros patógenos virais de doenças infecciosas em animais selvagens no Brasil. Consequentemente, este estudo investigou a possível ocorrência de doenças virais em quatis (Nasua nasua) no Sul do Brasil, comparando os padrões histopatológicos observados nos quatis com o cão doméstico e utilizando um protocolo imuno-histoquímico (IHQ) para identificar a presença intralesional de antígenos do CDV, podendo então associá-lo à infecção. Fragmentos de tecido de quatis (n = 13) que morreram no Refúgio Biológico Bela Vista, Foz do Iguaçu, Paraná, sul do Brasil, entre 1993 e 2012, foram rotineiramente processados para histopatologia, a fim de identificar os principais padrões histopatológicos em comparação aos do cão doméstico. Secções duplicadas desses tecidos (pulmão, fígado, bexiga e intestino delgado) foram usados em ensaios IHQ para identificar os antígenos do CDV, a partir de parafina fixada em formalina (FFPE). Além disso, secções de tecidos FFPE selecionados desses quatis foram utilizados em ensaios IHQ projetados para identificar antígenos de adenovírus canino tipo 1 e 2 (CAdV-1 e 2) e parvovírus canino tipo 2 (CPV-2). Também foram usados métodos histoquímicos para possível identificação de agentes de doenças bacterianas e fúngicas. Os principais padrões histopatológicos identificados foram pneumonia intersticial (9/13; 69,2%), nefrite intersticial (6/13; 46,2%), enterite atrófica (4/13; 30,8%) e degeneração balonosa no epitélio urotelial (3/13; 23,1%). Três quatis demonstraram imunorreatividade intralesional e intracitoplasmática positivas para antígenos de CDV (3/13; 23,1%). A coloração IHQ positiva para antígenos do CDV foi identificada no citoplasma das células epiteliais dos brônquios no pulmão, associado a pneumonia intersticial em todos os quatis (3/3; 100%) que continham os antígenos de CDV. Adicionalmente, a imunorreatividade intracitoplasmática positiva para antígenos de CDV foi identificada nos enterócitos das criptas de Lieberkhun, nas vilosidades da mucosa intestinal e nos neurônios mientéricos do intestino delgado (2/3; 66,7%), também nas células epiteliais uroteliais da bexiga (2/3; 66,7%). Antígenos de CPV-2, CAdV-1 e CAdV-2 não foram identificados em nenhuma amostra de tecido testada e a coloração histoquímica não demonstrou organismos fúngicos e/ou bacterianos associados às lesões descritas acima. Esses achados indicam que esses quatis foram infectados por CDV e desenvolveram lesões com padrões histopatológicos semelhantes aos observados nos cães domésticos, sugerindo que essa espécie selvagem pode atuar como hospedeiro potencial para o CDV.
Canine morbillivirus (also known as canine distemper virus, CDV), is considered as an emerging infectious disease pathogen for wild animals and has demonstrated elevated capacity to infect different species of animals. However, the pathogenesis of the disease in wildlife species remains unclear and there are few descriptions of infections due to CDV and other viral infectious disease pathogens in wild animals from Brazil. Consequently, this investigated the possible occurrence of viral disease in coatis (Nasua nasua) from Southern Brazil, by comparing the histopathological patterns observed in coatis with those of the domestic dog and then used an immunohistochemical (IHC) protocol to identify the intralesional presence of antigens of CDV; thereby, associating CDV with infection. Tissue fragments (n = 13) of coatis (Nasua nasua) that died at the Bela Vista Biological Refuge, Foz do Iguaçu, Parana, southern Brazil, between 1993 and 2012, were routinely processed to identify histopathologic patterns associated with infectious disease agents of the domestic dog. Duplicate sections of these tissues (lung, liver, urinary bladder and small intestine) were used in an IHC assay designed to identify antigens of CDV from formalin-fixed paraffin-embedded (FFPE). Additionally, selected FFPE tissues sections from these coatis were used in IHC assays designed to identify antigens of canine adenovirus type 1 and 2 (CAdV-1 and 2) and canine parvovirus type 2 (CPV-2). Furthermore, histochemical methods were used to identify possible bacterial or fungal disease agents. The main histopathological patterns observed were interstitial pneumonia (9/13; 69.2%), interstitial nephritis (6/13; 46.2%), atrophic enteritis (4/13; 30.8%) and ballooning degeneration of urothelial epithelium (3/13; 23.1%). Three coatis (3/13; 23.1%) demonstrated positive intralesional, intracytoplasmic immunoreactivity to antigens of CDV. A positive immunohistochemical staining for CDV antigens was identified in the bronchial epithelial cells of the lungs diagnosed with interstitial pneumonia in all coatis (3/3; 100%) that contained CDV antigens. Additionally, positive intracytoplasmic immunoreactivity to CDV antigens were identified within the enterocytes of the Lieberkhun crypts, intestinal mucosa villus, and myenteric neurons of the small intestinal (2/3; 66.7%) and in the degenerated urothelial epithelial cells of the urinary bladder (2/3; 66.7%). CPV-2, CAdV-1 and CAdV-2 antigens were not identified in any tested tissue sample; while, the histochemical stain did not identify fungal or bacterial organism associated with the above described lesions. These findings indicate that these coatis were infected by CDV and developed similar histopathologic patterns as observed in the domestic dog, suggesting that this wild species may serve as a potential host for CDV. Key words: canine distemper virus. Emerging infectious diseases. Comparative pathology. Wild carnivores. Procionids.
Biblioteca responsável: BR68.1