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Toxoplasma gondii E INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (SÍFILIS, HCV, HIV) EM PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA DE SÃO PAULO, SUDESTE DO BRASIL

LAIS GIULIANI FELIPETTO.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-220557

Resumo

Pessoas em situação de rua foram classificadas como um dos grupos mais vulneráveis do mundo, juntamente com refugiados e pessoas privadas de liberdade. A ausência de dados populacionais e epidemiológicos específicos da população em situação de rua faz com que as prevalências de enfermidades, bem como os índices de natalidade e mortalidade sejam subestimados. Porém, é sabido que há superexposição desses indivíduos e dificuldade de acesso à saúde. Além disso, há poucos estudos abordando o aspecto sanitário dessa população no Brasil e no mundo, tanto com relação a zoonoses, como infecções sexualmente transmissíveis. Sendo assim, neste estudo o objetivo foi avaliar a ocorrência de Toxoplasma gondii e infecções sexualmente transmissíveis Treponema palladium (sífilis), vírus da hepatite C (HCV) e vírus da imunodeficiência humana (HIV) em indivíduos em situação de rua que frequentavam um Centro de Acolhimento na cidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. No primeiro capítulo da tese intitulado Serosurvey of anti- Toxoplasma gondii antibodies in homeless persons of São Paulo city, southeastern Brazil foi encontrada uma soropositividade para anti-T. gondii de 43/120 (35,8%) em pessoas em situação de rua, demonstrando uma prevalência menor do que na população em geral, provavelmente, devido ao hábito alimentar das pessoas em situação de rua de ingerir alimentos processados. No segundo capítulo Serosurvey of anti-Treponema pallidum (syphilis), anti-hepatitis C virus and anti-HIV antibodies in homeless persons of São Paulo city, southeastern Brazil, o inquérito sorológico nos indivíduos revelou que 30/116 (25,9%) apresentaram anticorpos anti-sífilis (21/116 com cicatriz sorológica e 9/116 com sífilis ativa); 4/116 (3,4%) anti-HCV, com dois coinfectados com sífilis; e 2/116 (1,7%) anti-HIV, ambos coinfectados com sífilis. A prevalência de sífilis encontrada no estudo foi a maior relatada, até o momento, em pessoas em situação de rua no mundo, associando profundamente a sífilis à vulnerabilidade, falta de medidas preventivas e de tratamento. No capítulo três Vulnerabilidade e sífilis: uma meta-análise foi abordada a prevalência de sífilis em populações vulneráveis, sendo que a soroprevalência geral entre os grupos analisados foi de 5%; os profissionais do sexo obtiveram 9%, seguido de pessoas privadas de liberdade 8%, pessoas em situação de rua 5% e refugiados 1%. O local do estudo com maior prevalência foi a América do Sul 12%, seguido do continente Africano 10% e com relação ao tempo, a década atual (2011 a 2020) apresentou o menor percentual 3%. A soroprevalência dos quatro grupos populacionais estudados foi alta e maior que a da população geral; uma vez que, esses indivíduos encontram-se em extrema vulnerabilidade e, frequentemente, possuem histórico e/ou hábitos que podem estar associados ao risco para sífilis. Dessa forma, torna-se necessário que países desenvolvidos e subdesenvolvidos promovam e incentivem políticas públicas específicas para o controle da sífilis nessas populações, principalmente com relação a acesso aos sistemas de saúde para diagnóstico e tratamento. Os dados aqui apresentados contribuem com a comunidade científica, a fim de preencher as lacunas do conhecimento em saúde sobre essa população e, com isso, mitigar o efeito da invisibilidade social desse segmento populacional no planejamento das políticas públicas.
Homeless persons have been classified as one of the most vulnerable group in the world, along with refugees and prisoners. The absence of specific population and epidemiological data on the homeless population causes the prevalence of illnesses, as well as the birth and mortality rates to be underestimated. However, it is known that there is overexposure of these individuals and difficulty access to health. In addition, there are few studies approaching the health of this population in Brazil and in the world, in relation to zoonoses and sexually transmitted infections. Therefore, this study aimed to evaluate the occurrence of Toxoplasma gondii and sexually transmitted infections - human immunodeficiency virus (HIV), Treponema palladium (syphilis) and hepatitis C virus (HCV) - in homeless persons in a major daytime attendance shelter of western São Paulo city, São Paulo, Brazil. The first chapter entitled Serosurvey of anti- Toxoplasma gondii antibodies in homeless persons of São Paulo city, southeastern Brazil, seropositivity for anti-T. gondii was found in 43/120 (35.8%) homeless persons, showed a lower prevalence than in the general population, probably due to homeless diet habit of eating mainly processed food intake. The second chapter entitled Serosurvey of anti-Treponema pallidum (syphilis), anti-hepatitis C virus and anti-HIV antibodies in homeless persons of São Paulo city, southeastern Brazil, serosurvey in homeless persons revealed 30/116 (25.9%) anti-syphilis (21/116 with lifetime and 9/116 with active syphilis); 4/116 (3.4%) anti-HCV, with two co-infected individuals with lifetime syphilis; and 2/116 (1.7%) anti-HIV, both co-infected with lifetime syphilis. Syphilis prevalence found in the study was the highest to date worldwide in homeless persons, deeply associating syphilis to homeless vulnerability, lack of preventive measures and treatment. The chapter three "Vulnerability and syphilis: a meta-analysis", the prevalence of syphilis in vulnerable populations was addressed, with the general seroprevalence among the groups analyzed being 5%; sex workers obtained a prevalence of 9%, followed by persons deprived of liberty 8%, homeless persons 5% and refugees 1%. The highest seroprevalence was found in South America 12%, followed by the African continent 10% and with relation to time, the current decade (2011 to 2020) presented the lowest percentage 3%. The seroprevalence of the four population groups studied was high and higher than that of the general population; since, these individuals are in extreme vulnerability and they often have a historic and/or habits that may be associated with the risk for syphilis. Thus, it is necessary for developed and underdeveloped countries to promote and incentive specific public policies for the control of syphilis in these populations, especially with regard to access to health systems for diagnosis and treatment. The data presented herein contribute to the scientific community, in order to fill to the lacuna in health knowledge about the homeless population in Brazil and, thus, mitigate the effect of social invisibility of this population segment in the planning of public policies.
Biblioteca responsável: BR68.1