Your browser doesn't support javascript.

Portal de Pesquisa da BVS Veterinária

Informação e Conhecimento para a Saúde

Home > Pesquisa > ()
Imprimir Exportar

Formato de exportação:

Exportar

Exportar:

Email
Adicionar mais destinatários

Enviar resultado
| |

CLINICAL AND LABORATORIAL EFFECTS AND IMMUNOGENICITY OF Loxosceles spp. VENOM PROTEINS IN HORSES PARTAKING IN ANTIVENOM PRODUCTION

ANA LUISA SOARES DE MIRANDA.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-220721

Resumo

O envenenamento por aranhas detém importância mundial no âmbito da saúde pública e alcança números cada vez mais significativos a cada ano. Acidentes envolvendo Loxosceles spp. detêm destaque nessa estatística, especialmente no Brasil. A soroterapia permanece sendo o único tratamento efetivo contra esse agravo e o seu processo produtivo enfrenta diversos problemas, uma vez que o mesmo é diretamente dependente da imunização de animais (principalmente cavalos) para o posterior processamento do plasma, o que possui implicâncias éticas referentes à bem estar animal. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é avaliar os efeitos clínicos causados pelo veneno de Loxosceles spp. em equinos submetidos a imunização para produção de antiveneno, assim como o de coelhos submetidos a um procedimento de imunização semelhante. No experimento 1, 11 equinos hígidos, nunca antes imunizados, foram avaliados em três momentos experimentais distintos: T0 (antes da imunização); T1 (após o primeiro ciclo de imunização); e T2 (após a primeira sangria comercial). Os animais foram avaliados clinicamente, submeteram-se à coleta de sangue e ao exame eletrocardiográfico (ECG). Achados clínicos de destaque recaíram sobre a presença de abscessos subcutâneos supurados atribuídos ao emprego de adjuvantes de Freund e tromboflebites devido às venopunções sistemáticas. Equinos em T2 apresentaram as alterações hematimétricas mais relevantes, com redução do hematócrito (PCV), contagem de células vermelhas (RBC) e de hemoglobina. Funções hepática e renal permaneceram normais. A hiperproteinemia diagnosticada foi atribuída ao aumento do teor de globulinas, O ECG ilustrou arritmias em poucos equinos em T2, como bloqueio átrio-ventricular de segundo grau (BAV-2) e aumento em amplitude de ondas T e R. No experimento 2, sete equinos, os quais já haviam sido submetidos à seis ou mais ciclos completos de imunização para produção de antiveneno, foram avaliados e denominados grupo imunizado (GI). Onze equinos, sob o mesmo manejo, foram dispostos como grupo controle (GC). GI apresentou menor PCV e RBC, apesar de mantê-los dentro dos índices de referência para a espécie. A função renal não se apresentou comprometida, mas as enzimas hepáticas apresentaram-se elevadas em relação ao GC, provavelmente devido ao alto requerimento de produção de imunoglobulinas. O ECG ilustrou anormalidades de traçado no GI, corroboradas com o aumento na enzima creatina quinase em sua fração MB (CK-MB). No experimento 3, 11 coelhos machos Nova Zelândia foram utilizados. Cinco foram alocados no grupo controle (GC), recebendo adjuvante (montanide) e tampão salina-fosfato. Os seis coelhos restantes receberam 21g de veneno de Loxosceles spp. empregando como adjuvante o montanide (GV). Após cinco ciclos de imunização, um desafio foi realizado com 7g de veneno de L. intermedia, com posterior mensuração das lesões dermonecróticas. Os coelhos foram eutanasiados e amostras de órgãos e tecidos foram coletados para análise histopatológica. Nenhum parâmetro sanguíneo referente ao eritrograma mostrou-se alterado significativamente, mas a contagem total de leucócitos foi maior em GV, corroborando com a ação quimiotáxica neutrofílica já descrita para o veneno. Fígado e rins mantiveram a função preservada de acordo com a análise de bioquímica sérica. O ECG não demonstrou alterações entre grupos e momentos experimentais. A histopatologia elucidou uma tendência do veneno loxoscélico em induzir cardio/reno e hepatotoxicidade, tanto de forma direta como indireta. Conclui-se que apesar de o veneno possui ação cardio/reno e hepatotóxica, ambos coelhos e equinos mantiveram-se em condições clínicas adequadas. Uma maior deve ser dada aos equinos no período pós-sangria, devendo os mesmos serem acompanhados. A reinfusão de papa de hemácias é uma sugestão para esses animais.
Spider envenomation holds worldwide importance in public health and reaches significant and increasing numbers every year. Loxosceles spp. plays an important role in these statistics, especially in Brazil. Antivenom remains the only effective treatment against this ailment, and its production faces several hindrances since it depends on immunizing animals (mainly horses) and later processing their plasma, which leads to increasing animal welfare concerns. Therefore, the aim of this study is to evaluate the general clinical effects of Loxosceles spp. venom in horses that underwent immunization protocols for loxoscelic antivenom procurement, as well as those in rabbits who underwent a shorter immunization protocol. In experiment 1, eleven healthy horses, never immunized, were evaluated on three different periods: T0 before immunization; T1 after their first loxoscelic antivenom immunization; and T2 after their first commercial bleeding. Horses were clinically evaluated, sampled for blood, and underwent electrocardiographic (ECG) recordings. Significant clinical findings were the several suppurated subcutaneous abscesses due to the use of Freunds adjuvants and thrombophlebitis due to systematic venipunctures for commercial bleeding procedures. Horses at T2 presented the most blood alterations, including reduced packed cell volume (PCV), red blood cells (RBC), and hemoglobin. Liver and renal functions were unaffected. Hyperproteinemia occurred due to increase in globulin levels. ECG showed arrhythmias in few horses in T2, such as second-degree atrioventricular block (AVblock), as well as an increase in T and R waves. On experiment 2, seven crossbred horses, who had partaken in six or more complete antivenom-producing cycles, were used and established as the immunized group (IG). Eleven horses, under the same handling and general management, were established as the control group (CG). IG presented lower red blood cell count and packed cell volume, despite keeping values within inferior limits for the species. Renal function was not impaired, but liver-related enzymes were higher when compared to CG, probably due to liver exertion from immunoglobulin synthesis. ECG showed some abnormalities in IG, corroborated by increase in creatine kinase/isoenzyme MB fraction (CK-MB). In experiment 3, eleven male New Zealand rabbits were used. Five were allocated as a control group (CG), that received adjuvant (montanide) and phosphate-buffer saline. The six remaining rabbits received 21g of Loxosceles spp. venom using montanide as adjuvant (VG). After five immunization cycles, a trial with 7g of L. intermedia was performed, and dermonecrotic lesions were measured. Rabbits were then euthanized, and their organs harvested for histopathology analysis. No erythrocyte-related parameter showed significance, but white blood cell count was higher in VG, corroborating with venoms neutrophil chemotaxis. Liver and kidney functions were also preserved according to blood biochemical panel. ECG showed no alteration between experimental groups and evaluation periods. Histopathology showed a tendency for loxoscelic venom to produce a direct and indirect cardiotoxicity, renal toxicity, and hepatotoxicity. It was concluded that despite loxoscelic venom exerts cardiotoxicity, hepatotoxicity, and renal toxicity, both rabbits and horses were kept within acceptable clinical conditions. A crucial point to be highlighted is bleeding for industrial antivenom production, when horses should receive greater attention and perhaps reinfusion with suspended red blood cells.
Biblioteca responsável: BR68.1