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DETERMINAÇÃO DE BIOMARCADORES NO SANGUE E FLUIDO CEREBROESPINHAL DE CÃES COM AFECÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

BRUNO CESAR ELIAS.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-220884

Resumo

Lesões encefálicas podem causar debilitações severas em humanos, gerando a necessidade de formas de monitoramento não invasiva que possam servir como método auxiliar no monitoramento, e como fatores prognósticos de curto e longo prazo nestes pacientes. Dentre estes métodos a mensuração de biomarcadores no soro e/ou líquido cerebroespinhal (LCE), a exemplo da Enolase Neuronal Especifica (NSE), da Proteína Ácida Fibrilar Glial (GFAP) e do Lactato, apresentam resultados promissores. Na medicina veterinária, pesquisas similares utilizando os mesmos biomarcadores foram realizadas em cães com afecções do sistema nervoso central, porém, há escassez de dados relacionando-os resultados a aplicabilidade destes na prática clínica como fatores prognósticos. Desta forma doenças de curso agudo e progressivo a exemplo as meningoencefalites infecciosas, e doenças que podem se tornar crônicas, a exemplo das meningoencefalites de causa desconhecida (MOD), o monitoramente em curto e longo prazo usualmente se baseia em avaliações periódicas para realização do exame neurológico; esta avaliação per se pode conter algo de subjetivo o que enfraquece a possibilidade de inferências mais acuradas sobre prognóstico, principalmente em longo prazo. Assim sendo, na busca por um método auxiliar para o monitoramento e que possa servir como fator prognóstico de afecções neurológicas em cães, o objetivo deste estudo foi avaliar se existe correlação entre as mensurações dos biomarcadores citados em amostras de LCE e sangue de cães com doença do sistema nervoso central, e investigar a aplicabilidade destes como fator prognóstico. Para isso foram realizados dois estudos: o primeiro caracterizou-se como transversal prospectivo, no qual foram utilizados 21 cães com afecções do sistema nervoso central. Utilizando-se de amostras de LCE e sangue obtidas no mesmo momento, para a mensuração do lactato no LCE e no plasma imediatamente após a coleta, e para a posterior mensuração da NSE e GFAP foi utilizado amostras de LCE e soro, armazenadas a - 80 o C. Para quantificação da NSE e GFAP foi utilizado o método de ELISA. A avaliação estatística descritiva dos dados foi realizada por meio de média e mediana, e para avaliar a correlação entre os resultados foi utilizado o coeficiente spearman. O resultados obtidos foram os seguintes, respectivamente: NSE do LCE e soro com mediana de 127,23 ng/ml e 76.63 ng/ml; GFAP no LCE e no soro com mediana de 0,67 ng/ml e 0 ng/ml; lactato no LCE e no plasma com mediana de 2,2 mmol/L e 3,10 mmol/L. Somente a NSE e o lactato apresentaram correlação entre os valores do LCE e do soro, sendo 0,60 (p=0,009) e 0,56 (p=0,059), respectivamente. Por questões éticas não se realizou a colheita de LCE de cães saudáveis e, portanto, admitiu-se para fins de controle os resultados obtido em outros estudos, em que os pesquisadores mensuraram a NSE e GFAP no LCE e soro, e lactato no LCE e plasma de cães saudáves. Nesse estudo concului-se que a NSE, GFAP e o lactato estavam aumentados e que valores elevados de NSE estão associados a condições graves e, portanto, podem ser utilizadas como exame complementar na avaliação e monitoramento de cães com afecções sistema nervoso central. No segundo estudo foram analisados retrospectivamente os dados de 25 cães, os quais foram distribuídos em dois grupos, um denominado de grupo meningoencefalite (GM) composto por animais com diagnóstico de MOD e outro designado de grupo controle (GC) composto por 5 animais saudáveis. Foram utilizadas amostras de LCE e soro. As amostras do GM foram obtidas no momento do diagnóstico e armazenadas a -80oC para posterior mensuração dos biomarcadores NSE e GFAP por meio de teste de ELISA. Para as inferências a respeito da sobrevida (prognóstico em longo prazo) utilizou-se o teste estatístico de Kaplan Meyer com o objetivo de se definir a média do tempo de sobrevida em dias dos cães do GM, e a curva característica de operação do receptor (ROC) para determinar o melhor ponto de corte dos biomarcadores em função da média de sobrevida. As mensurações de NSE do GM em amostras de LCE e soro apresentaram valores maiores do que o GC, enquanto a GFAP foi expressa apenas nas amostras de LCE. A média de sobrevida do GM foi de 62 dias, o ponto de corte e a acurácia dos biomarcadores para prever o óbito e piora clínica antes da média de sobrevida foram: LCE-NSE 84,53 ng/ml (85%); soro-NSE 113,47 ng/ml (67,5%); LCE-GFAP 6,93 ng/ml (30%). Não houve correlação entre as amostras de LCE e soro dos biomarcadores. Portanto, conclui-se que os valores de NSE no LCE e soro podem ser utilizados como fator prognóstico de longo prazo para cães com MOD.
Brain injuries can cause severe debilitations in humans, generating the need for non-invasive forms of monitoring that can serve as an auxiliary method in monitoring, and as short and long-term prognostic factors in these patients. Among these methods, the measurement of biomarkers in serum and/or cerebrospinal fluid (CSF), such as Specific Neuronal Enolase (NSE), Glial Fibrillar Acid Protein (GFAP), and Lactate, show promising results. In veterinary medicine, similar research using the same biomarkers has been carried out in dogs with central nervous system disorders, however, there is a lack of data relating the results to their applicability in clinical practice as prognostic factors. Thus, diseases of acute and progressive course, such as infectious meningoencephalitis, and diseases that can become chronic, such as meningoencephalitis of unknown origin (MUO), the short- and long-term monitoring is usually based on periodic evaluations to perform the neurological exam; this assessment per se may contain something subjective, which weakens the possibility of more accurate inferences about prognosis, especially in the long term. Therefore, in the search for an auxiliary method for monitoring that can serve as a prognostic factor for neurological disorders in dogs, the objective of this study was to evaluate whether there is a correlation between the measurements of the biomarkers mentioned in samples of CSF and blood of dogs with disease central nervous system, and to investigate their applicability as a prognostic factor. For this, two studies were carried out: the first was characterized as a prospective cross-section, in which 21 dogs with central nervous system disorders were used. Using CSF and blood samples obtained at the same time, for the measurement of lactate in the CSF and the plasma immediately after collection, and for the subsequent measurement of the NSE and GFAP, samples of CSF and serum, stored at -80 o C. The ELISA method was used to quantify NSE and GFAP. The descriptive statistical evaluation of the data was performed using means and medians, and to assess the correlation between the results, the spearman coefficient was used. The results obtained were as follows, respectively: NSE of CSF and serum with a median of 127.23 ng/ml and 76.63 ng/ml; GFAP in CSF and serum with a median of 0.67 ng/ml and 0 ng/ml; lactate in CSF and plasma with a median of 2.2 mmol/L and 3.10 mmol/L. Only the NSE and the lactate showed the correlation between the values of the CSF and the serum, being 0.60 (p = 0.009) and 0.56 (p = 0.059), respectively. For ethical reasons, CSF was not collected from healthy dogs and, therefore, the results obtained in other studies was admitted for control purposes, in which the researchers measured the NSE and GFAP in the CSF and serum, and lactate in the CSF and plasma of healthy dogs. In this study, it is suggested that NSE, GFAP, and lactate were increased and that high values of NSE are associated with severe conditions and, therefore, can be used as a complementary exam in the evaluation and monitoring of dogs with central nervous system diseases. In the second study, data from 25 dogs were retrospectively analyzed, which were divided into two groups, one called the meningoencephalitis group (MG) composed of animals diagnosed with MUO and the other designated as a control group (CG) composed of 5 healthy animals. Samples of CSF and serum were used. MG samples were obtained at the time of diagnosis and stored at -80oC for later measurement of the NSE and GFAP biomarkers using an ELISA test. For inferences about survival (long-term prognosis), the Kaplan Meyer statistical test was used to define the average survival time in days of the MG dogs, and the characteristic operation curve of the recipient (ROC) to determine the best cut-off point for biomarkers as a function of mean survival. Measurements of NSE of MG in CSF and serum samples showed higher values than the CG, while GFAP was expressed only in CSF samples. The mean survival of the MG was 62 days, the cutoff point and the accuracy of the biomarkers to predict death and clinical worsening before the average survival was: CSF-NSE 84.53 ng/ml (85%); serum-NSE 113.47 ng/ml (67.5%); CSF-GFAP 6.93 ng/ml (30%). There was no correlation between the samples of CSF and serum from biomarkers. Therefore, it is concluded that the NSE values in the LCE and serum can be used as a long-term prognostic factor for dogs with MUO. Key words: Central Nervous System, Central Nervous System Diseases, Central Nervous System Infections, Encephalitis, Meningoencephalitis, Myelitis, Specific Neuron Enolase, Glial Fibrillary Acid Protein, L-Lactate Dehydrogenase, Prognosis.
Biblioteca responsável: BR68.1