EFEITO DO TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE NO ESTRESSE OXIDATIVO DO MÚSCULO PERIFÉRICO DE RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS

RESUMO

Efeito do treinamento intervalado de alta intensidade no estresse oxidativo do músculo periférico de ratos espontaneamente hipertensos O sedentarismo é fator de risco para desenvolvimento e progressão de diversas doenças que causam incapacidades e o exercício físico é o melhor método de combate. Os exercícios do tipo intervalado de alta intensidade (HIIT) têm sido evidenciados em indivíduos com hipertensão arterial (HA) e tem como característica otimizar o tempo e promover maior adesão, além de serem superiores aos exercícios aeróbios contínuos por oferecer maiores ganhos de aptidão cardiorrespiratória (VO2 máximo). A elevação contínua da pressão arterial, pode evoluir a HA para insuficiência cardíaca (IC), gerando manifestações musculares, como o aumento do estresse oxidativo na musculatura esquelética. O complexo NADPH oxidase é uma fonte geradora de espécies reativas de oxigênio (EROs). Dentre suas vias de sinalização estão o Nf-Kb e o Ik-B. Ainda não estão elucidados a influência do HIIT nos mecanismos bioquímicos e moleculares no músculo periférico. Sendo o sedentarismo gerador de complicações, investigar essas estratégias de controle é essencial. A hipótese do estudo é que o HIIT produz efeitos benéficos em relação ao estresse oxidativo na musculatura periférica de hipertensos por meio da redução de citocinas pró-inflamatórias, vias de sinalização e fontes geradores de EROs. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito do HIIT sobre o estresse oxidativo do músculo periférico de ratos espontaneamente hipertensos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentos Animais (Protocolo CEUA 1167-2016). Foram utilizados 25 ratos com 12 meses, divididos em sedentários (SHR, n=9), treinamento HIIT (HIIT, n=10) e Wistar Kyoto controle (WKY, n=6). Foram familiarizados com o HIIT por uma semana por 10 minutos na esteira. Foi realizado teste de esforço incremental até a exaustão para graduar a intensidade do exercício. O HIIT foi executado cinco vezes por semana, durante oito semanas. Foi aferido antes e após o treinamento a pressão arterial sistólica (PAS) e realizado o teste de capacidade máxima ao exercício. No músculo tibial anterior realizamos as análises Capacidade Antioxidante Hidrofílica (CAH), Peroxidação Lipídica (MDA), Carbonilação Proteica, dosagem de interleucina-6 e fator de necrose tumoral-alfa. A expressão gênica foi realizada pela RT-qPCR das vias do NFk-B, Ik-B, e das subunidades do NADPH oxidase (NOX 2, NOX 4, p22 phox e p47 phox). Para comparação entre grupos e tratamentos foi utilizado ANOVA One-Way seguido de Tukey ou Kruskal-Wallis e Dunns ou Tukey-Kramer e teste de contraste ortogonal (p<0,05). Houve aumento das citocinas pró-inflamatórias (interleucina-6 e fator de necrose tumoral alfa) no grupo HIIT em comparação com o grupo WKY (p<0,05) e alteração da expressão gênica das fontes geradoras de EROs, evidenciado pela diminuição do NOX2 e Ik-B no grupo HIIT em comparação com o grupo WKY (p<0,05). Conclui-se que o HIIT produz efeitos benéficos superiores, em relação ao estresse oxidativo, em ratos hipertensos quando comparados aos ratos saudáveis e sedentários.

ABSTRACT

Effect of high-intensity interval training without oxidative stress on the peripheral muscle of spontaneously hypertensive rats Sedentary lifestyle is a risk factor for the development and progression of several diseases that cause disabilities and physical exercise is the best method of combat. High intensity interval (HIIT) exercises have been shown in patients with arterial hypertension (AH) and can optimize time and promote greater adherence, in addition to being superior to continuous aerobic exercises by larger consumers of cardiorespiratory use (maximum VO2). The continuous elevation of blood pressure can evolve to an AH for heart failure (HF), generating muscle manifestations, such as an increase in oxidative stress in skeletal muscles. The NADPH oxidase complex is a source of reactive oxygen species (ROS). Among its signaling pathways are Nf-Kb and Ik-B. There are still no studies on the influence of HIIT on biochemical and molecular mechanisms in peripheral muscle. Being the seductive generator of complications, investigating these control strategies is essential. The study hypothesis is that HIIT produces beneficial effects in relation to oxidative stress in the peripheral muscles of hypertensive patients through the reduction of pro-inflammatory cytokines, signaling pathways and sources of ROS. The aim of the study was to evaluate the effect of HIIT on the oxidative stress of peripheral muscle in spontaneously hypertensive rats. The study was approved by the Ethics Committee on Animal Experiments (Protocol CEUA 1167-2016). Twenty-five 12-month-old rats were used, divided into sedentary (SHR, n = 9), HIIT training (HIIT, n = 10) and Wistar Kyoto control (WKY, n = 6). We are familiar with HIIT for a week for 10 minutes on the treadmill. An incremental effort test was carried out to the hood to measure the intensity of the exercise. HIIT was run five times a week for eight weeks. It was measured before and after training for systolic blood pressure (SBP) and performed or the test of maximum exercise capacity. No anterior tibial muscle was performed as analyzes Hydrophilic Antioxidant Capacity (CAH), Lipid Peroxidation (MDA), Protein Carbonylation, Interleukin-6 Dosage and Tumor Necrosis Factor-alpha. Genetic expression was performed by RT-qPCR of the NFk-B, Ik-B and NADPH oxidase subunits (NOX 2, NOX 4, p22 phox and p47 phox) subunits. For comparison between groups and procedures used ANOVA, One-Way, followed by Tukey or Kruskal-Wallis and Dunn or Tukey-Kramer and orthogonal contrast test (p <0.05). There was an increase in proinflammatory cytokines (interleukin-6 and tumor necrosis factor alpha) in the HIIT group compared to the WKY group (p <0.05) and alteration in the genetic expression of the sources of ROS, evidenced by NOX2 Ik- B in the HIIT group compared to the WKY group (p <0.05). It was concluded that HIIT produces superior beneficial effects, in relation to oxidative stress, in hypertensive rats when compared to adult and sedentary rats.