Your browser doesn't support javascript.

Portal de Pesquisa da BVS Veterinária

Informação e Conhecimento para a Saúde

Home > Pesquisa > ()
Imprimir Exportar

Formato de exportação:

Exportar

Exportar:

Email
Adicionar mais destinatários

Enviar resultado
| |

Hipocalcemia clínica e metrite em vacas leiteiras no período de transição

FELIPE EDUARDO DAL MAS.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-221764

Resumo

No período de transição, parâmetros sanguíneos podem auxiliar na compreensão e monitoramento de doenças. O objetivo deste trabalho foi avaliar alterações sanguíneas, características clínicas e doenças concomitantes de vacas com hipocalcemia, metrite e metrite associada à cetose. Foram avaliadas 15 vacas com hipocalcemia clínica, com cálcio sérico 8mg/dL, resposta positiva ao tratamento e decúbito esternal (n=7) ou lateral (n=8). A metrite foi constatada em 26 vacas, pelo aumento de volume uterino e alteração de corrimento vaginal alterado, classificada em metrite leve (n=4), moderada (n=17) e grave (n=5). Foi avaliada presença de retenção de placenta, mastite, cetose, deslocamento de abomaso e outras doenças, e na ausência destas afecções, a vaca foi considerada sadia, pertencendo ao grupo controle (n=20). Vacas com metrite foram divididas em grupo com (n=13) e sem cetose associada (n=13). Foi avaliado número de dias pós-parto, número de partos, raça e ECC (1-5). O sangue foi coletado no primeiro mês pós-parto, para mensuração da concentração sanguínea de glicose, beta-hidroxibutirato, cálcio total, fósforo, magnésio, colesterol, triglicerídeos, ureia, creatinina, proteínas totais, albumina, globulinas, fibrinogênio, além da determinação das atividades séricas da AST, FA, GGT, CK, e realização do hemograma. Grupos hipocalcemia e metrite foram comparados ao grupo controle, e também comparados os grupos metrite com e sem cetose associada, através do Teste-t não pareado e teste de Mann Whitney (p0,05). Resultados de vacas com metrite e hipocalcemia foram comparados a intervalos de referência. Foram avaliadas correlações através de coeficiente de Pearson e correlação de Spearman (p0,05). A hipocalcemia clínica ocorreu nos primeiros dias após o parto, afetou vacas a partir da terceira lactação e a raça Jersey e seus cruzamentos tiveram correlação com menores concentrações séricas de cálcio e fósforo. O grupo hipocalcemia apresentou redução das concentrações séricas de cálcio, fósforo e colesterol; presença de indicadores de desidratação como policitemia, hiperproteinemia, hiperalbuminemia e azotemia. A hiperglicemia e a leucocitose por neutrofilia foram comuns, podendo ser consequência do aumento do cortisol. O aumento de CK indicou lesão muscular, alteração comum devido ao decúbito. A hipocalcemia clínica foi associada a outras doenças, como mastite (47%), retenção de placenta (20%) e cetose tipo 2 (13%). A metrite afetou vacas nas primeiras três semanas após o parto. Os quadros menos graves de metrite foram mais associadas ao histórico de distocia e se manifestaram com maior número de dias após o parto, levando principalmente à neutrofilia e hiperglobulinemia. Já quadros mais graves foram associados principalmente à retenção de placenta, manifestando-se mais próximos ao parto, levando principalmente à neutropenia e desvio à esquerda. Houve também hiperfibrinogenemia e hipoalbuminemia, sugestivos do quadro inflamatório, além de redução das concentrações de cálcio, fósforo e magnésio no grupo metrite. A associação da cetose e metrite foi comum (50%), principalmente em vacas da raça Jersey e com ECC mais alto, levando ao aumento de beta-hidroxibutirato e redução de glicose e fósforo. Houve também aumento do hematócrito, hemoglobina e creatinina, que sugerem desidratação e, houve aumento de atividade sérica da AST e CK, sugerindo lesão hepática e maior catabolismo muscular, respectivamente.
In the transition period, blood parameters can assist in the understanding and monitoring of diseases. The aim of this study was to evaluate blood changes, clinical characteristics and concomitant diseases in cows with hypocalcemia, metritis and metritis associated with ketosis. Fifteen cows with clinical hypocalcemia, with serum calcium 8mg / dL, positive response to treatment and sternal (n=7) or lateral (n=8) decubiturs were evaluated. Metritis was found in 26 cows, due to increased uterine volume and altered vaginal discharge, classified as mild (n=4), moderate (n=17) and severe (n=5). The presence of retained placenta, mastitis, ketosis, displacement of the abomasum and other diseases were evaluated, and in the absence of these diseases, the cow was considered healthy, belonging to the control group (n=20). Metritic cows were divided into groups with (n=13) and without associated ketosis (n=13). The number of days postpartum, number of deliveries, breed and ECC (1-5) were evaluated. Blood was collected in the first postpartum month to measure blood glucose, beta-hydroxybutyrate, total calcium, phosphorus, magnesium, cholesterol, triglycerides, urea, creatinine, total proteins, albumin, globulins, fibrinogen, to determine the serum activities of AST, FA, GGT, CK, and complete blood count. The hypocalcemia and metritis groups were compared to the control group, and the metritis groups with and without associated ketosis were also compared, using the unpaired T-test and Mann Whitney test (p0.05). Results from cows with metritis and hypocalcemia were compared at reference intervals. Correlations were assessed using Pearson's coefficient and Spearman's correlation (p0.05). Clinical hypocalcemia occurred in the first days after calving, affected cows from the third lactation, and the Jersey breed and their crossbreeding correlated with lower serum concentrations of calcium and phosphorus. The hypocalcemia group showed a reduction in serum concentrations of calcium, phosphorus and cholesterol; presence of dehydration indicators such as polycythemia, hyperproteinemia, hyperalbuminemia and azotemia. Hyperglycemia and leukocytosis due to neutrophilia were common, and may be due to an increase in cortisol. The increase in CK indicated muscle damage, a common change due to decubitus. Clinical hypocalcemia has been associated with other diseases, such as mastitis (47%), retained placenta (20%) and ketosis type 2 (13%). Metritis affected cows in the first three weeks after calving. Less severe metritis was more associated with a history of dystocia and manifested with a greater number of days after delivery, leading mainly to neutrophilia and hyperglobulinemia. More severe conditions were associated mainly with the placental retention, manifesting closer to delivery, leading mainly to neutropenia and left shift. There was also hyperfibrinogenemia and hypoalbuminemia, suggestive of the inflammatory condition, in addition to reduced concentrations of calcium, phosphorus and magnesium in the metritis group. The association of ketosis and metritis was common (50%), mainly in Jersey cows and with higher ECC, leading to an increase in beta-hydroxybutyrate and a reduction in glucose and phosphorus. There was also an increase in hematocrit, hemoglobin and creatinine, which suggest dehydration, and there was an increase in serum activity of AST and CK, suggesting liver damage and greater muscle catabolism, respectively.
Biblioteca responsável: BR68.1