EFEITO DA OZONIOTERAPIA NA REPARAÇÃO DE FRATURAS EXPERIMENTAIS EM FÊMUR DE COELHOS

RESUMO

Objetivou-se avaliar o efeito da ozonioterapia na reparação de fraturas experimentais em fêmures de coelhos por meio de avaliação clínica, radiográfica e histológica. Foram utilizados 24 coelhos (Oryctolagus cuniculus) da raça Nova Zelândia, machos, que foram submetidos à osteotomia femoral e osteossíntese e divididos aleatoriamente em dois grupos controle (n=12), que não recebeu tratamento complementar e ozônio (n=12) que recebeu ozonioterapia por vias subcutânea e retal no pós-operatório. O exame clínico dos animais foi realizado diariamente com inspeção da ferida cirúrgica e palpação femoral para verificar a existência de reação inflamatória, instabilidade do foco de fratura, atrofia muscular e sensibilidade dolorosa. Avaliações radiográficas foram realizadas no pós-operatório imediato e após 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias, utilizando uma escala adaptada para classificação dos escores de alinhamento, aparato, aposição e atividade biológica. Realizou-se avaliação histológica aos 45 e 90 dias de pós-operatório. A análise estatística para dados não paramétricos e não pareados foi realizada pelo teste de Mann Whitney, e para dados não paramétricos e pareados pelo teste Wilcoxon. Os dados paramétricos foram analisados pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-WilkK e as médias comparadas pelo teste T de Student. Clinicamente os animais se recuperaram bem no pós-operatório, sem apresentarem complicações. Não houveram diferenças significativas entre as medianas dos escores de alinhamento, aparato, aposição, reação periosteal, formação de calo ósseo, ponte óssea, linha de osteotomia e remodelação nos grupos controle e ozônio em nenhum dos tempos avaliados. Entretanto, quando comprado dentro do mesmo grupo, houve aumento significativos dos escores de formação de calo ósseo e de ponte óssea aos 15 e 30 dias em ambos os grupos experimentais. Houveram aumentos significativos dos escores de linha de osteotomia aos 15, 30 e 45 dias em ambos os grupos e no escore de remodelação aos 90 dias no controle e aos 45 dias no ozônio. A mediana do escore de atividade biológica do grupo ozônio foi superior ao controle aos 30 dias. A área de neoformação óssea foi maior no grupo ozônio quando comparada ao controle aos 45 e 90 dias de pós-operatório. Observou-se redução na área de osso neoformado no grupo ozônio aos 90 dias quando comparada aos 45 dias de pós-operatório. A contagem de osteócitos foi maior no grupo ozônio quando comparada ao controle aos 90 dias de pós-operatório. Conclui-se que o ozônio favoreceu a reparação de fraturas por meio do aumento do número de osteócitos e da secreção de matriz óssea.

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the effect of ozone therapy on feeding experimental fractures in rabbit femurs through clinical, radiographic and histological evaluation. Twenty-four New Zealand male rabbits (Oryctolagus cuniculus) were used, which were broken by femoral osteotomy and osteosynthesis and randomly divided into two groups control (n=12), who did not receive complementary treatment and ozone (n=12) who received ozone therapy via subcutaneous and rectal routes in the postoperative period. The clinical examination of the animals was performed daily with inspection of the surgical wound and femoral palpation to check for the existence of an inflammatory reaction, instability of the fracture site, muscle atrophy and pain sensitivity. Radiographic evaluations were carried out in the immediate postoperative period and after 15, 30, 45, 60, 75 and 90 days, using an adapted scale for classification of alignment, apparatus, apposition and biological activity scores. Histological evaluation was performed at 45 and 90 days after surgery. Statistical analysis for non-parametric and unpaired data was performed using the Mann Whitney test, and for non-parametric and paired data using the Wilcoxon test. Parametric data were analyzed using the Kolmogorov-Smirnov and Shapiro-Wilk tests and the means were compared using the Student's T test. Clinically, the animals recovered well in the postoperative period, without any complications. There were no significant differences between the median scores for alignment, apparatus, apposition, periosteal reaction, bone callus formation, bone bridge, osteotomy line and remodeling in the control and ozone groups in any of the evaluated times. However, when purchased within the same group, there was a significant increase in bone callus formation and bone bridge scores at 15 and 30 days in both experimental groups. There were significant increases in the osteotomy line scores at 15, 30 and 45 days in both groups and in the remodeling score at 90 days in the control and at 45 days in ozone. The median biological activity score of the ozone group was higher than the control at 30 days. The area of bone neoformation was greater in the ozone group when compared to the control at 45 and 90 days after surgery. There was a reduction in the area of newly formed bone in the ozone group at 90 days when compared to 45 days after surgery. Osteocyte counts were higher in the ozone group when compared to the control group at 90 days after surgery. It is concluded that ozone favored fracture repair by increasing the number of osteocytes and the secretion of bone matrix.