Your browser doesn't support javascript.

Portal de Pesquisa da BVS Veterinária

Informação e Conhecimento para a Saúde

Home > Pesquisa > ()
Imprimir Exportar

Formato de exportação:

Exportar

Exportar:

Email
Adicionar mais destinatários

Enviar resultado
| |

UTILIZAÇÃO DA MATRIZ EXTRACELULAR CORNEAL DE TILÁPIA NA CERATOPLASTIA LAMELAR EXPERIMENTAL EM SUÍNOS E APLICADA A AFECÇÕES CORNEAIS EM CÃES E GATO

ROBERIO SILVEIRA DE SIQUEIRA FILHO.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-222330

Resumo

A córnea é a estrutura mais anterior do olho, e quando encontra-se hígida, é lisa, esférica e transparente. As afecções corneais podem ser causadas por vários fatores e se não tratadas corretamente, podem levar a perda da visão. Devido a escassez de estudos no Brasil sobre a utilização da matriz extracelular corneal (MEC), objetivou-se utilizar a matriz extracelular corneal de tilápia (MECT) em córneas de suínos submetidos a ceratoplastia e em cães e gato com enfermidades corneais. Para a realização dos estudos in vitro, as córneas de tilápia foram descelularizadas utilizando o hidróxido de sódio (0,5 M) e conservadas em solução de Dulbeccos modified minimum essencial medium (DMEN) associada ao glicerol. As mesmas foram avaliadas através da extração e quantificação do DNA, onde ocorreu uma diferença estatística do DNA antes da descelularização (10,43 ± 3,84 ng/mg) e após a descelularização (4,6 ± 2,15 ng/mg). No teste microbiológico não foram observadas a presença de contaminantes e no cultivo celular observou-se que as células Madin Darby Bovine Kidney (MDBK), 3T3-L1 e fibroblasto bovinos se desenvolveram na MECT. Já nos estudos in vivo, observou-se a opacidade corneal em todos os animais do grupo ceratectomia (CT) e em 92,8% (13/14) dos animais do grupo ceratoplastia (CP). A vascularização corneal esteve presente em 92,8% (13/14) dos animais do grupo CP até os 30 dias de pós-operatório (PO), e esteve ausente aos 60 dias de PO no grupo CP e grupo CT. Na avaliação histológica foram observados a presença de vasos nos subgrupos CP15 e CP30, e não foram observados vasos no subgrupo CP60. A reeepitelização corneal esteve presente em todos os animais dos subgrupos CP e CT e pôde-se observar através da coloração pelo tricrômio de gomory que a MECT se integrou à córnea receptora. Após a realização dos estudos experimentais, as MECTs foram utilizadas em dois cães com úlceras profundas e um gato com sequestro corneano. Após a ceratectomia, a MECT foi suturada na córnea receptora utilizando poliglactina nº 8-0 no canino 1 e felino e mononylon nº 10-0 no canino 2. O tratamento prescrito no PO consistiu no uso de antibiótico e cicloplégico tópico e anti-inflamatório sistêmico. Com 30 dias de PO, utilizou-se o corticóide tópico. Na avaliação do PO com sete dias, a reepitelização esteve presente em todos os animais e com 60 dias de PO as córneas apresentaram-se translúcidas nos três pacientes. No canino 1 observouse a presença de pigmentação em faixa e na área da ceratoplastia, enquanto que no canino 2 e felino, visualizou-se a presença de uma nébula na área do enxerto. Desta forma, a MECT permitiu o crescimento celular, sem efeito citotóxico, sendo integrada na córnea suína, e a mesma foi eficaz no tratamento do sequestro corneal em felino e úlceras complicadas em caninos.
The cornea is the most anterior structure of the eye and when healthy, it is smooth, spherical and transparent. Corneal disorders can be caused by several factors and if is not treated correctly, can lead to loss of vision. Due to the lack of studies in Brazil on the use of corneal extracellular matrix (ECM), the objective of this study was to evaluate corneal extracellular matrix of tilapia (TECM) in corneas of pigs experimentally submitted to keratoplasty and subsequent use for the treatment of dogs and cat with corneal diseases. Corneas of tilapia were decellularized with sodium hydroxide (0.5 M) and preserved in DMEM with glycerol solution for further in vitro analysis. Corneas were evaluated by the extraction and quantification of DNA and the statistical analysis of DNA had different results before (10.43 ± 3.84 ng/mg) and after decellularization (4.6 ± 2.15 ng/mg). TECM cultures showed no microbiological contaminants and cell cultures supported the growth of bovine MDBK, 3T3-L and fibroblast cells. In vivo assessments demonstrated corneal opacities in all animals that underwent keratectomy (KT) and in 92.8% (13/14) of the keratoplasty (KP) group. Corneal vascularization was present in 92,8% (13/14) animals of the KP group at day 30 postoperatively (PO) and was absent at day 60 PO in the KP and KT groups. At histologic evaluation vessels were present in the subgroups CP15 and CP30 and no vessels were observed in the subgroup CP60. Corneal reepithelization occurred in all animals of KP and KT groups. Gomori trichrome stains revealed that the TECM grafts were integrated into the cornea. Next, TECM were used in two dogs with deep ulcers and a cat with corneal sequestrum. After keratectomy TECM graft was sutured in the recipient cornea of case 1 with 8-0 polyglactin and in case 2 and case 3 with mononylon 10- 0. PO included topical antibiotic, topical cycloplegic and systemic anti-inflammatory. 30 days after surgery topical corticosteroid was introduced. At day 7 PO reepithelization was present in all animals and at day 60 all animals presented corneal transparency. Band pigmentation was present where keratoplasty was performed in case 1. Corneal nebula was present at graft surfaces in cases 2 and 3. Thus, TECM allowed cell growth, without cytotoxic effect, integrated into swine cornea, and was effective in the treatment of corneal sequestrum in a cat and complicated ulcers in dogs.
Biblioteca responsável: BR68.1