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Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-222334

Resumo

Ante a alta frequência de ruptura de ligamento cruzado cranial (RLCCr) em cães, a osteotomia tibial em cunha cranial (CTWO) é uma das técnicas de osteotomia para reduzir o ângulo do platô tibial (APT) e assim anular o deslocamento cranial da tíbia proximal em relação aos côndilos femorais. A pesquisa teve como objetivo usar o método do centro de rotação angular (CORA) para posicionar a cunha da CTWO, realizando primeiro a avaliação gráfica da proposta e logo aplicando os resultados em cães acometidos com RLCCr. Após determinação do novo método de planejamento, foi feita a análise em 19 imagens radiográficas de tíbia de cães adultos normais para verificar quanto às mudanças do APT e encurtamento tibial com a modificação. Posteriormente, foram operados nove joelhos de sete cães com diagnóstico clínico e radiográfico de RLCCr, onde os fragmentos tibiais, proximal e distal, foram fixados com placa bloqueada e de compressão dinâmica de TPLO e banda de tensão, cuja cunha nunca ficou a menos de 5 mm distal à inserção do ligamento patelar e realizou-se em todos os casos o alinhamento dos fragmentos pela cortical cranial. A aplicação da técnica permitiu uma redução do APT médio de 24,04° para 7,74°. Verifica-se que a média do APT, segundo o alinhamento dos fragmentos entre as três categorias, variou de 7,73 a 8,03°, sem diferença significativa. As médias do APT, segundo a altura da cunha, variaram de 7,26° (5 mm abaixo da inserção do ligamento patelar), a 8,47° (na altura da distal) e de 7,74° quando a altura foi no CORA; a diferença se mostra significativa. O encurtamento ósseo médio de é 0,16 cm, que corresponde ao eixo funcional não considerado significativo para influenciar na recuperação clínica. Complicações menores, como fratura de fragmento, deiscência de ferida e lesão tradia de menisco, ocorreram em 30 % dos procedimentos, sem prejudicar a recuperação funcional, com mudança satisfatória da claudicação. A técnica modificada demonstrou ser eficaz para o nivelamento do platô tibial, inibindo o deslocamento cranial da tíbia, proporcionando 100% de melhora nos animais operados, com mínimas complicações e encurtamento tibial, bem como muita satisfação dos respectivos proprietários. Além disso, conferiu espaço suficiente para estabilização com implantes utilizando placa para TPLO com bloqueio e estabilização auxiliar com banda de tensão. O planejamento através do programa digital Veterinary Preoperative Orthopaedic Planning (vPOP), o alinhamento dos fragmentos pelas corticais craniais, o posicionamento proximal da cunha com base na localização do CORA respeitando-se a distância para a osteotomia da linha proximal da cunha, o uso de placa de TPLO bloqueada e com compressão dinâmica, o posicionamento da cunha e da placa conforme distâncias denominadas de D1, D2, D3, D4 e D5 pré-estabelecidas no planejamento e a complementação da estabilização com pino cranial em banda de tensão parecem ser parâmetros importantes a serem respeitados para se atingir o sucesso e recuperação funcional. Sugere-se avaliação da técnica em maior tempo e números de animais.

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In view of the high frequency of cranial cruciate ligament rupture (CrCLR) in dogs, the cranial tibial wedge ostectomy (CTWO) is one of the osteotomy techniques to reduce the angle of the tibial plateau (TPA) and thus cancel the cranial displacement of the proximal tibia in relation to the femoral condyles. The study aimed to use the center of rotation of angulation (CORA) method to position the CTWO wedge, first performing a graphic evaluation of the proposal and then applying the results to dogs affected with CrCLR. After determining the new method, analysis was performed on 19 radiographic images of the tibia of normal adult dogs to verify changes in the TPA and tibial shortening with this new technique. Subsequently, nine knees of seven dogs with CrCLR were operated, where the tibial fragments, proximal and distal, were fixed with a blocked plate and dynamic compression of TPLO and tension band, where the wedge was never less than 5 mm distal to the insertion of the patellar ligament, and in all cases, the fragments were aligned with the cranial cortex. He application of the technique allowed a reduction in the average TPA from 24.04 ° to 7.74 °. It can be seen that the mean of the TPA according to the alignment of the fragments varied from 7.73 to 8.03 °, with no significant difference between the three categories of alignment. TPA averages according to the height of the wedge ranged from 7.26 ° (5 mm below the insertion of the patellar ligament), to 8.47 ° (at the height of the distal) and was 7.74 ° when the height was in the CORA and the difference is significant. The mean bone shortening of 0.16 cm, which corresponds to the functional axis not considered significant to influence clinical recovery. Minor complications such as fragment fracture, wound dehiscence and traditional meniscus injury occurred in trhee animals without impairing functional recovery, with satisfactory change in lameness. The modified technique proved to be effective for leveling the plateau and inhibiting displacement cranial tibia, offering improvement in 100% of the dogs with minimal complications and tibial shortening, and with great satisfaction from the respective owners In addition, it provided enough space for stabilization with implants using plate with TPLO lock and auxiliary stabilization with tension band. The planning through the digital program Veterinary Preoperative Orthopedic Planning (vPOP), the alignment of the fragments by the cranial cortices, the proximal positioning of the wedge based on the CORA's location respecting 5mm of distance to the osteotomy of the proximal wedge line, the use of blocked TPLO plate and with dynamic compression, the wedge and plate positioning according to distances called D1, D2, D3, D4 and D5 pre-established in the planning and the complementation of the stabilization with cranial pin in tension band seem to be important parameters to be respected to achieve success and functional recovery. It is recommended to evaluate the technique in a longer time and larger numbers of animals.

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