Your browser doesn't support javascript.

Portal de Pesquisa da BVS Veterinária

Informação e Conhecimento para a Saúde

Home > Pesquisa > ()
Imprimir Exportar

Formato de exportação:

Exportar

Exportar:

Email
Adicionar mais destinatários

Enviar resultado
| |

INTOXICAÇÃO ESPONTÂNEA E EXPERIMENTAL POR Simarouba versicolor A.St.-Hill (SIMAROUBACEAE) EM BOVINOS

Carvalho, Nilton Marques.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-2259

Resumo

Simarouba versicolor, é uma planta da família Simaroubaceae, conhecida popularmente como “pau-paraíba” ou “Simarouba do Brasil”. Não há relatos de intoxicação espontânea ou experimental em bovinos e em outros animais de produção, pela mesma. Surtos de mortalidades em bovinos ocorreram na região de Água Clara/MS, entre junho e dezembro de 2011, caracterizados por apatia e tremores; ao serem movimentados caíam em decúbito lateral, se debatiam e morriam. Numa propriedade foram encontrados inúmeros exemplares de S. versicolor com sinais de pastejamento. Dois bovinos foram necropsiados e os principais achados foram observados no abomaso e nos seguimentos dos intestinos delgado e grosso, caracterizados por hiperemia difusa da serosa e mucosa. Na histopatologia evidenciou-se necrose do tecido linfóide e enterite necrosante. Para comprovar a participação da S. versicolor realizaram-se intoxicações experimentais em bovinos. No experimento foram utilizados quatro bovinos de 8 a 12 meses, sendo submetidos a exames clínicos e laboratoriais complementares, antes do início do experimento e durante as manifestações dos sinais clínicos. Iniciou-se os experimentos com dose única de 15 g/Kg/pv de folhas verdes da S. versicolor, administradas através de cânula ruminal ao bovino 1, para avaliação da toxicidade da planta. Em seguida, dois bovinos (2 e 3) receberam via oral manual dose única da planta, de 5 g e 2,5 g/Kg/pv, respectivamente, para avaliação do efeito tóxico; o bovino 3 retornou ao experimento, 27 dias após. Os bovinos 1 (15 g/kg/pv) e 2 (5 g/kg/pv) apresentaram sinais de apatia, decúbito lateral, diarreia esverdeada fétida, oito e dezesseis horas, respectivamente, após ingestão das folhas. À necropsia, os principais achados consistiam em hiperemia intensa e difusa da mucosa do abomaso, linfonodos mesentéricos aumentados de volume, áreas deprimidas na superfície e, hemorragias ao corte; a serosa e mucosa dos intestinos delgado e grosso, difusamente hiperêmicas, com conteúdo sanguinolento. Na histopatologia, observou-se necrose do tecido linfóide e enterite necrosante. O bovino 3 (2,5 g/kg/pv) apresentou apátia e inapetência. As mucosas estavam hiperêmicas e com diarreia esverdeada fétida e polidipsia, 24 horas após a administração das folhas. Após o terceiro dia, apresentou fezes pastosas fétidas, apetite, alerta e melhora do quadro clínico nos dias seguintes. Foi realizado outro experimento com dose diária oral de 1,5 g/kg/pv e 2,5 g/kg/pv de folhas verdes da S. versicolor por dez dias, em dois bovinos (3 e 4), com o intuito de verificar o efeito cumulativo da planta. Estes bovinos apresentaram sinais clínicos 24 horas após administração da planta, semelhantes aos que receberam dose única. Entretanto, após oito a nove dias da administração, os bovinos apresentaram recuperação espontânea gradativa do quadro clínico. O bovino 4 que sobreviveu a dose diária de 2,5 g/Kg/pv por 10 dias, retornou ao experimento 68 dias após recuperação, recebendo dose única de 3 g/Kg/pv, para avaliação de possível resistência e comprovação da menor dose única letal. Este apresentou sinais clínicos 15 horas após administração da planta com quadro clínico, lesões macro e microscópicas semelhantes aos bovinos 1 e 2. Os dados obtidos a partir do surto acompanhado e da reprodução experimental permitem concluir que S. versicolor é tóxica para bovinos em diferentes doses utilizadas, causando morte com evolução aguda, necrose do tecido linfóide e enterite necrosante
Biblioteca responsável: BR68.1