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Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-6413

Resumo

As doenças do sistema digestivo superior constituem um dos atendimentos mais freqüentes da clínica médica em cães sendo que, usualmente, os sinais clínicos são inespecíficos e inconclusivos. Deste modo, o emprego de métodos diagnósticos complementares, como a endoscopia, são fundamentais para o diagnóstico definitivo e decisão terapêutica adequada. Os objetivos do presente trabalho foram: 1) avaliar a presença do Helicobacter spp. na mucosa gástrica de cães; 2) analisar a eficácia dos métodos diagnósticos; 3) comparar os achados endoscópicos entre os animais doentes e hígidos e sua relação com a infecção bacteriana; 4) determinar a relação do uso de medicações prévias à endoscopia com a sensibilidade dos métodos diagnósticos para o microorganismo; 5) analisar a presença do Helicobacter spp. com alterações histopatológicas da mucosa gástrica. Foram estudados 36 cães constituindo-se o grupo 1 de 26 animais com sintomas digestivos e grupo 2 com cães hígidos. No grupo 1, as principais queixas clínicas foram vômito crônico não associado à alimentação, diarréia de intestino delgado e vômito bilioso sendo que 50% destes animais foram previamente medicados com antibioticoterapia, 60,5% com anti-ácidos sistêmicos, 68,49% com antieméticos e 2,6% com protetores de mucosa tópicos. O achado endoscópico mais freqüente foi de gastrite enantematosa, sendo identificado em um animal do grupo II, úlcera péptica de corpo gástrico. O T.R.U. demonstrou alta taxa de falso negativo. No cultivo 26,7% dos animais apresentaram crescimento sugestivo do Helicobacter spp.. Os achados mais freqüentes na coloração do H&E foram o infiltrado inflamatório predominantemente mononuclear linfoplasmocitário. Pela coloração do W.S. observou-se uma sensibilidade de 97,2%, não sendo observada sensível diferença entre o grau de colonização e o infiltrado inflamatório entre os animais doentes e hígidos. Houve concordância entre a citologia e a histopatologia. No estudo, observou-se grande disseminação do Helicobacter spp na população estudada, sendo os métodos diagnósticos empregados bastante satisfatórios quanto à identificação do Helicobacter spp. Não ocorreu relação entre sinais clínicos e a presença do microorganismo, entretanto, o uso prévio de antibióticos promoveu importantes resultados negativos ou falso negativos com redução da colonização microbiana, tendo ocorrido sensível redução no T.R.U. e cultura. A ampla disseminação do Helicobacter spp. em animais doentes e principalmente hígidos são argumentos para o não envolvimento desta bactéria nas gastropatias dos cães concluindo-se pela necessidade de estudos mais aprofundados para identificar a real patogenicidade de cada espécie para a mucosa gástrica no cão, e consequentemente definir a necessidade de um tratamento

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