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Detecção de ácido ocadáico em ostras (Crassostrea rhizophorae) coletadas no Canal de Santa Cruz Itapissuma - PE

Souza, Juliana Chiappori Rocha.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-7362

Resumo

O meio ambiente aquático é um sistema em permanente procura por um estado de equilíbrio dinâmico ou homeostático, que abriga uma ampla variedade de seres vivos, como algas, moluscos, crustáceos e peixes. A produtividade nesses ecossistemas depende essencialmente do fitoplâncton, algas unicelulares, devido a sua condição de produtor primário. Entretanto, apesar da nítida importância das microalgas para a manutenção da cadeia alimentar, algumas espécies são capazes de produzir substâncias prejudiciais ao homem, como o ácido ocadáico. Os dinoflagelados, pertencentes aos gêneros Dinophysis e Prorocentrum, são microalgas produtoras desta ficotoxina, que é capaz de causar no homem o Envenenamento Diarréico por Moluscos (Diarrhetic Shellfish Poisoning - DSP), um distúrbio gastrointestinal (náuseas, vômito, dores abdominais e diarréia), provocado poucas horas após o consumo de moluscos bivalves contaminados por essa biotoxina. Embora o ácido ocadáico não seja considerado uma toxina fatal, e a recuperação do paciente ocorra em poucos dias, pode ser bastante perigoso em pacientes imunodeprimidos. Além de que, o ácido ocadáico parece estar envolvido na inibição de certas proteínas e no aparecimento de neoplasias, que o torna uma toxina perigosa. Desta forma, considerando o risco do consumo de moluscos bivalves e o desconhecimento de pesquisas para sua detecção e quantificação no Estado de Pernambuco, foram analisados extratos preparados a partir do hepatopâncreas de ostras (Crassostrea rhizophorae) coletadas no Canal de Santa Cruz localizado no Município de Itapissuma PE, em quatro pontos distintos. O ácido ocadáico foi analisado através da Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com Detecção Fluorimétrica. Para a extração e derivação do AO seguiu-se a metodologia indicada por Sigma (1993) otimizada por Silva (2001). Foram analisadas 20 amostras de extratos de hepatopâncreas, tendo sido detectado a presença da toxina em todos os locais de coleta. A concentração da toxina variou de 6,15 a 24,31ngAO.g-1 de hepatopâncreas. Embora as concentrações da ficotoxina ácido ocadáico encontradas tenham sido baixas, encontrando-se abaixo do limite necessário ao desencadeamento dos sintomas clássicos de DSP e assim aptas ao consumo humano segundo limites adotados (2 g AO.g-1 hepatopâncreas de moluscos) por vários países, há uma tendência internacional de exigir a total ausência de toxinas diarréicas devido ao seu potencial carcinogênico para consumidores regulares de moluscos. A presença inédita do ácido ocadáico no Canal de Santa Cruz é um alerta para as autoridades sanitárias para que mais pesquisas sejam realizadas na região e em outras localidades do Estado
Biblioteca responsável: BR68.1