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INTOXICAÇÃO ESPONTÂNEA E EXPERIMENTAL POR Ipomoea riedelli EM CAPRINOS NO ESTADO DA PARAÍBA, BRASIL

Barbosa, Rossemberg Cardoso.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-7373

Resumo

Descreve-se, no semi-árido da Paraíba, uma doença do sistema nervoso de caprinos caracterizada clinicamente por apatia, pêlos arrepiados, perda de peso e sinais nervosos como dificuldade para se levantar, balançado de cabeça e pescoço, ataxia, hipermetria, posição com os membros abertos, paresia espástica, nistagmo e, ocasionalmente, outros sinais de insuficiência dos nervos cranianos. Um animal que foi sacrificado apresentando sinais clínicos não reversíveis apresentou lesões crônicas do sistema nervoso caracterizadas por degeneração tipo Walleriana, principalmente da substância branca cerebelar. A enfermidade foi reproduzida experimentalmente em dois caprinos que receberam Ipomoea riedelli fresca como único alimento, os quais adoeceram após 11 dias de consumo e morreram no 23º dia. Outro caprino recebeu I. riedelli fresca, à vontade, junto com ração em quantidade equivalente a 1,5% do peso vivo, durante 60 dias; não apresentou sinais clínicos e foi eutanasiado. Outros dois caprinos que foram alimentados com ração contendo 50% da planta seca em quantidade equivalente a 0,6% do peso vivo adoeceram 18 e 26 dias após o início do consumo. Um foi eutanasiado após 39 dias de consumo da planta; no outro a administração da planta foi suspensa após 46 dias de consumo e 14 dias após os sinais clínicos tinham regredido. Dois animais controle não apresentaram sinais clínicos. Todos os caprinos mortos espontaneamente ou sacrificados apresentaram lesões histológicas caracterizadas por vacuolização difusa de neurônios e células epiteliais do pâncreas, tireóides, túbulos renais e fígado. Na microscopia eletrônica foram observados, nas células de Purkinje, numerosos vacúolos, sem conteúdo ou contendo resíduos, rodeados por membranas, o que os caracteriza como lisossomos. Na coloração de cortes de cerebelo para lectino-histoquímica os vacúolos de células do cerebelo reagiram positivamente com Triticum vulgaris e sucinil-Triticum vulgaris, demonstrando o acúmulo dos oligossacarídeos ?-D-N-acetil-glucosamina e ácido N-acetil-neuramínico, e com Concanavalia ensiformis demonstrando o acúmulo dos oligossacarídeos ?-D-manose e ?-D-glicose. No estudo químico da planta foi detectado 0,14% de suainsonina e calisteginas B1, B2 e C1. A suainsonina é um inibidor da ?-manosidase lisossomal e, também, da manosidase II do aparelho de Golgi. As calisteginas são inibidoras de ?-glicosidase e ?-galactosidase. Conclui-se que o quadro clínico patológico é causado por I. riedelli e induz uma doença do armazenamento lisossomal de oligossacarídeos
Biblioteca responsável: BR68.1