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Canibalismo e assentamento de formas jovens de caranguejo-uçá, Ucides cordatus (L.) Crustácea, Brachyura, Ocypodidae), em condições de laboratório

Souza, Robson Ventura De.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-8898

Resumo

A larvicultura de Ucides cordatus em laboratório e posterior liberação de formas jovens no ambiente natural é uma tecnologia que vem sendo desenvolvida desde 2001 pelo Grupo Integrado de Aqüicultura e Estudos Ambientais GIA-UFPR com o objetivo de criar alternativas para a recuperação dos estoques de populações dessa espécie em áreas costeiras alteradas. Como tal tecnologia é recente, muitos aspectos desse processo ainda precisam ser melhor conhecidos e compreendidos. Dois desses aspectos foram estudados na presente dissertação: o canibalismo entre larvas, em condições de laboratório, e a avaliação da idade tecnicamente mais adequada das formas jovens no momento da sua liberação no ambiente natural. Para o estudo do canibalismo foram realizados ensaios sobre a predação entre larvas na fase de megalopa sob diferentes densidades de cultivo (10, 15 e 25 megalopas/l), e destas sobre larvas na fase de zoea em diferentes estágios de desenvolvimento (Zoea I, III, IV, V e VI). No caso do canibalismo de megalopas sobre zoeas, as larvas foram expostas à presença de megalopas e os tratamentos foram comparados a um grupo controle, onde só havia zoeas. A mediana das taxas de sobrevivência nos experimentos de canibalismo entre megalopas foi de 100%, independente da densidade testada. Quanto ao canibalismo de megalopas sobre zoeas, analisando os dados de forma agrupada, observou-se uma maior taxa de mortalidade entre as zoeas expostas às megalopas que entre as zoeas do grupo controle (p < 0,05). Porém, analisando os dados por estágio de desenvolvimento, observou-se que houve maior mortalidade das larvas do tratamento com presença de megalopas somente nos estágios de Zoea IV, V e VI (p < 0,05). Os resultados obtidos indicam que taxas finais de sobrevivência de larvas U. cordatus, em laboratório, são significativamente afetadas pelo canibalismo exercido por megalopas sobre larvas na fase de zoea. Foi evidenciado também que as megalopas exercem este tipo de comportamento preferencialmente em relação a zoeas em estágios finais de desenvolvimento. Não houve evidências da existência de canibalismo entre megalopas. O experimento de assentamento das larvas de U. cordatus, foi realizado em laboratório, onde este fenômeno foi observado em unidades experimentais compostas por frascos de 300 ml, onde eram colocadas individualmente larvas no estágio de megalopa. Os dados obtidos revelaram que as formas jovens assentam-se no sedimento de mangue ainda na fase de megalopa, entre 3 e 10 dias após a sua metamorfose para esta fase. Durante o assentamento, as larvas constroem tocas, onde ocorre a metamorfose. A metamorfose para juvenil ocorreu após 12,6 dias (? = 2,33) da metamorfose para megalopa. Após a metamorfose para o primeiro estágio juvenil, os animais apresentaram-se completamente assentados ao fundo, não possuindo mais capacidade de nadar na coluna de água. Os resultados indicam que, ao contrário de várias outras espécies de caranguejos, a liberação das formas imaturas de U. cordatus pode ser feita já no primeiro estágio juvenil, nos trabalhos de repovoamento desta espécie. O trabalho aqui desenvolvido poderá contribuir tanto para o aumento da eficiência das larviculturas, como para maior sucesso dos programas de recuperação populacional do caranguejo-uçá em áreas alteradas
Biblioteca responsável: BR68.1