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Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-8922

Resumo

Staphylococcus aureus enterotoxigênico é um dos principais agentes associados a intoxicação alimentar, cujo principal reservatório são os homens e os animais. Os relatos de intoxicação são frequentemente associados à ingestão da dose tóxica mínima de 100 ng e alimentos com contagens de estafilococos entre 105 106 UFC/ g ou mL de alimento. Neste estudo objetivou-se determinar o perigo do consumo do leite cru causar intoxicações estafilocócicas. Neste trabalho foram avaliadas 51 propriedades em Londrina (PR) e 50 em Pelotas (RS), determinando-se a contagem de estafilococos coagulase positivos (UFC/ mL), a capacidade de produzirem a Enterotoxina Estafilocócica A (EEA) verificada em imunodifusão (OSP), a presença do gene para produção de EEA (PCR) nas culturas e a pesquisa de enterotoxina (EEA a EEE) nas amostras de leite utilizando-se de kit comercial de ELISA. Das 101 amostras, 19 (18,8%) apresentaram contagens de estafilococos coagulase positivos (ECP) acima de 105 UFC/mL. Quanto à capacidade enterotoxigênica das culturas isoladas (OSP), testou-se 127 culturas, sendo 109 coagulase positivas e 18 coagulase negativas. Seis culturas produtoras de coagulase foram positivas no teste, representando 5,5% das amostras. Todas foram identificadas como S. aureus. Das amostras coagulase negativas, 1 foi positiva no OSP representando 5,5%. Para avaliação quanto à presença do gene para síntese de EEA testou-se 51 culturas de estafilococos. Deste total 14 (27,45%) apresentaram o gene, sendo que destas somente 5 (9,81%) culturas foram capazes de expressá-lo na técnica do OSP, representando apenas 03 diferentes amostras de leite. Quanto a característica morfológica das culturas avaliadas para a capacidade enterotoxigênica, das 14 (33,3%) culturas que apresentaram o gene para produção de EEA, inclusive as 05 (11,9%) que expressaram este gene, foram caracterizadas como culturas típicas de S. aureus no agar Baird Parker. Para pesquisa de EEA a EEE no leite, selecionou-se amostras com contagens de estafilococos superiores a 105 UFC /mL e/ou que apresentaram estafilococos portadores do gene eea, totalizando 12 amostras de leite, e em nenhuma se detectou a presença de EE. A contagem de aeróbios mesófilos das amostras de leite que apresentaram estafilococos com capacidade enterotoxigênica, não pareceu interferir no crescimento dos estafilococos coagulase positivos ou negativos. Pode-se concluir que há extensa contaminação do leite cru por estafilococos coagulase positivos. As amostras de leite testadas não apresentaram perigo de causar intoxicação estafilocócica se consumidas “in natura” até o momento da coleta. Mas deve-se considerar que a utilização do leite cru como matéria prima para produção de derivados, como o queijo, apresenta perigo potencial, já que foi identificada a presença de S. aureus com o gene para síntese de EEA e capacidade de expressão, que poderiam, dependendo das condições, se multiplicarem e produzirem enterotoxina

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