Respostas fisiológicas de ovinos das raças Dorper, Santa Inês e Morada Nova ao estresse térmico na sub-região Meio-Norte do Brasil

RESUMO

Este experimento teve por objetivo avaliar os efeitos do clima tropical sobre os parâmetros fisiológicos de ovinos das raças Dorper, Santa Inês e Morada Nova. O Experimento foi realizado na Universidade Federal do Piauí localizado na cidade Teresina Piauí, com latitude de 5° 5´ 21” e longitude de 42° 48 7”, com altitude 72m. Os dados foram coletados em três períodos climáticos, fevereiro/ março (PC1), junho/julho (PC2), e novembro/ dezembro (PC3), avaliando os parâmetros fisiológicos freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (FR), temperatura retal (TR) e temperatura superficial (TS) em diferentes horários do dia. Foram utilizados machos ovinos Dorper (n = 6), Santa Inês (n = 6) e Morada Nova (n = 5) clinicamente saudáveis e submetidos às mesmas condições de manejo. As FR, FC, TR e TS foram coletadas nos horários de 7-8, 10-11, 14-15 e 17-18 horas, quatro vezes em cada período, com os animais à sombra. Nos mesmos dias e horários foram mensuradas a temperatura ambiente (TA), umidade relativa do ar (UR), temperatura de globo negro (TGN) e velocidade do vento (VV), e, a partir desses dados calculados os índices de temperatura e umidade (ITU), temperatura de globo e umidade (ITGU) e índice de conforto térmico (ICT). As comparações entre médias foram feitas pelo teste SNK. As médias gerais de TA, UR, TGN e VV demonstraram que o PC1 foi o período menos quente, mais úmido e com maior velocidade do vento que os demais, que são mais quentes e secos. A TA e UR são inversamente proporcionais, sendo que a menor TA foi registrada no horário de 7-8 e maior de 14-15. Nenhum dos índices ambientais analisados, isoladamente, foi eficaz para a avaliação de estresse térmico nesse experimento. Com base na FR, os ovinos Dorper tiveram as maiores médias e quase sempre acima dos limites fisiológicos, demonstrando que estes estiveram em estresse em todos os períodos climáticos. A TR das três raças manteve-se dentro da normalidade em todos os períodos climáticos, demonstrando que o aumento da FR foi suficiente para manter a homeotermia. A FC mostrou-se pouco eficaz para avaliar estresse térmico. Animais da raça Morada Nova tiveram maior média de TS, sem que isso se refletisse na TR. As raças Santa Inês e Morada Nova revelaram ser mais adaptadas ao clima da região que a raça Dorper. A raça Dorper apesar de sofrer maior estresse, não sofreu uma hipertermia corporal(AU)