RESUMO
The article discusses drug abuse and eating disorders from the critical gender and healthcare perspectives, postulating that subjective suffering can be expressed in the body through psychosomatic illnesses. From this perspective, craving for drugs or superfluous consumer goods, just as illness from self-imposed hunger in pursuit of an ideal of slimness, as in anorexia and bulimia, can be symptoms that expose the woman's suffering. A review in the fields of public health and feminist theories highlights the magnitude of the phenomena of medicalization and commodification of health in the psychiatrization of female discomfort. In the gender transition in capitalist societies, social demands for the performance of old and new women's roles accentuate feelings of inadequacy, expressed as the gender discomfort permeating drug abuse and eating disorders, analyzed as diseases of protest. The study proposes to reclaim the ideals of the Program for Comprehensive Women's Healthcare to deal with such challenges.
Assuntos
Transtornos da Alimentação e da Ingestão de Alimentos/psicologia , Fatores Sexuais , Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias/psicologia , Saúde da Mulher , Imagem Corporal , Brasil , Feminino , HumanosRESUMO
This article presents the results of a qualitative study of women who had filed complaints of domestic violence, situating gender relations in a broader context. The authors focus on the meaning ascribed to sexual coercion in violent relations, suggesting that conjugal sexual violence is related to the perverse effects of changes in the sexual division of labor and the aggravated double demands on women from housework and the workplace, in relation to the dismantling of the male's role as provider in situations of poverty. In this context, women's refusal to engage in sex (a form of resistance which expresses their desire to be sexual protagonists and communicates disappointment with their partners) can be seen as contributing to the exacerbation of conjugal violence. In their partial position of "subjects of resistance", these women reveal a situation of oppression which is rarely referred to as violence: feelings of disgust and repulsion following sexual relations conceded as "conjugal rights" are similar to those manifested by victims of rape by strangers (which, in contrast, is generally recognized as "sexual violence").
Assuntos
Estupro/psicologia , Maus-Tratos Conjugais/psicologia , Adulto , Agressão/psicologia , Coito/psicologia , Feminino , Humanos , Entrevistas como Assunto , Masculino , Pessoa de Meia-IdadeRESUMO
Resumo: O artigo discute o abuso de drogas e os transtornos alimentares sob as perspectivas críticas de gênero e do cuidado em saúde. Postula-se que o sofrimento subjetivo pode se expressar no corpo por meio das doenças psicossomáticas. Nessa perspectiva, a insaciável fome consumista das drogas ou de bens supérfluos, bem como o adoecimento pela fome voluntária em busca de um ideal de esbeltez, como na anorexia e bulimia, podem ser sintomas que denunciam o sofrimento feminino. Uma revisão nos campos da saúde coletiva e das teorias feministas destaca a magnitude dos fenômenos da medicalização e mercantilização da saúde presentes na psiquiatrização do mal-estar feminino. Na transição de gênero das sociedades capitalistas, as cobranças sociais pelo desempenho dos velhos e novos papéis femininos acentuam sentimentos de inadequação, traduzidos no mal-estar de gênero que circunda o abuso de drogas e os transtornos alimentares, analisados como patologias de protesto. Propõe-se o resgate do ideário do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, orientado pela integralidade, para enfrentar tais desafios.
Abstract: The article discusses drug abuse and eating disorders from the critical gender and healthcare perspectives, postulating that subjective suffering can be expressed in the body through psychosomatic illnesses. From this perspective, craving for drugs or superfluous consumer goods, just as illness from self-imposed hunger in pursuit of an ideal of slimness, as in anorexia and bulimia, can be symptoms that expose the woman's suffering. A review in the fields of public health and feminist theories highlights the magnitude of the phenomena of medicalization and commodification of health in the psychiatrization of female discomfort. In the gender transition in capitalist societies, social demands for the performance of old and new women's roles accentuate feelings of inadequacy, expressed as the gender discomfort permeating drug abuse and eating disorders, analyzed as diseases of protest. The study proposes to reclaim the ideals of the Program for Comprehensive Women's Healthcare to deal with such challenges.
Resumen: El artículo aborda el abuso de drogas y los trastornos de la alimentación en virtud de las perspectivas críticas de género y la atención de la salud. Se postula que la angustia subjetiva puede ser expresada en el cuerpo a través de las enfermedades psicosomáticas. En esta perspectiva, la insaciable hambre de drogas o bienes superfluos, y la enfermedad por inanición voluntaria en busca de un ideal de delgadez, como en la anorexia y la bulimia, pueden ser síntomas que denuncian sufrimiento femenino. Una revisión en los campos de la salud pública y las teorías feministas destaca la magnitud de los fenómenos de la medicalización y mercantilización de la salud presentes en la psiquiatrización del malestar femenino. En la transición de género de las sociedades capitalistas, cargas sociales para la realización de viejos y nuevos roles femeninos acentuan sentimientos de insuficiencia, traducidos a trastornos de género que rodean el abuso de drogas y de la alimentación, clasificados como enfermedades de protesta. Se propone rescatar los ideales del Programa de Asistencia Integral a la Salud de la Mujer, guiada por la integralidad, para hacer frente a estos desafíos.
Assuntos
Humanos , Feminino , Transtornos da Alimentação e da Ingestão de Alimentos/psicologia , Fatores Sexuais , Saúde da Mulher , Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias/psicologia , Imagem Corporal , BrasilRESUMO
A partir de uma abordagem relacional-estrutural de gênero e sexualidade, este artigo apresenta resultados parciais de um estudo qualitativo com mulheres que denunciaram violência conjugal. Focaliza a ocorrência e os sentidos atribuídos ao fenômeno da coercão sexual marital, apontando para a possibilidade da violência sexual conjugal estar relacionada aos efeitos perversos de transformacões na divisão sexual do trabalho e do aprofundamento da dupla jornada feminina quando relacionado ao desmonte da figura de homem provedor em situacões de pobreza. Neste contexto, a recusa feminina ao sexo - contrapoder que expressa o desejo de ser sujeito sexual e comunica protestos contra as desilusões relacionadas aos parceiros - pode colaborar para a exacerbacão dos atos violentos masculinos. Na posicão parcial de "sujeitos do não", as mulheres revelam ainda uma situacão de opressão quase nunca por elas diretamente nomeada como violência: no nojo e repulsa que manifestam contra o sexo cedido como débito conjugal, se assemelham aos sentimentos de vítimas de estupros por desconhecidos - estes sim, de modo geral, mais reconhecidos socialmente como "violência sexual".