RESUMO
BACKGROUND: There is limited data available regarding the prevalence of intracranial arterial stenosis (ICAS) among acute ischemic stroke (AIS) patients in Brazil and Latin America. OBJECTIVE: The present study sought to investigate the frequency and predictors of ICAS among patients with AIS or transient ischemic attack (TIA) in a Brazilian center, with transcranial color-coded duplex sonography (TCCS) technique. METHODS: Consecutive AIS and TIA patients, admitted to an academic public comprehensive stroke center in Brazil from February to December 2014, evaluated by TCCS were prospectively selected. Vascular narrowings > 50% were considered as ICAS, based on ultrasound criteria previously defined in the literature. RESULTS: We assessed 170 consecutive patients with AIS or TIA, of whom 27 (15.9%) were excluded due to an inadequate transtemporal acoustic bone window. We confirmed ICAS in 55 patients (38.5%). The most common location was the proximal segment of the middle cerebral artery (28.2%), followed by the vertebral (15.4%), posterior cerebral (13.6%), terminal internal carotid (9.1%) and basilar (8.2%) arteries. On multivariate models adjusting for potential confounders, systolic blood pressure (OR: 1.03, 95%CI: 1.01-1.04; p = 0.008) was independently associated with ICAS. CONCLUSION: We found significant ICAS in approximately â of patients admitted with symptoms of AIS or TIA in a public tertiary academic stroke center in Brazil. The TCCS is an accessible and noninvasive technique that can be used to investigate the presence of moderate and severe ICAS, especially in patients who cannot be exposed to more invasive exams, such as the use of intravenous contrast agents.
ANTECEDENTES: Dados acerca da prevalência da estenose arterial intracraniana (EAIC) entre os pacientes com acidente vascular isquêmico (AVCi) agudo no Brasil e América Latina são limitados. OBJETIVO: O presente estudo pretendeu investigar a frequência e os preditores da EAIC nos pacientes AVCi ou ataque isquêmico transitório (AIT) em um centro brasileiro utilizando o Doppler transcraniano colorido (duplex transcraniano). MéTODOS: Pacientes consecutivos com AVCi ou AIT, admitidos entre fevereiro e dezembro de 2014 em um centro acadêmico brasileiro especializado em doenças cerebrovasculares, foram avaliados prospectivamente com duplex transcraniano. Os estreitamentos vasculares > 50% foram considerados como EAIC, baseado em critérios ultrassonográficos definidos previamente na literatura. RESULTADOS: Foram avaliados 170 pacientes com AVCi ou AIT, dos quais 27 (15,9%) foram excluídos em decorrência da janela óssea transtemporal acústica inadequada. Confirmamos EAIC em 55 pacientes (38,5%). A localização mais comum foi o segmento proximal da artéria cerebral média (28,2%), seguida pelas artérias vertebral (15,4%), cerebral posterior (13,6%), carótida interna terminal (9,1%) e basilar (8,2%). No modelo multivariado, ajustado para os potenciais confundidores, a pressão arterial sistólica aumentada (OR: 1,03; IC 95%: 1,011,04; p = 0,008) foi independentemente associada a EAIC. CONCLUSãO: Foi identificada EAIC significativa em quase â dos pacientes admitidos com sintomas de AVCi ou AIT em um serviço acadêmico público de atendimento especializado em doenças cerebrovasculares. O Doppler transcraniano colorido é uma ferramenta acessível e não invasiva que pode ser utilizada com segurança para a investigação da presença de EAIC moderada ou grave, especialmente nos pacientes que não podem ser expostos a exames complementares mais invasivos com uso de contraste intravenoso.
Assuntos
Ataque Isquêmico Transitório , AVC Isquêmico , Ultrassonografia Doppler Transcraniana , Humanos , Masculino , Feminino , Brasil/epidemiologia , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Ultrassonografia Doppler Transcraniana/métodos , Prevalência , Ataque Isquêmico Transitório/diagnóstico por imagem , Ataque Isquêmico Transitório/epidemiologia , AVC Isquêmico/diagnóstico por imagem , AVC Isquêmico/epidemiologia , Estudos Prospectivos , Constrição Patológica/diagnóstico por imagem , Constrição Patológica/epidemiologia , Fatores de Risco , Ultrassonografia Doppler em Cores , Idoso de 80 Anos ou mais , Acidente Vascular Cerebral/diagnóstico por imagem , Acidente Vascular Cerebral/epidemiologia , AdultoRESUMO
BACKGROUND: The delay in recognizing stroke symptoms is a significant obstacle to receiving acute treatment. Therefore, it is essential to understand the gaps in the knowledge about stroke among the general population and promote campaigns based on these gaps. OBJECTIVE: To investigate the general knowledge about stroke in a capital in Northeastern Brazil in a sample of individuals who attended a public hospital and the impacts of the coronavirus disease 2019 (COVID-19) pandemic on the use of emergency services. METHODS: We included patients older than 18 years of age and their family members and/or companions. After obtaining consent, the researcher presented a typical case of stroke, and the participants filled out a questionnaire divided into 2 sections: sociodemographic data and 15 questions about stroke detection and seeking health services and treatment. RESULTS: We included 154 individuals with a mean age of 44.45 ± 16.21 years. After presenting the case, 60.4% mentioned the acronym AVC (acidente vascular cerebral, or cerebrovascular accident [stroke], in Portuguese) as a possible explanation, and 54.5% reported that they would call the Mobile Emergency Care Service. However, 62.9% provided the incorrect telephone number for the Mobile Emergency Care Service or lacked knowledge of the accurate number. Regarding the risk factors for stroke, 27.9% did not know any of them, 65.5% were unaware of any treatment, and no reference was made to thrombolytic therapy. About their chosen conduct in the same case in the context of the COVID-19 pandemic, 98.1% of the participants would not change their behavior. CONCLUSION: These results can assist in the planning of public policies and campaigns emphasizing the issue of risk factors and how to access emergency medical services in the state of Alagoas, Brazil.
ANTECEDENTES: O atraso no reconhecimento dos sinais do acidente vascular cerebral (AVC) é um dos principais obstáculos para receber o tratamento de fase aguda. Portanto, é importante compreender as lacunas no conhecimento da população sobre o AVC e promover campanhas de acordo com essas lacunas. OBJETIVO: Investigar o conhecimento geral sobre o AVC em uma amostra de indivíduos acompanhados em um hospital público de uma capital do Nordeste brasileiro e o impacto da pandemia de doença do coronavírus 2019 (coronavirus disease 2019 - COVID-19, em inglês) na utilização dos serviços de emergência. MéTODOS: Foram incluídos pacientes acima de 18 anos e seus acompanhantes e/ou familiares. Após a assinatura do termo de consentimento, o pesquisador apresentou um caso típico de AVC, e os participantes responderam um questionário dividido em 2 partes: dados sociodemográficos e 15 perguntas sobre o reconhecimento do AVC, procura por serviços de saúde e tratamento. RESULTADOS: Foram incluídos 154 participantes com idade média de 44,45 ± 16,21 anos. Após a apresentação do caso, 60,4% mencionaram AVC como uma possível explicação, e 54,5% chamariam o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Entretanto, 62,9% erraram ou não sabiam o número do SAMU. Quanto aos fatores de risco de desenvolver AVC, 27,9% não sabiam identificar nenhum, 65,5% não conheciam qualquer tratamento, e não houve menção ao tratamento trombolítico. Com relação à conduta no mesmo caso, mas no contexto da pandemia de COVID-19, 98,1% dos participantes não mudariam sua conduta. CONCLUSãO: Os resultados deste estudo podem auxiliar no planejamento de políticas públicas com ênfase em campanhas sobre os fatores de risco e o acionamento do SAMU em Alagoas, Brasil.
Assuntos
COVID-19 , Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde , Pandemias , Acidente Vascular Cerebral , Humanos , COVID-19/epidemiologia , Brasil/epidemiologia , Acidente Vascular Cerebral/epidemiologia , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Inquéritos e Questionários , Idoso , SARS-CoV-2 , Adulto Jovem , Serviços Médicos de Emergência/estatística & dados numéricos , Estudos Transversais , Fatores SocioeconômicosRESUMO
BACKGROUND: Autoimmune encephalitis (AIE) is a group of inflammatory diseases characterized by the presence of antibodies against neuronal and glial antigens, leading to subacute psychiatric symptoms, memory complaints, and movement disorders. The patients are predominantly young, and delays in treatment are associated with worse prognosis. OBJECTIVE: With the support of the Brazilian Academy of Neurology (Academia Brasileira de Neurologia, ABN) and the Brazilian Society of Child Neurology (Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil, SBNI), a consensus on the diagnosis and treatment of AIE in Brazil was developed using the Delphi method. METHODS: A total of 25 panelists, including adult and child neurologists, participated in the study. RESULTS: The panelists agreed that patients fulfilling criteria for possible AIE should be screened for antineuronal antibodies in the serum and cerebrospinal fluid (CSF) using the tissue-based assay (TBA) and cell-based assay (CBA) techniques. Children should also be screened for anti-myelin oligodendrocyte glucoprotein antibodies (anti-MOG). Treatment should be started within the first 4 weeks of symptoms. The first-line option is methylprednisolone plus intravenous immunoglobulin (IVIG) or plasmapheresis, the second-line includes rituximab and/or cyclophosphamide, while third-line treatment options are bortezomib and tocilizumab. Most seizures in AIE are symptomatic, and antiseizure medications may be weaned after the acute stage. In anti-N-methyl-D-aspartate receptor (anti-NMDAR) encephalitis, the panelists have agreed that oral immunosuppressant agents should not be used. Patients should be evaluated at the acute and postacute stages using functional and cognitive scales, such as the Mini-Mental State Examination (MMSE), the Montreal Cognitive Assessment (MoCA), the Modified Rankin Scale (mRS), and the Clinical Assessment Scale in Autoimmune Encephalitis (CASE). CONCLUSION: The present study provides tangible evidence for the effective management of AIE patients within the Brazilian healthcare system.
ANTECEDENTES: Encefalites autoimunes (EAIs) são um grupo de doenças inflamatórias caracterizadas pela presença de anticorpos contra antígenos neuronais e gliais, que ocasionam sintomas psiquiátricos subagudos, queixas de memória e distúrbios anormais do movimento. A maioria dos pacientes é jovem, e o atraso no tratamento está associado a pior prognóstico. OBJETIVO: Com o apoio da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), desenvolvemos um consenso sobre o diagnóstico e o tratamento da EAIs no Brasil utilizando a metodologia Delphi. MéTODOS: Um total de 25 especialistas, incluindo neurologistas e neurologistas infantis, foram convidados a participar. RESULTADOS: Os especialistas concordaram que os pacientes com critérios de possíveis EAIs devem ser submetidos ao rastreio de anticorpos antineuronais no soro e no líquido cefalorraquidiano (LCR) por meio das técnicas de ensaio baseado em tecidos (tissue-based assay, TBA, em inglês) e ensaio baseado em células (cell-based assay, CBA, em inglês). As crianças também devem ser submetidas ao rastreio de de anticorpo contra a glicoproteína da mielina de oligodendrócitos (anti-myelin oligodendrocyte glycoprotein, anti-MOG, em inglês). O tratamento deve ser iniciado dentro das primeiras 4 semanas dos sintomas, sendo as opções de primeira linha metilprednisolona combinada com imunoglobulina intravenosa (IGIV) ou plasmaférese. O tratamento de segunda linha inclui rituximabe e ciclofosfamida. Bortezomib e tocilizumab são opções de tratamento de terceira linha. A maioria das crises epilépticas nas EAIs são sintomáticas, e os fármacos anticrise podem ser desmamadas após a fase aguda. Em relação à encefalite antirreceptor de N-metil-D-aspartato (anti-N-methyl-D-aspartate receptor, anti-NMDAR, em inglês), os especialistas concordaram que agentes imunossupressores orais não devem ser usados. Os pacientes devem ser avaliados na fase aguda e pós-aguda mediante escalas funcionais e cognitivas, como Mini-Mental State Examination (MMSE), Montreal Cognitive Assessment (MoCA), Modified Rankin Scale (mRS), e Clinical Assessment Scale in Autoimmune Encephalitis (CASE). CONCLUSãO: Esta pesquisa oferece evidências tangíveis do manejo efetivo de pacientes com EAIs no sistema de saúde Brasileiro.
Assuntos
Consenso , Encefalite , Humanos , Encefalite/diagnóstico , Encefalite/terapia , Encefalite/imunologia , Brasil , Criança , Adulto , Doença de Hashimoto/diagnóstico , Doença de Hashimoto/terapia , Técnica Delphi , Autoanticorpos/sangueRESUMO
Over the last three decades, stroke care has undergone significant transformations mainly driven by the introduction of reperfusion therapy and the organization of systems of care. Patients receiving treatment through a well-structured stroke service have a much higher chance of favorable outcomes, thereby decreasing both disability and mortality. In this article, we reviewed the scientific evidence for stroke reperfusion therapy, including thrombolysis and thrombectomy, and its implementation in the public health system in Brazil.
Nas últimas três décadas, o tratamento do AVC sofreu transformações significativas, impulsionadas principalmente pela introdução das terapias de reperfusão e pela organização dos serviços de AVC. Os pacientes que recebem tratamento em um serviço de AVC bem estruturado têm uma probabilidade muito maior de resultados favoráveis, diminuindo assim a incapacidade funcional e a mortalidade. Neste artigo, revisamos as evidências científicas para as terapias de reperfusão do AVC, incluindo trombólise e trombectomia e sua implementação no sistema público de saúde no Brasil.
Assuntos
Isquemia Encefálica , AVC Isquêmico , Acidente Vascular Cerebral , Humanos , Acidente Vascular Cerebral/etiologia , Trombectomia/efeitos adversos , Terapia Trombolítica , Reperfusão , Resultado do TratamentoRESUMO
BACKGROUND: There is little information available on stroke epidemiology in the northeast of Brazil. OBJECTIVE: Our objective was to investigate the prevalence of the stroke subtypes, prevalence of cerebrovascular risk factors and patterns of management in a public neurovascular outpatient referral service, in Alagoas. METHODS: Data were prospectively collected from consecutive patients with stroke who were treated in a specialized neurovascular clinic between November 2016 and June 2018. Recurrence was evaluated by telephone 12 months after patients had been included in the study. RESULTS: We evaluated 190 patients (mean age, 60.22 ( 13.29 years; 60.5% males). Ischemic stroke was the most frequent subtype (85.2%). Sedentary lifestyle was the most common risk factor (71.6%), followed by hypertension (62.6%) and stroke family history (41.1%). Only 21.5% of the patients were transported by ambulance to the hospital, and 42.6% received medical support in hospital units or emergency units with no imaging support. The median NIHSS was 2.5 (IQR, 1-5) and mRS was 2 (IQR, 1-3). We found a high rate of undetermined stroke (35.8%), and few patients completed the etiological investigation. One year after inclusion in the study, 12 patients (6.3%) had died and 14 (7.3%) had had another stroke. CONCLUSIONS: The prevalence of cerebrovascular risk factors and clinical presentation were similar to what had been seen in previous series. A notable number of patients received medical support in institutions with no imaging equipment. The high number of cases of undetermined stroke etiology shows the difficulty in accessing healthcare services in Alagoas.
Assuntos
Hipertensão , Acidente Vascular Cerebral , Brasil/epidemiologia , Feminino , Hospitais , Humanos , Hipertensão/complicações , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Fatores de Risco , Acidente Vascular Cerebral/epidemiologia , Acidente Vascular Cerebral/etiologia , Acidente Vascular Cerebral/terapiaRESUMO
BACKGROUND: Stroke is the principal cause of disability around the world and the ensuing functional dependence (FD) can be correlated with different factors. OBJECTIVE: To determine how demographic factors and clinical characteristics after stroke distinguish patients who achieve functional independence from those who do not. DESIGN AND SETTING: Observational study at specialized neurovascular clinic in Alagoas, Brazil. METHODS: FD was classified according to the modified Rankin scale (mRs): 0 to 2 points were classified as independent (FD-), and 3 to 5 points were classified as dependent (FD+). Logistic regression analysis included age, sedentary lifestyle, the Center for Epidemiological Studies - Depression Scale (CES-D) and the National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS). The Mann-Whitney test and χ2 test were used to compare groups. RESULTS: We included 190 stroke patients with a mean age of 60.02 ± 14.22 years. We found that 34.8% of the patients were classified as FD+. Lower NIHSS and CES-D scores were more associated with achieving functional independence. Most of the patients had access to physical therapy, and the mean duration of rehabilitation therapy was 65.2 minutes per week. Females had higher prevalence of depressive symptoms (P = 0.005) and rehabilitation time was shorter for hemorrhagic stroke (P = 0.02). CONCLUSION: We found a FD rate four times greater than in another Brazilian study. Lower stroke severity and fewer depressive symptoms were associated with achieving functional independence. Less than half of the patients were referred to a rehabilitation service at hospital discharge and few had access to multidisciplinary treatment.
Assuntos
Reabilitação do Acidente Vascular Cerebral , Acidente Vascular Cerebral , Idoso , Brasil/epidemiologia , Avaliação da Deficiência , Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Alta do Paciente , Acidente Vascular Cerebral/epidemiologiaRESUMO
Abstract Background The delay in recognizing stroke symptoms is a significant obstacle to receiving acute treatment. Therefore, it is essential to understand the gaps in the knowledge about stroke among the general population and promote campaigns based on these gaps. Objective To investigate the general knowledge about stroke in a capital in Northeastern Brazil in a sample of individuals who attended a public hospital and the impacts of the coronavirus disease 2019 (COVID-19) pandemic on the use of emergency services. Methods We included patients older than 18 years of age and their family members and/or companions. After obtaining consent, the researcher presented a typical case of stroke, and the participants filled out a questionnaire divided into 2 sections: sociodemographic data and 15 questions about stroke detection and seeking health services and treatment. Results We included 154 individuals with a mean age of 44.45 ± 16.21 years. After presenting the case, 60.4% mentioned the acronym AVC (acidente vascular cerebral, or cerebrovascular accident [stroke], in Portuguese) as a possible explanation, and 54.5% reported that they would call the Mobile Emergency Care Service. However, 62.9% provided the incorrect telephone number for the Mobile Emergency Care Service or lacked knowledge of the accurate number. Regarding the risk factors for stroke, 27.9% did not know any of them, 65.5% were unaware of any treatment, and no reference was made to thrombolytic therapy. About their chosen conduct in the same case in the context of the COVID-19 pandemic, 98.1% of the participants would not change their behavior. Conclusion These results can assist in the planning of public policies and campaigns emphasizing the issue of risk factors and how to access emergency medical services in the state of Alagoas, Brazil.
Resumo Antecedentes O atraso no reconhecimento dos sinais do acidente vascular cerebral (AVC) é um dos principais obstáculos para receber o tratamento de fase aguda. Portanto, é importante compreender as lacunas no conhecimento da população sobre o AVC e promover campanhas de acordo com essas lacunas. Objetivo Investigar o conhecimento geral sobre o AVC em uma amostra de indivíduos acompanhados em um hospital público de uma capital do Nordeste brasileiro e o impacto da pandemia de doença do coronavírus 2019 (coronavirus disease 2019 - COVID-19, em inglês) na utilização dos serviços de emergência. Métodos Foram incluídos pacientes acima de 18 anos e seus acompanhantes e/ou familiares. Após a assinatura do termo de consentimento, o pesquisador apresentou um caso típico de AVC, e os participantes responderam um questionário dividido em 2 partes: dados sociodemográficos e 15 perguntas sobre o reconhecimento do AVC, procura por serviços de saúde e tratamento. Resultados Foram incluídos 154 participantes com idade média de 44,45 ± 16,21 anos. Após a apresentação do caso, 60,4% mencionaram AVC como uma possível explicação, e 54,5% chamariam o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Entretanto, 62,9% erraram ou não sabiam o número do SAMU. Quanto aos fatores de risco de desenvolver AVC, 27,9% não sabiam identificar nenhum, 65,5% não conheciam qualquer tratamento, e não houve menção ao tratamento trombolítico. Com relação à conduta no mesmo caso, mas no contexto da pandemia de COVID-19, 98,1% dos participantes não mudariam sua conduta. Conclusão Os resultados deste estudo podem auxiliar no planejamento de políticas públicas com ênfase em campanhas sobre os fatores de risco e o acionamento do SAMU em Alagoas, Brasil.
RESUMO
Abstract Background There is limited data available regarding the prevalence of intracranial arterial stenosis (ICAS) among acute ischemic stroke (AIS) patients in Brazil and Latin America. Objective The present study sought to investigate the frequency and predictors of ICAS among patients with AIS or transient ischemic attack (TIA) in a Brazilian center, with transcranial color-coded duplex sonography (TCCS) technique. Methods Consecutive AIS and TIA patients, admitted to an academic public comprehensive stroke center in Brazil from February to December 2014, evaluated by TCCS were prospectively selected. Vascular narrowings > 50% were considered as ICAS, based on ultrasound criteria previously defined in the literature. Results We assessed 170 consecutive patients with AIS or TIA, of whom 27 (15.9%) were excluded due to an inadequate transtemporal acoustic bone window. We confirmed ICAS in 55 patients (38.5%). The most common location was the proximal segment of the middle cerebral artery (28.2%), followed by the vertebral (15.4%), posterior cerebral (13.6%), terminal internal carotid (9.1%) and basilar (8.2%) arteries. On multivariate models adjusting for potential confounders, systolic blood pressure (OR: 1.03, 95%CI: 1.01-1.04; p = 0.008) was independently associated with ICAS. Conclusion We found significant ICAS in approximately ⅓ of patients admitted with symptoms of AIS or TIA in a public tertiary academic stroke center in Brazil. The TCCS is an accessible and noninvasive technique that can be used to investigate the presence of moderate and severe ICAS, especially in patients who cannot be exposed to more invasive exams, such as the use of intravenous contrast agents.
Resumo Antecedentes Dados acerca da prevalência da estenose arterial intracraniana (EAIC) entre os pacientes com acidente vascular isquêmico (AVCi) agudo no Brasil e América Latina são limitados. Objetivo O presente estudo pretendeu investigar a frequência e os preditores da EAIC nos pacientes AVCi ou ataque isquêmico transitório (AIT) em um centro brasileiro utilizando o Doppler transcraniano colorido (duplex transcraniano). Métodos Pacientes consecutivos com AVCi ou AIT, admitidos entre fevereiro e dezembro de 2014 em um centro acadêmico brasileiro especializado em doenças cerebrovasculares, foram avaliados prospectivamente com duplex transcraniano. Os estreitamentos vasculares > 50% foram considerados como EAIC, baseado em critérios ultrassonográficos definidos previamente na literatura. Resultados Foram avaliados 170 pacientes com AVCi ou AIT, dos quais 27 (15,9%) foram excluídos em decorrência da janela óssea transtemporal acústica inadequada. Confirmamos EAIC em 55 pacientes (38,5%). A localização mais comum foi o segmento proximal da artéria cerebral média (28,2%), seguida pelas artérias vertebral (15,4%), cerebral posterior (13,6%), carótida interna terminal (9,1%) e basilar (8,2%). No modelo multivariado, ajustado para os potenciais confundidores, a pressão arterial sistólica aumentada (OR: 1,03; IC 95%: 1,01-1,04; p = 0,008) foi independentemente associada a EAIC. Conclusão Foi identificada EAIC significativa em quase ⅓ dos pacientes admitidos com sintomas de AVCi ou AIT em um serviço acadêmico público de atendimento especializado em doenças cerebrovasculares. O Doppler transcraniano colorido é uma ferramenta acessível e não invasiva que pode ser utilizada com segurança para a investigação da presença de EAIC moderada ou grave, especialmente nos pacientes que não podem ser expostos a exames complementares mais invasivos com uso de contraste intravenoso.
RESUMO
Abstract Background Autoimmune encephalitis (AIE) is a group of inflammatory diseases characterized by the presence of antibodies against neuronal and glial antigens, leading to subacute psychiatric symptoms, memory complaints, and movement disorders. The patients are predominantly young, and delays in treatment are associated with worse prognosis. Objective With the support of the Brazilian Academy of Neurology (Academia Brasileira de Neurologia, ABN) and the Brazilian Society of Child Neurology (Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil, SBNI), a consensus on the diagnosis and treatment of AIE in Brazil was developed using the Delphi method. Methods A total of 25 panelists, including adult and child neurologists, participated in the study. Results The panelists agreed that patients fulfilling criteria for possible AIE should be screened for antineuronal antibodies in the serum and cerebrospinal fluid (CSF) using the tissue-based assay (TBA) and cell-based assay (CBA) techniques. Children should also be screened for anti-myelin oligodendrocyte glucoprotein antibodies (anti-MOG). Treatment should be started within the first 4 weeks of symptoms. The first-line option is methylprednisolone plus intravenous immunoglobulin (IVIG) or plasmapheresis, the second-line includes rituximab and/or cyclophosphamide, while third-line treatment options are bortezomib and tocilizumab. Most seizures in AIE are symptomatic, and antiseizure medications may be weaned after the acute stage. In anti-N-methyl-D-aspartate receptor (anti-NMDAR) encephalitis, the panelists have agreed that oral immunosuppressant agents should not be used. Patients should be evaluated at the acute and postacute stages using functional and cognitive scales, such as the Mini-Mental State Examination (MMSE), the Montreal Cognitive Assessment (MoCA), the Modified Rankin Scale (mRS), and the Clinical Assessment Scale in Autoimmune Encephalitis (CASE). Conclusion The present study provides tangible evidence for the effective management of AIE patients within the Brazilian healthcare system.
Resumo Antecedentes Encefalites autoimunes (EAIs) são um grupo de doenças inflamatórias caracterizadas pela presença de anticorpos contra antígenos neuronais e gliais, que ocasionam sintomas psiquiátricos subagudos, queixas de memória e distúrbios anormais do movimento. A maioria dos pacientes é jovem, e o atraso no tratamento está associado a pior prognóstico. Objetivo Com o apoio da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), desenvolvemos um consenso sobre o diagnóstico e o tratamento da EAIs no Brasil utilizando a metodologia Delphi. Métodos Um total de 25 especialistas, incluindo neurologistas e neurologistas infantis, foram convidados a participar. Resultados Os especialistas concordaram que os pacientes com critérios de possíveis EAIs devem ser submetidos ao rastreio de anticorpos antineuronais no soro e no líquido cefalorraquidiano (LCR) por meio das técnicas de ensaio baseado em tecidos (tissue-based assay, TBA, em inglês) e ensaio baseado em células (cell-based assay, CBA, em inglês). As crianças também devem ser submetidas ao rastreio de de anticorpo contra a glicoproteína da mielina de oligodendrócitos (anti-myelin oligodendrocyte glycoprotein, anti-MOG, em inglês). O tratamento deve ser iniciado dentro das primeiras 4 semanas dos sintomas, sendo as opções de primeira linha metilprednisolona combinada com imunoglobulina intravenosa (IGIV) ou plasmaférese. O tratamento de segunda linha inclui rituximabe e ciclofosfamida. Bortezomib e tocilizumab são opções de tratamento de terceira linha. A maioria das crises epilépticas nas EAIs são sintomáticas, e os fármacos anticrise podem ser desmamadas após a fase aguda. Em relação à encefalite antirreceptor de N-metil-D-aspartato (anti-N-methyl-D-aspartate receptor, anti-NMDAR, em inglês), os especialistas concordaram que agentes imunossupressores orais não devem ser usados. Os pacientes devem ser avaliados na fase aguda e pós-aguda mediante escalas funcionais e cognitivas, como Mini-Mental State Examination (MMSE), Montreal Cognitive Assessment (MoCA), Modified Rankin Scale (mRS), e Clinical Assessment Scale in Autoimmune Encephalitis (CASE). Conclusão Esta pesquisa oferece evidências tangíveis do manejo efetivo de pacientes com EAIs no sistema de saúde Brasileiro.
RESUMO
Abstract Over the last three decades, stroke care has undergone significant transformations mainly driven by the introduction of reperfusion therapy and the organization of systems of care. Patients receiving treatment through a well-structured stroke service have a much higher chance of favorable outcomes, thereby decreasing both disability and mortality. In this article, we reviewed the scientific evidence for stroke reperfusion therapy, including thrombolysis and thrombectomy, and its implementation in the public health system in Brazil.
Resumo Nas últimas três décadas, o tratamento do AVC sofreu transformações significativas, impulsionadas principalmente pela introdução das terapias de reperfusão e pela organização dos serviços de AVC. Os pacientes que recebem tratamento em um serviço de AVC bem estruturado têm uma probabilidade muito maior de resultados favoráveis, diminuindo assim a incapacidade funcional e a mortalidade. Neste artigo, revisamos as evidências científicas para as terapias de reperfusão do AVC, incluindo trombólise e trombectomia e sua implementação no sistema público de saúde no Brasil.
RESUMO
ABSTRACT Background There is little information available on stroke epidemiology in the northeast of Brazil. Objective Our objective was to investigate the prevalence of the stroke subtypes, prevalence of cerebrovascular risk factors and patterns of management in a public neurovascular outpatient referral service, in Alagoas. Methods Data were prospectively collected from consecutive patients with stroke who were treated in a specialized neurovascular clinic between November 2016 and June 2018. Recurrence was evaluated by telephone 12 months after patients had been included in the study. Results We evaluated 190 patients (mean age, 60.22 ( 13.29 years; 60.5% males). Ischemic stroke was the most frequent subtype (85.2%). Sedentary lifestyle was the most common risk factor (71.6%), followed by hypertension (62.6%) and stroke family history (41.1%). Only 21.5% of the patients were transported by ambulance to the hospital, and 42.6% received medical support in hospital units or emergency units with no imaging support. The median NIHSS was 2.5 (IQR, 1-5) and mRS was 2 (IQR, 1-3). We found a high rate of undetermined stroke (35.8%), and few patients completed the etiological investigation. One year after inclusion in the study, 12 patients (6.3%) had died and 14 (7.3%) had had another stroke. Conclusions The prevalence of cerebrovascular risk factors and clinical presentation were similar to what had been seen in previous series. A notable number of patients received medical support in institutions with no imaging equipment. The high number of cases of undetermined stroke etiology shows the difficulty in accessing healthcare services in Alagoas.
RESUMO Antecedentes Até o momento existe pouca informação disponível na literatura sobre a epidemiologia do acidente vascular verebral (AVC) no nordeste brasileiro. Objetivo Investigar a prevalência dos subtipos de AVC, dos fatores de risco para doenças cerebrovasculares e o manejo do AVC em um serviço público especializado em Alagoas. Método Os dados foram coletados de forma prospectiva e consecutiva de pacientes com diagnóstico de AVC em um ambulatório especializado em neurovascular, de novembro de 2016 a junho de 2018. Recorrência do AVC foi avaliada por telefone 12 meses após a inclusão no estudo. Resultados Foram avaliados 190 pacientes, idade média de 60,22(13,29 anos, 60,5% homens. AVC isquêmico foi o subtipo mais comum (85,2%). Sedentarismo foi o fator de risco mais prevalente (71,6%), seguido de hipertensão (62,6%) e história familial de AVC (41,1%). Somente 21,5% dos pacientes foram transportados por ambulância até o hospital e 42,6% receberam o primeiro atendimento em serviço médico sem suporte de exame de imagem. A mediana do NIHSS foi 2,5 (IQR, 1-3). Encontramos alta prevalência de AVC indeterminado (35,8%) e poucos pacientes completaram a investigação etiológica. Após um ano da inclusão no estudo, 12 pacientes (6,3%) morreram e 14 (7,3%) tiveram outro AVC. Conclusão A prevalência dos fatores de risco para doenças cerebrovasculares e a apresentação clínica foram similares a séries prévias. Um número expressivo de pacientes recebeu atendimento médico em locais sem exames de imagem. Houve alto número de pacientes com AVC indeterminado, o que mostra a dificuldade de acesso ao sistema de saúde em Alagoas.
RESUMO
ABSTRACT BACKGROUND: Stroke is the principal cause of disability around the world and the ensuing functional dependence (FD) can be correlated with different factors. OBJECTIVE: To determine how demographic factors and clinical characteristics after stroke distinguish patients who achieve functional independence from those who do not. DESIGN AND SETTING: Observational study at specialized neurovascular clinic in Alagoas, Brazil. METHODS: FD was classified according to the modified Rankin scale (mRs): 0 to 2 points were classified as independent (FD-), and 3 to 5 points were classified as dependent (FD+). Logistic regression analysis included age, sedentary lifestyle, the Center for Epidemiological Studies - Depression Scale (CES-D) and the National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS). The Mann-Whitney test and χ2 test were used to compare groups. RESULTS: We included 190 stroke patients with a mean age of 60.02 ± 14.22 years. We found that 34.8% of the patients were classified as FD+. Lower NIHSS and CES-D scores were more associated with achieving functional independence. Most of the patients had access to physical therapy, and the mean duration of rehabilitation therapy was 65.2 minutes per week. Females had higher prevalence of depressive symptoms (P = 0.005) and rehabilitation time was shorter for hemorrhagic stroke (P = 0.02). CONCLUSION: We found a FD rate four times greater than in another Brazilian study. Lower stroke severity and fewer depressive symptoms were associated with achieving functional independence. Less than half of the patients were referred to a rehabilitation service at hospital discharge and few had access to multidisciplinary treatment.