RESUMEN
Introdução: em 1998, a Fundação Alfredo da Matta, de Manaus, iniciou estudos para avaliar a resistência de isolados de N. gonorrhoeae aos antibióticos recomendados para o tratamento das uretrites e cervicites gonocócicas. Objetivo: verificar a resistência de isolados de Neisseria gonorrhoeae aos antibióticos penicilina, tetraciclina, azitromicina, ceftriaxona e ciprofloxacino no Laboratório de Bacteriologia Clínica da Fundação Alfredo da Matta, Manaus - Amazonas - Brasil. Métodos: neste estudo, avaliou-se a resistência de 110 gonococos à penicilina, à tetraciclina, à azitromicina, à ceftriaxona e ao ciprofloxacino pelo método de difusão com discos. Resultados: após os testes, verificou-se que 14,5% foram betalactamase positivos (PPNG) e a resistência à penicilina foi de 21,8%. Para a tetraciclina, 80,0% foram resistentes com 12,7% TRNG. Em relação à azitromicina, 8,2% dos isolados foram resistentes e não se detectou resistência ao ciprofloxacino e à ceftriaxona, porém 6,4% apresentaram sensibilidade reduzida ao primeiro e 5,5% diâmetro inferior a 33mm ao segundo. Conclusão: ao final, conclui-se que os altos percentuais de resistência à penicilina e tetraciclina são semelhantes aos observados em outros estudos realizados com cepas da região e sugerem que ainda há elevada pressão seletiva desses antibióticos sobre os gonococos. Os índices de resistência à azitromicina inviabilizam sua utilização como opção terapêutica. Tanto o ciprofloxacino quanto a ceftriaxona foram eficazes "in vitro", mas as taxas de sensibilidade reduzida de ciprofloxacino e os valores abaixo de 35 mm de diâmetro no antibiograma para a ceftriaxona, são indicativos da necessidade do monitoramento clínico e laboratorial constante desses medicamentos.