OBJETIVO: Comparar a reatogenicidade de três
vacinas contra a
febre amarela (FA) das sub-cepas WHO-17D e 17DD (diferentes lotes-semente), e
placebo .
MÉTODOS: Foram recrutados 1.087
adultos elegíveis para
vacinação contra FA no Rio de Janeiro, RJ,
Brasil .
Vacinas produzidas por Bio-Manguinhos, Fiocruz (Rio de Janeiro, RJ) foram administradas ("dia zero") seguindo
procedimentos adaptados para alocação randômica em blocos e "cega" para o tipo de
vacina .
Eventos adversos pós -
vacinação foram registrados em
questionários e diários preenchidos pelos participantes.
Enzimas hepáticas foram
medidas nos dias 0, 4-20 e 30 do estudo. A
viremia foi
medida nos dias 4-20. A
resposta imune foi verificada em
testes sorológicos nos dias 0 e 30.
RESULTADOS: Os participantes eram predominantemente
homens jovens . A taxa de
soroconversão foi superior a 98% no grupo soronegativo antes da
vacinação . Comparado ao
placebo , a diferença de
risco de
eventos adversos locais variou de 0,9% a 2,5%, e de 3,5% a 7,4% para
eventos adversos sistêmicos nos grupos vacinados. A diferença de
risco desses eventos com
assistência médica e/ou falta ao
trabalho variou de 2,0% a 4,5%.
Viremia foi detectada em 3% a 6% dos vacinados até 10 dias após a
vacinação . As variações nos níveis de
enzimas hepáticas
pós -
vacinação foram semelhantes nos grupos vacinados e
placebo .
CONCLUSÕES: Foi demonstrada pela primeira vez a semelhança do perfil de reatogenicidade das
vacinas contra FA das cepas 17D e 17DD, comparados entre si e com
placebo . As variações das
enzimas hepáticas constituem evidência contra o potencial de viscerotropismo do
vírus vacinal.