RESUMO
Do ponto de vista epidemiológico, o consumo de medicamentos apresenta um complexo processo de múltiplas determinaçöes. Estudá-lo implica compreender sua transcendência às necessidades coletivas, expressäo dos diferentes quadros nosológicos. Ele envolve aspectos simbólicos que o tornam um bom modelo para abordagens transdisciplinares. Neste artigo utilizamos o näo cumprimento dos esquemas terapêuticos como um modelo, procurando uma construçäo teórica para o fenômeno como um importante objeto e problema da Epidemiologia. Usamos para isso referenciais tradicionais da Sociedade e da Antropologia, e referenciais da Psicologia, pouco explorados pela ciência epidemiológica. O artigo tem por objetivo dar suporte teórico para a combinaçäo de métodos qualitativos e quantitativos, uma opçäo com a qual a Epidemiologia pode desenvolver uma compreensäo maior de seu objeto, mais próxima da realidade que interpreta.