RESUMO
A tuberculose (TB) é a segunda principal causa de morte por doença infecciosa em todo o mundo e constitui um contínuo problema de saúde global. A ocorrência da TB ativa em indivíduos privados de liberdade (PL) é superior aos níveis médios relatados para a população geral. A descoberta tardia dos casos de TB, associada ao atraso no tratamento, agrava o problema da TB nas penitenciárias. Embora estas instituições sejam fechadas, a movimentação de prisioneiros entre diferentes ambientes da prisão, unidades prisionais ou instituições como tribunais transforma estes locais em verdadeiros reservatórios da TB. Este trabalho teve como objetivo fazer a triagem de voluntários PL para submetê-los à prova tuberculínica (PT). Os resultados desta primeira avaliação da PT em uma unidade prisional de Goiás evidenciaram positividade em 50,3% dos homens e 38,1% das mulheres. O acompanhamento dos dados destes indivíduos revelou que após um ano do recrutamento, 1,7% (n=9) dos voluntários apresentaram TB, dos quais quatro indivíduos pertenciam à mesma ala da unidade prisional masculina. A elevada taxa de infecção e adoecimento reforça a necessidade urgente de novas estratégias de identificação da TB latente, bem como de busca ativa nesta população