RESUMO
Introdução: existem escassos dados sobre o risco de infecção pelo mycobacterium tuberculosis entre profissionais de saúde (PS) em países em desenvolvimento. Estudo conduzido com o objetivo de para avaliar o risco ocupacional de infecção tuberculosa num hospital geral, no Rio de Janeiro, Brasil. Material e métodos: no período entre fevereiro de 1994 a setembro de 1994 foi realizado um inquérito da prova tuberculínica (PT) em um estudo transversal seguido de outro longitudial. Os PS responderam a um questionário padronizado e foram submetidos a duas etapas da PT. Resultados: entre 1250 PS que participaram da primeira fase do estudo, 649 (52%) apresentaram PT positiva (i.e. ³ 10mm), o fenômeno "booster" ocorreu em 7,8% (35/449) deles e esteve significativamente associados apenas ao relato de tuberculose prévia na família (OR: 3,29; 1,39-7,68, p= 0,004). Durante o período de estudo, 32 (8.7%) apresentaram conversão à prova tuberculínica entre os 368 PS seguidos pelo menos por 12 meses. Na regressão logística do estudo transversal apenas a idade superior a 30 anos (OR: 1,88; 1,35-3,47, p= 0,0001), a escolaridade inferior a 8 anos (OR: 1,44; 1,09 - 672, p= 0,02) e pertencer a categoria de enfermagem (OR: 1,55; 1,21 -4,78, p=0,01) permaneceram significativamente associados ao resultado positivo da PT. No estudo longitudinal, os PS com idade superior a 30 anos apresentaram menor risco de conversão à PT (RR: 0,37, 0,23-0,89, p=0,01) enquanto pertencer a categoria profissional de médico e enfermagem este risco foi significantemente maior (RR:4,21, 1,17-8,94, p= 0,03). Conclusões: estes resultados sugerem um elevado risco ocupacional de TB e sinaliza para uma urgente implementação de medidas de biossegurança em hospitais gerais que atendem pacientes com tuberculose.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Riscos Ocupacionais , Teste Tuberculínico , Tuberculose/transmissão , Análise de DadosRESUMO
Introdução: a frequência de efeitos adversos hepáticos e os fatores associados com a sua ocorrência em um hospital universitário referência para Aids e tuberculose não é completamente conhecida. Métodos: foi realizado um estudo tipo caso-controle com o objetivo de medir prevalência de efeitos hepáticos adversos (EAH) em pacientes sob tratamento medicamentoso anti-tuberculose (TB) e de fatores associados à sua ocorrência. Resultados: foram analisados 588 prontuários médicos de pacientes que fizeram uso de esquema anti-TB com isoniazida, rifampicina e pirazinamida, acrescido ou não de etambutol, atendidos no período de Janeiro de 1994 a dezembro de 1995. EAH foi observado em 40 (6,8%) casos. Foram pareados 200 casos para o grupo controle. Na análise univariada dos grupos caso e controle não houve diferença estatisticamente significativa entre a ocorrência de EAH e os seguintes parâmetros: a idade, gênero esquema inicial de tratamento anti-TB, a história prévia de hepatopatia e/ou presença de alcoolismo. Entretanto, a ocorrência de EAH esteve significamente associada a hospitalização no momento do diagnóstico da TB, a presença de síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA/AIDS), a forma disseminada da TB, a apresentação radiográfica atípica da TB pulmonar, a sorologia positiva para hepatite a vírus B e/ou C, e a evolução clínica desfavorável ou tratamento. Na análise multivariada, somente a hospitalização e o diagnóstico de SIDA permaneceram associados significantemente a EAH. Conclusões: em um hospital Universitário, referência para AIDS e TB, a presença de Aids, de imagem radiológica de TB pulmonar atípica e a TB disseminada estão associados a uma maior taxa de EAH.
Introduction: the frequency of hepatic adverse effects and factors associated with its occurrence in an Universitary Hospital, reference for AIDS and tuberculosis (TB) is not completely known. Methods: a case-control study was conducted to assess the prevalence of hepatic adverse effects of patients using anti-TB treatment and the factors associated with its occurrence. Results: 588 medical charts of TB patients receiving anti-TB treatment with isoniazid, ripampin, pirazinamide, with or without ethambutol attendent betwee January, 1994 and December, 1995 were analyzed. HAE was observed in 40 (6.8%) patients. Two-hundred patients were included as control group. Using univariate analysis to evaluate case and control groups no statistically difference was found between HAE and the following variables: age, gender, anti-TB treatment, liver disease in the past and/or alcohol abuse. However, HAE was significantly associated with hospitalization at the time that TB diagnosis was made, immunosupression, disseminated TB, radiographic atypical presentation of pulmonary TB, seropositivy for B and C hepatitis and clinical unfavorable evolution. In multivariate analysis only hospitalization and Aids were associated to HAE. Conclusion: in a University Hospital, reference for TB and AIDS, the presence of Aids, radiographic atypical presentation of pulmonary TB and disseminated form of TB were associated with higher prevalence of HAE.