As
infecções pelo
vírus dengue têm se tornado um problema crescente de
Saúde Pública em regiões tropicais e subtropicais do mundo. O
vírus pertence à
família Flaviviridae com quatro sorotipos antigenicamente distintos (DENV-1 a DENV-4). Uma possível
estratégia para evitar a patogenia associada com uma
vacina para o
dengue (que deve ser tetravalente), seria a
construção de uma
vacina quimérica composta de
epítopos críticos selecionados dos quatro sorotipos. A maioria dos
epítopos envolvidos na neutralização do
vírus está presente na glicoproteína E do envelope, que é a maior
proteína de superfície da
partícula viral . O objetivo deste
trabalho foi identificar
epítopos de célula B na glicoproteína E do
vírus dengue sorotipo 3. Para o
mapeamento de epítopos imunodominantes, noventa e cinco
peptídeos (15-mers cada, sobreposição de 10) foram sintetizados (Synpep,
California -USA), a partir da sequência de 490
aminoácidos da glicoproteína E do envelope do DENV-3, de cepa circulante no
Brasil . Estes
peptídeos foram testados por
ELISA contra um pool de soros de
pacientes positivos e negativos para
dengue , coletados durante a fase de
convalescença da
infecção por DENV-3. Os resultados mostraram que os soros de
humanos reagiram com onze, dos noventa e cinco
peptídeos testados, distribuídos em 5 regiões com
aminoácidos na posições 51-65 (
peptídeo 11), 71-90 (
peptídeos 15 e 16), 131-170 (
peptídeos 27, 28, 29, 30, 31 e 32), 196-210 (
peptídeo 40) e 246-260 (
peptídeo 50). A
análise da
curva ROC mostrou que, dentre os
peptídeos identificados, nove seriam capazes de diferenciar entre
pacientes com DENV-3 de
pacientes não-
dengue e três capazes de diferenciar a
infecção por DENV-3 daquelas por outros sorotipos virais (DENV-1 e DENV-2). Os
epítopos imunodominantes aqui descritos, junto com outros
epítopos bem documentados, são potencialmente relevantes para o desenho de uma
vacina para o
vírus dengue e para o
desenvolvimento de kits de
diagnóstico específicos (AU)