PINTO, Ana Yecê das Neves et al. Eficácia de quatro esquemas terapêuticos para malaria vivax em crianças. Jornal de Pediatria, v. 74, n. 3, p. 222-227, 1998.
Artigo
em Português
| Instituto Evandro Chagas (DSpace) | ID: ied-4322
Objetivo:
A cura da malaria vivax permanece dificultada por um fator determinante de recaídas a duração do tratamento. Em Belém, a observação de que um grande número de pacientes com malaria vivax curava-se, a despeito do abandono do tratamento, levou à concretização deste estudo objetivando avaliar a eficácia de esquemas mais operacionais para malária em crianças.
Métodos:
Foi realizado ensaio clínico prospectivo e randomizado, em 200 crianças com malaria vivax, atendidas ambulatorialmente. Variáveis observadas velocidade de negativação da parasitemia e respostas a quatro esquemas a) cloroquina 10mg/kg - dose única (cloroquina DU) + primaquina 0,50/kg/dia por 7 dias; b) cloroquina DU + primaquina 0,25/kg/dia por 7 dias; c) cloroquina DU + primaquina 0,50/kg/dia por 5 dias; e d) cloroquina DU + primaquina 0,25/kg/dia por 5 dias. Para comparação das respostas obtidas foi utilizado o teste exato de Fisher.
Resultados:
Todas as 144 crianças que completaram o estudo apresentaram negativação da parasitemia até o quarto dia de tratamento. A comparação das respostas aos esquemas, mostrou resultados significativos entre os esquemas A e D (p= 0,022), e entre os esquemas C e D (p=0,005). Quanto à dose diária e ao tempo de duração, a comparação mostrou resultados significativos nos esquemas de doses duplicadas em relação aos de dose padrão (p=0,0042). Não ocorreram diferenças significativas quando se comparou o tempo de tratamento (p=0,6104).
Conclusão:
No grupo estudado, primaquina em doses duplicadas e tempo encurtado são mais eficazes que primaquina em dose padrão e tempo encurtado na cura radical de malaria vivax. A eficácia dos esquemas duplicados independe de duração do tratamento. Não é recomendada a utilização do esquema D.