RESUMO
Essa pesquisa teve como objetivo analisar a concepção de saúde e de qualificação em saúde desenvolvida no Programa Projovem Trabalhador no Rio de Janeiro e suas implicações na vida profissional, sócio-economica e política a partir da percepção dos alunos e egressos. Para alcançar esse objetivo foram realizadas entrevistas abertas e fechadas com alunos e egressos participantes do programa.Utilizamos o método dialético, por acreditar que o método permite conhecer e caminhar pela realidade dos sujeitos envolvidos, suas relações sociais, políticas, econômicas, ao mesmo tempo em que possibilita um olhar crítico sobre a realidade ainda que a transformação da mesma nos pareça utópica. O caminho percorrido possibilitou o entendimento de uma Política para Jovens que se preocupa em orientá-los para o mercado de trabalho sem considerar a saúde e suas especificidades. Para analisar a formação e a concepção de saúde do programa, buscamos na Política de Educação Profissional em Saúde seus fundamentos históricos na luta pela formação dos profissionais que atuam no setor e os fundamentos teóricos que nos esclarecem como as políticas educacionais são influenciadas pelos conceitos de empregabilidade, formação para o trabalho e competência. Finalmente concluímos que na visão dos alunos e egressos, o curso não aprofundou conhecimentos de saúde, não ofereceu aulas práticas para os alunos e os professores tinham pouca qualificação.Na opinião dos alunos, eles não se sentiam qualificado o suficiente para enfrentar o mercado de trabalho. Sabendo que essa investigação não se esgota aqui, esse foi apenas um movimento curioso de buscar entender a política para os jovens e levantar alguns questionamentos em relação ao que de fato significa formar profissionais para atuar no setor saúde.