RESUMO
Resumo Objetivo Sintetizar o conhecimento sobre o uso da lock terapia na prevenção e no tratamento da infecção da corrente sanguínea associada ao dispositivo de acesso vascular central de longa permanência em pacientes adultos e idosos hospitalizados. Métodos Revisão integrativa com busca nas bases de dados CINAHL, Cochrane Central, Embase, LILACS, PubMed, Scopus e Web of Science, no período de 1º janeiro de 2010 a 28 de setembro de 2021 sem restrições de idioma. Os dados foram analisados de forma descritiva. Resultados Foram identificados 16 estudos sendo seis (37,5%) sobre o uso da lock terapia como prevenção de infecção associada ao dispositivo de acesso vascular central e dez (62,5%) sobre tratamento. Os artigos sobre prevenção relataram o uso de soluções não antibióticas. Nove dos dez estudos que abordaram a lock terapia como tratamento, utilizaram soluções antibióticas. Dois estudos avaliaram a eficácia da lock terapia em curta duração (de três a quatro dias), sete em maior duração (entre 10 e 14 dias) e um não especificou a duração. Cada estudo descreveu uma técnica de intervenção e o tempo de permanência da solução intraluminal. Em relação ao risco de viés, foram avaliados como baixo risco: cinco ensaios clínicos randomizados, dois ensaios clínicos sem randomização e oito estudos observacionais. Apenas um estudo observacional foi classificado como risco moderado. Conclusão Na prevenção, identificou-se o uso de soluções não antibióticas como o etanol. Para o tratamento, foi utilizada a daptomicina endovenosa. Enquanto os estudos incluídos nessa revisão sobre prevenção não demonstraram evidência estatística, os dez estudos sobre tratamento demonstraram que a lock terapia é um complemento eficaz ao tratamento sistêmico, apresentando boas taxas de salvamento do cateter.
Resumen Objetivo Sintetizar el conocimiento sobre el uso de la terapia de bloqueo en la prevención y tratamiento de infecciones del torrente sanguíneo asociadas al dispositivo de acceso vascular central de larga permanencia en pacientes adultos y adultos mayores hospitalizados. Métodos Revisión integradora con búsqueda en las bases de datos CINAHL, Cochrane Central, Embase, LILACS, PubMed, Scopus y Web of Science, en el período del 1 de enero de 2010 al 28 de septiembre de 2021 sin restricción de idioma. Los datos fueron analizados de forma descriptiva. Resultados Se identificaron 16 estudios, de los cuales seis (37,5 %) trataban sobre el uso de la terapia de bloqueo como prevención de infecciones asociadas al dispositivo de acceso vascular central y diez (62,5 %) sobre tratamiento. En los artículos sobre prevención se relató el uso de soluciones no antibióticas. En nueve de los diez estudios que abordaban la terapia de bloqueo como tratamiento, se utilizaron soluciones antibióticas. En dos estudios se evaluó la eficacia de la terapia de bloqueo de corta duración (de tres a cuatro días), siete de mayor duración (entre 10 y 14 días) y uno sin especificar la duración. En cada estudio se describió una técnica de intervención y el tiempo de permanencia de la solución intraluminal. Con relación al riesgo de sesgo, fueron evaluados con riesgo bajo: cinco ensayos clínicos aleatorizados, dos ensayos clínicos no aleatorizados y ocho estudios observacionales. Solo un estudio observacional fue clasificado con riesgo moderado. Conclusión Para la prevención, se identificó el uso de soluciones no antibióticas como el etanol. Para el tratamiento, se utilizó la daptomicina intravenosa. Aunque los estudios incluidos en esta revisión sobre prevención no hayan demostrado evidencia estadística, los diez estudios sobre tratamiento demostraron que la terapia de bloqueo es un complemento eficaz para el tratamiento sistémico y presentó buenos índices de salvamento del catéter.
Abstract Objective To synthesize knowledge on the use of lock therapy for prevention and treatment of long-term central vascular access devices-associated bloodstream infection in hospitalized adult and elderly patients. Methods Integrative review conducted in CINAHL, Cochrane Central, Embase, LILACS, PubMed, Scopus, and Web of Science databases, from January 1st, 2010 to September 28th, 2021, without language restrictions. Data were analyzed descriptively. Results Sixteen studies were identified, six (37.5%) on the use of lock therapy for prevention of bloodstream infection associated with central vascular access devices, and ten (62.5%) on treatment. The articles on prevention reported the use of non-antibiotic solutions. Nine of the ten studies that addressed lock therapy as treatment used antibiotic solutions. Two studies assessed the effectiveness of lock therapy in a short duration (three to four days), seven in a longer duration (between 10 and 14 days), and one did not specify the length of time. Each study described an intervention technique and the length of stay of the intraluminal solution. Regarding the risk of bias, five randomized clinical trials, two non-randomized clinical trials, and eight observational studies were rated as low risk. Only one observational study was classified as moderate risk. Conclusion The use of non-antibiotic solutions such as ethanol was identified for prevention of bloodstream infection. For treatment, intravenous daptomycin was used. While the studies included in this review on prevention did not show statistical evidence, the ten studies on treatment demonstrated that lock therapy is an effective complement to systemic treatment, showing good catheter salvage rates.
RESUMO
Introdução: A lock terapia, ou terapia de bloqueio, consiste na administração e manutenção de uma solução, em concentração supra terapêutica, nos cateteres venosos centrais. Estas soluções combinam antimicrobianos altamente concentrados com um anticoagulante, sendo aplicáveis tanto para a prevenção, quanto para o tratamento da infecção relacionada ao cateter. Objetivo: Sintetizar o conhecimento sobre o uso da lock terapia na prevenção e tratamento de infecção relacionada ao cateter intravascular de inserção central. Método: Revisão integrativa da literatura, sendo a busca realizada nas seguintes bases de dados CINAHL, Cochrane Central, Embase, LILACS, PubMed, Scopus e Web of Science, abrangendo o período de 1 janeiro de 2010 a 3 de março de 2020, sem restrições de idioma. As referências foram exportadas para o gerenciador EndNote e para o Rayyan, para a seleção dos estudos. As etapas de amostragem, categorização dos estudos, avaliação dos estudos incluídos, interpretação dos resultados e síntese do conhecimento foram realizadas por dois revisores de forma independente. Em seguida, foi realizada uma busca manual nas referências dos estudos incluídos. Os dados foram analisados de forma descritiva. Resultados: A amostra compilou 15 estudos. Seis estudos (40%) abordaram o uso da lock terapia como prevenção de infecção relacionada ao cateter venoso central, e nove artigos (60%) abordaram tal terapia como tratamento. Os artigos incluídos nessa revisão que abordaram a prevenção relatam o uso de soluções antimicrobianas não antibióticas (taurolidina (n=2), etanol (n=2), citrato trissódico (n=1) e nitroglicerina (n=1)). Dentre os nove estudos que abordaram a lock terapia como tratamento para a infecção, a maioria (n=7) utilizou soluções antibióticas, (dois estudos avaliaram a eficácia da daptomicina e os outros cinco utilizaram soluções antibióticas variadas). Os outros dois estudos utilizaram soluções antimicrobianas (ácido clorídrico e taurolidina) associadas com antibioticoterapia sistêmica. Dentre os 15 estudos, em apenas um não foi possível especificar a duração da intervenção. Dois avaliaram a eficácia da lock terapia em curta duração (de três a quatro dias) e seis avaliaram em maior duração (entre 10 e 14 dias). Cada estudo especificou uma técnica de intervenção e o tempo de permanência da solução intraluminal. Em relação ao risco de viés, foram avaliados cinco ensaios clínicos randomizados pela ferramenta da Cochrane Risk of Bias (RoB 2), sendo todos de baixo risco. Dois ensaios clínicos sem randomização avaliados pela ferramenta proposta pelo Joanna Briggs Institute (JBI) resultaram em risco de viés baixo. Dentre os oito estudos observacionais, a ferramenta AXIS avaliou sete como sendo de baixo risco e um como risco moderado. Conclusões: Na prevenção identificou-se o uso de antimicrobianos não antibióticos como o etanol. A taurolidina também foi utilizada em um estudo relacionado ao tratamento, em associação com antibioticoterapia sistêmica. Em três estudos sintetizados para as situações de tratamento da infecção relacionada ao cateter, o antibiótico utilizado foi a daptomicina endovenosa. Tais antibióticos sistêmicos, utilizados concomitantemente na maioria dos estudos de tratamento, foram selecionados em conformidade com o resultado da hemocultura e antibiograma
Introduction: Lock therapy, or blockade therapy, is the administration and maintenance of a solution, at a dosage higher than the therapeutic one, in central venous catheters. Blockade solutions combine highly concentrated antimicrobials with an anticoagulant. They can be applied to both prevent and treat catheter-related infections. Objective: To summarize the knowledge about use of lock therapy to prevent and treat intravascular catheter-related infections. Methods: Integrative literature review, whose search was carried out in the databases CINAHL, Cochrane Central, Embase, LILACS, PubMed, Scopus and Web of Science, considering the period from January 1, 2010 to March 3, 2020, without any languages restriction. The references were exported to EndNote and subsequently to Rayyan, so studies could be selected. Sampling, study categorization, study evaluation, interpretation of results, and synthesis of knowledge were executed by two researchers independently and blindly. A manual search was then carried out in the references of the included articles. The data were analyzed descriptively. Results: The final sample was composed of 15 studies. Six studies (40%) addressed the use of lock therapy to prevent central venous catheter-related infections and nine publications (60%) addressed this therapy as a form of treatment. The articles included in this review that addressed prevention reported use of nonantibiotic antimicrobial solutions (taurolidine (n=2), ethanol (n=2), trisodium citrate (n=1), and nitroglycerin (n=1)). Among the nine studies that evaluated lock therapy as a treatment alternative, most (n=7) described the use of antibiotic solutions (two evaluated the effects of daptomycin and five reported the application of varied antibiotic solutions). The other two articles described use of antimicrobial solutions (hydrochloric acid and taurolidine) associated with systemic antibiotic therapy. Among all 15 studies, one did not specify the intervention duration, two assessed the efficacy of lock therapy in the short term (from three to four days), and six assessed it within a longer duration (between 10 and 14 days). Each study specified an intervention technique and length of permanence of the intraluminal solution. Regarding risk of bias, five randomized clinical trials were evaluated with the tool Cochrane Risk of Bias (RoB 2), which indicated all as low risk of bias. Two nonrandomized clinical trials were assessed through the tool proposed by the Joanna Briggs Institute, and resulted in low risk of bias. Among all eight observational studies, the AXIS tool evaluated seven as showing low risk of bias and one as moderate risk of bias. Conclusions: Regarding prevention, the studies reported the use of non-antibiotic antimicrobials such as ethanol. The taurolidine was also mentioned in a study describing therapeutic applications, in combination with systemic antibiotic therapy. In three studies addressing treatment of catheterrelated infections, the antibiotic used were Daptomycin. These systemic antibiotics, which were concomitantly used in most treatment studies, were chosen according to the results of blood culture with antibiogram