Fosfofrutoquinase de aedes aegypti: caracterização e perfil de atividade ao longo do ciclo da vida

RESUMO

Atualmente, dengue é a arbovirose de disseminação mais rápida no mundo. Estima-se que anualmente ocorram 50 milhões de casos desta doença e que mais de 2,5 bilhões de pessoas vivam em países endêmicos, como o Brasil. Atualmente não se dispõe de nenhum teste barato para o diagnóstico específico da Dengue, nem de remédio ou vacina eficaz contra esta doença. Reduzir a população do seu vetor, o mosquito Aedes aegypti, é o único meio disponível para reduzir-se o número de casos, e consequentemente, de óbitos por esta doença. No entanto, a informação sobre o metabolismo energético deste vetor é quase inexistente. O conhecimento de vias metabólicas centrais, como a glicólise, pode ser uma forma de se descobrir novos meios de se controlar este mosquito. A fosfofrutoquinase é a enzima chave controlando esta via metabólica em todos os organismos já estudados. Este trabalho tem por objetivo caracterizar as propriedades da PFK1 em Aedes aegypti e determinar sua atividade em vários pontos do ciclo de vida deste organismo. O pH ótimo para esta PFK1, medido in vitro, foi 8,2 e a faixa de pH de maior sensibilidade aos reguladores alostéricos está dentro da fisiológica (7,0 7,5). Sendo assim, usou-se o pH 7,4 para a realização dos experimentos aqui descritos. Os parâmetros cinéticos obtidos para esta enzima estão de acordo com os encontrados em outros trabalhos com insetos frutose 6 fosfato (V = 5,8±0,2 ìmol de F1,6BP/min., K0,5 = 0,4±0,1 mM, NH=1,05±0,5), ATP (V=2,2±0,5 ìmol de F1,6BP/min., K0,5=0,7±0,2 mM, NH=1,3±0,2). Como o ATP é tanto substrato como inibidor desta enzima, seus efeitos na velocidade de reação também foram medidos em concentrações que normalmente são inibitórias. Os parâmetros encontrados para a inibição por ATP foram I0,5=5,0±0,5 mM, NH=2,5±0,4