RESUMO
FUNDAMENTO: Um dos princípios de irradiação de força da facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) é estimular a musculatura fraca, a partir da resistência da musculatura forte, contribuindo para o aprendizado motor. Por esta razão, este procedimento básico tem sido utilizado em pacientes após acidente vascular cerebral (AVC), no tratamento da hemiparesia contralateral à lesão. OBJETIVO: Avaliar os efeitos da técnica de irradiação de força contralateral no controle motor para ativação dos músculos extensores de punho em pacientes após AVC. MÉTODOS: Foram incluídos 10 participantes de ambos os sexos (62±6,4 anos), divididos em grupo hemiparético (n=5) e controle saudável (n+5). Foi realizado o padrão da FNP: flexão, abdução e rotação externa no membro não afetado do grupo hemiparético e no braço direito do controle. O sinal eletromiográfico dos músculos extensores radial longo e curto do carpo foi registrado em duas etapas (FNP1 e FNP2). Foram realizadas quatro repetições do padrão, mantidas por 6 segundos. A ativação muscular foi analisada pela root mean square (RMS). RESULTADOS: Houve aumento na ativação da musculatura extensora do punho por irradiação entre as etapas FNP1 e FNP2 de 7,32% no grupo hemiparético e de 18,62% no grupo saudável, porém sem diferença estatística (p>0,05). A resposta motora foi maior na etapa FNP2, após a repetição das diagonais. CONCLUSÃO: Não houve ativação significativa dos extensores de punho em pacientes hemiparéticos com o procedimento de irradiação de força da FNP. Todavia, a repetição parece aumentar a resposta de irradiação de força em pacientes após AVC.
BACKGROUND: A principle of force irradiation of proprioceptive neu-romuscular facilitation (PNF) is to stimulate the weak muscles by applying resistance in strong muscles, contributing to motor learning. Therefore, this technique is used in patients after stroke, to treat the hemiplegia contralateral to the lesion. OBJECTIVE: To evaluate controlateral force irradiation effects in motor control for activation of the wrist extensors in patients after ischemic stroke. METHODS: The study included 10 subjects of both sexes (62±6.4 years) divided into hemiparetic group (n=5) and healthy controls (n=5). We performed the PNF pattern: flexion, abduction and external rotation in the unaffected member of the hemiparetic group and in the right arm of the control. The electromyography signal of the long and short radial extensor carpi was recorded in the first stage (FNP1) , in which the diagonal was repeated 4 times, and in the standard learning stage (FNP2), with 4 times. The contractions were maintained for 6 seconds. Muscle activation was analyzed by the root mean square (RMS). RESULTS: The-re was an increase in the extensor muscles of the wrist activation by irradiation between FNP1 and FNP2 stages, of 7.32% in hemiparetic group and 18.62% in healthy group, without statiscal difference (p>0.05). Motor response was higher in FNP2 stage, after the repetition of the diagonals. CONCLUSION: There was no significant activation of the wrist extensors in hemiparetic patients with the technique of force irradiation of PNF. However, the repetition seems to increase the force irradiation response in patients after stroke.