RESUMO
Conhecendo que as porfirinas (uroporfirina), quando acumuladas na pele agem como cromóforos, que interagindo com a energia luminosa produzem lesöes fotoquímicas que se manifestam por eritema, edema e bolhas em áreas expostas a luz, e ainda que o mecanismo de formaçäo destas lesöes fotossensíveis näo está bem esclarecido, foram quantificadas as uro e coproporfirinas urinárias em fotodermatoses, excluindo as porfirias, especialmente, porfiria cutânea tardia, na qual a manifestaçäo cutânea está relacionada a níveis elevados de porfirinas, principalmente de uroporfirina. Estudou-se os níveis destas porfirinas em 58 pacientes subdivididos em grupos, segundo a fotodermatose: 1. 21 com pelagra; 2. 15 com forodermatite medicamentosa; 3. 14 transplantados renais (pseudoporfiria?); 4. cinco com lúpus eritematoso cutâneo/sistêmico e 5. três com lucite. Observou-se aumento de porfirinas em 17% do total dos doentes, sendo encontrado níveis aumentados de uroporfirinas urinárias nos grupos 1 e 2. Na pelagra houve aumento em 33% (7/2) dos doentes e em pacientes com fotodermatite medicamentosa 20% (3/15). Os resultados sugerem que as porfirinas urinárias, principalmente as uroporfirinas, podem estar envolvidas na patogênese da pelagra e da fotodermatite medicamentosa, talvez por acometimento da funçäo hepática provocado pelo etilismo crônico, hábito comum em doentes de pelagra, ou uso de medicamentos