A antenção à saúde da mulher e o mercado de planos privados de saúde: análise dos planos obstétricos no Brasil

RESUMO

A preocupação em desenvolver ações de atenção à saúde específicas para as mulheres está embasada principalmente nas diferenças de exposição aos vários tipos e graus de risco em saúde a que está submetido este grupo em função do gênero. O objetivo deste artigo é traçar um perfil dos planos privados de assistência médica com obstetrícia no Brasil e apresentar alguns indicadores relativos à saúde da mulher com plano privado de assistência à saúde. Atualmente, as mulheres no Brasil representam cerca de 50,8% da população total e 52% das pessoas cobertas por planos privados de saúde no Brasil. A cobertura de mulheres entre 10 a 49 anos por planos de assistência médica está em torno de 22,3%. Em dezembro de 2007, 80,3% dos vínculos a planos privados de assistência médica incluíam cobertura obstétrica e 17,4% da população feminina era coberta por esse tipo de plano. Foi observado incremento de 5,1% no número de mulheres em planos com obstetrícia entre 2006 e 2007, embora este crescimento não tenha sido uniforme, variando conforme a modalidade da operadora, as faixas etárias e o tipo de contratação do plano. Embora múltiplos fatores sejam determinantes do modo e do local onde as mulheres irão buscar assistência à saúde, a maior disponibilidade de serviços de saúde ofertada e a cobertura por planos de saúde têm-se mostrado recursos críticos e importantes na promoção do acesso aos serviços de saúde.