Vigilância à saúde: alerta continuado em saúde coletiva / Health Surveillance - Continuous Alert to Collective Health

RESUMO

A proposta de Vigilância à Saúde emergiu do processo de Reforma Sanitária brasileira e do ideário que motivou a implementação do Sistema Único de Saúde, o qual colocou em tela uma nova forma de interpretação do processo saúde-doença, que buscava trascender a multicausalidade, remetendo aos processos de produção e de reprodução social como a primeira instância de sua determinação. O objetivo deste artigo é apresentar algumas reflexões sobre a Vigilância à Saúde, entendida como um modelo de assistência a ser operacionalizado pelos municípios, através de suas Unidades Básicas de Saúde e dos diversos atores sociais. A partir do marco teórico que orienta as práticas de saúde coletiva, apresenta-se uma proposta de aproximação à realidade de vida e de saúde baseada em indicadores sociais e de necessidades de saúde dos indivíduos, famílias e grupos sociais e aquilantando-se as suas vulnerabilidades. Essa sistemática deve envolver ações de caráter intersetorial orientadas para um dado território e dirigidas à promoção, à prevenção e ao tratamento. A intervenção em saúde, nessa ótica, exige uma perspectiva de cuidado como processo contínuo de prontidão em que trabalhadores de saúde acolhem os problemas e necessidades de saúde e buscam a solução com base na intensa participação da comunidade.