[Prevalence of abdominal aortic aneurysm in patients with chronic obstructive pulmonary disease]. / Prevalência de aneurisma da aorta abdominal em indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crónica.

ABSTRACT

INTRODUCTION: The association of the abdominal aortic aneurysm (AAA) to the chronic obstructive pulmonary disease (COPD) is questionable. Both entities share the same risk factors and physiopathology, which is based on a persistent pro- -inflammatory response, proteolysis and excessive extracellular matrix turnover. OBJECTIVES: To determine the AAA prevalence in a sample of patients with COPD. METHODS: Identification of patients with COPD and abdominal CT, hospitalized in a level 2 hospital between January 2015 and December 2016. RESULTS: In a sample with 100 patients, 5 presented an AAA. There were no significant differences between patients with and without AAA regarding gender (100% versus 69,5% male), age (74,80±6,22 versus 71,23±12,36 years), comorbidities (myocardial infarction 0% versus 1,1%; stroke 0% versus 10,5%), cardiovascular risk factors (diabetes mellitus 20% versus 23,2%; hypertension 80% versus 50,5%) and spirometric results. Patients with AAA were significantly more medicated with acetylsalicylic acid and had more aortic thrombi (P=0,031 and P=0,002, respectively). No correlation was found between the aortic size and the forced expiratory flow in one second values. DISCUSSION: The AAA prevalence of our sample was 5%, twice the described for the Portuguese population (2,37%). This is the first study conducted in Portugal to determine the AAA prevalence in COPD patients. CONCLUSION: The study of the relationship between both diseases could contribute to a more effective screening of AAA, by determining a group with increased risk, which could lead to a reduction of the mortality rates associated with the ruptured aneurysm.

RESUMO

Introdução: A associação entre aneurisma da aorta abdominal (AAA) e doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é discutível. Ambas as doenças partilham os mesmos fatores de risco e fisiopatologia, baseados numa resposta pro-inflamatória persistente, proteólise e turnover excessivo da matriz extracelular. Objetivos: Determinar a prevalência de AAA numa população com DPOC. Métodos: Identificaram-se os doentes com DPOC e que realizaram TC abdominal, internados num hospital de nível 2, entre janeiro de 2015 e dezembro de 2016. Resultados: Numa amostra de 100 doentes, 5 apresentavam AAA. Comparando o grupo com e sem AAA, verificou-se inexistência de diferenças significativas relativamente ao género (100% versus 69,5% sexo masculino), idade (74,80±6,22 versus 71,23±12,36 anos), comorbilidades (DAC 0% versus 1,1%; AVC 0% versus 10,5%), fatores de risco cardiovascular (diabetes mellitus 20 % versus 23,2%; hipertensão arterial 80% versus 50,5%) e resultados de espirometria. Verificaram-se diferenças significativas relativamente à medicação com ácido acetilsalicílico e presença de trombo aórtico (P=0,031 e P=0,002, respetivamente). Não se encontrou correlação entre os valores dos diâmetros aórticos e do FEV1. Discussão Nesta amostra, a prevalência de AAA foi de 5%, duas vezes superior à da população portuguesa (2,37%). Este é o primeiro estudo realizado em Portugal para determinar a prevalência de AAA em DPOCs. Conclusão: O estudo da relação entre as duas patologias poderá contribuir para um rastreio mais eficaz do AAA, ao identificar um grupo de risco aumentado, o que poderá levar a uma diminuição da mortalidade associada ao aneurisma em rotura.