Garantir uma
formação profissional em saúde de forma a efetivar os princípios do
Sistema Único de Saúde (SUS) e ir ao encontro das
necessidades de
saúde da população constitui um desafio. Avanços em reformas educacionais têm ocorrido com mais visibilidade a partir da premissa constitucional de 1988 o "
SUS formar para o
SUS". Fomentaram-se
políticas públicas, a fim de mudar o locus prioritário de formação para a
Atenção Primária em Saúde (APS), em que os
profissionais da APS passaram a apresentar protagonismo dentro do novo modelo formativo. Buscou-se avaliar as percepções dos
profissionais médicos da rede municipal de
saúde de
Vitória com relação à
preceptoria em
saúde na APS, de modo a compreender quais fatores podem promover a adesão ao
exercício da
preceptoria, uma vez que a demanda por
preceptoria médica na APS do município tem sido crescente. Por meio de
pesquisa descritiva, utilizando entrevistas de 37
profissionais da rede, foram comparados os dados da
literatura de revisão bibliográfica com os dados resultantes dos
questionários aplicados e processados por meio da
análise de conteúdo de Bardin, conjugada com a
análise lexical, pelo
software IRAMUTEQ 7,2. Na
percepção dos entrevistados, a
remuneração adicional por
preceptoria, as capacitações e o
tempo maior para atendimento na agenda dos
profissionais foram os três fatores mais importantes a incentivar
médicos a aderirem ao processo da
preceptoria na rede de
Atenção Primária à Saúde em
Vitória-ES. Conclui-se que é preciso maior
articulação entre os
preceptores, bem como prioridade nas
decisões gestoras relacionadas à integração
ensino-serviço para formar o profissional que a sociedade demanda.