A
COVID-19 é uma
síndrome respiratória aguda grave (
SRAG ) infecciosa, causada por
coronavírus . A
doença tem alta transmissibilidade e ocasiona
sintomas leves a graves, gerando elevada demanda por
cuidados intensivos e milhares de óbitos. Em março de 2020, a
COVID-19 foi caracterizada como
pandemia e já soma mais de 5 milhões de
casos e 300 mil óbitos pelo mundo. A
história natural da doença ainda não é bem estabelecida, dificultando a elaboração de
protocolos clínicos eficazes e
medidas de
prevenção . Apesar disso, pode-se afirmar que é uma
doença de abordagem sistêmica, já que há evidências de
complicações agudas e crônicas, além de efeitos catastróficos na
saúde mental da
população . Destaca-se então a necessidade de uma
metodologia que capte de forma mais efetiva os efeitos da
COVID-19 , considerando aspectos como sua
gravidade , duração e potencial de gerar
complicações crônicas que aumentarão as demandas no
Sistema Único de Saúde (SUS) . Nesse sentido, é de extrema utilidade o
indicador DALY, ou
anos de vida perdidos por
morte prematura ajustados por incapacidade (DALY), que agrega a (1)
mortalidade - estimativa dos
anos de vida perdidos (YLL) e (2)
morbidade - estimativa dos anos vividos com incapacidade (YLD). Este artigo discute a relevância e as dificuldades de estudar a carga da
COVID-19 e de suas
complicações , no contexto brasileiro, ressaltando a importância de caracterizar a
história natural da doença e estimar
indicadores como o YLD, que considerem a alta carga de
morbidade no
planejamento de
estratégias para lidar com as consequências da
COVID-19 pós -
pandemia . Discute-se também os desafios futuros para o
enfrentamento da
doença no
SUS e reflexões sobre o cálculo do DALY.