O presente estudo tem o objetivo de caracterizar a
população idosa brasileira durante a pandemia de COVID-19, considerando suas
condições de saúde , socioeconômicas, desigualdade de
sexo , adesão ao
distanciamento social e
sentimento de
tristeza ou
depressão . Estudo transversal realizado com
idosos brasileiros que participaram de um
inquérito de saúde (N = 9.173), com
método de
amostragem "bola de
neve virtual". Os dados foram coletados via web, por meio de
questionário autopreenchido. Foram estimadas prevalências,
intervalos de confiança e, para verificar a independência das estimativas, utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson. Durante a
pandemia , houve diminuição da
renda em quase metade dos
domicílios dos
idosos . O
distanciamento social total foi adotado por 30,9% (IC95% 27,8; 34,1) e 12,2% (IC95% 10,1; 14,7) não aderiram.
Idosos que não trabalhavam antes da
pandemia aderiram em maior número às
medidas de
distanciamento social total. Grande parte apresentou
comorbidades associadas ao maior
risco de
desenvolvimento da forma grave de
COVID-19 .
Sentimentos de
solidão ,
ansiedade e
tristeza foram frequentes entre os
idosos , especialmente entre as
mulheres . A
pandemia da
COVID-19 aprofundou a desigualdade ao afetar os
idosos mais vulneráveis.
Estratégias para mitigar a
solidão e o
distanciamento social devem ser feitas levando-se em conta a
vulnerabilidade social e a acentuada diferença entre
homens e
mulheres quanto à composição domiciliar e às
condições socioeconômicas e de
trabalho . Recomenda-se o
desenvolvimento de pesquisas representativas da
população idosa brasileira e que investiguem o impacto da
pandemia neste grupo.