A
esquistossomose continua sendo uma das
infecções parasitárias mais prevalentes no mundo. Para o controle e
monitoramento efetivo dessa
doença é essencial que se disponha de
métodos diagnósticos cada vez mais acurados. O exame parasitológico de
fezes , utilizando-se a
técnica de Kato-Katz, é a principal forma de diagnosticar a
esquistossomose mansoni , embora esse
método de
diagnóstico não seja satisfatório quando a
carga parasitária dos indivíduos infectados é baixa. Outras
técnicas sorológicas para o
diagnóstico estão disponíveis, entretanto estas apresentam limitações. Neste
trabalho foram realizadas análises in silico utilizando o banco de dados genômico para o
parasito Schistosoma mansoni - SchistoDB e várias ferramentas de
bioinformática para selecionar
antígenos candidatos a serem utilizados no
imunodiagnóstico da
doença . Seis
antígenos foram selecionados baseados na evidência de
expressão gênica em diferentes
fases do ciclo de vida do
parasito no hospedeiro definitivo, presença de
peptídeo sinal,
localização celular, semelhança com
proteínas humanas e de outros
helmintos e presença de
epitopos preditos de célula B. Através da
técnica de
Western blot utilizando
antígenos de extrato de verme
adulto e de esquistossômulos foi demonstrado que
antígenos com
peso molecular semelhante aos selecionados in silico foram reconhecidos apenas por
soro de
camundongos infectados com S. mansoni. Dos seis
antígenos , um corresponde à
proteína Sm200. Uma parte desta
proteína , correspondente aos
aminoácidos 1069 a 1520, foi expressa em sistema de expressão em procariotos e avaliada por
Western blot e
ELISA frente a soros de
camundongos infectados e não infectados. Nossos resultados demonstram que apesar da
proteína recombinate Sm200(1069-1520) ser reconhecida por
soro de
camundongos infectados pela
técnica de
Western blot , nos ensaios de
ELISA o uso desta
proteína como
antígeno resultou 97,5% de
especificidade e 75% de sensibilidade no
diagnóstico de
infecções crônicas.