[Management of Cytomegalovirus Infection in Allogeneic Hematopoietic Stem Cell Transplant Recipients]. / Abordagem à Infeção pelo Vírus Citomegálico em Doentes Submetidos a Transplante Alogénico de Progenitores Hematopoiéticos.

Cytomegalovirus (CMV) is a type of double-stranded deoxyribonucleic acid virus belonging to the herpesviridae family. Following a primary infection, the virus becomes latent in various types of white blood cells. Cytomegalovirus infection can remain latent or become active, especially in immunocompromised individuals, such as those undergoing hematopoietic stem cell transplantation (HSCT), where CMV reactivation can occur. In this context, CMV infection is common and associated with high rates of morbidity and mortality. Pneumonia is one of the most serious complications, with mortality rates exceeding 50%. Additionally, even in the absence of organ-specific disease, CMV infection is related to increased mortality unrelated to hematologic neoplasm recurrence. Given the frequency and severity of this infection in HSCT patients, it is crucial to implement effective strategies for monitoring, prevention, and treatment. This guideline was developed to identify patient groups that benefit from a systematic approach to CMV infection and to define the most appropriate strategy for each group. Monitoring CMV viral load in peripheral blood is crucial, especially in patients at moderate to high risk of active infection. Primary prophylaxis with letermovir (an antiviral drug) is recommended to reduce the incidence of active infection, especially in high-risk patients. Secondary prophylaxis with valganciclovir (antiviral drug) is recommended after an episode of active infection, while preemptive and disease treatment is based on monitoring viral load and clinical response. The aim of this guideline is to improve the approach to CMV infection in HSCT patients, ensuring an effective and safe preventive and therapeutic approach.

O vírus citomegálico (CMV) é um tipo de vírus de ácido desoxirribonucleico de dupla cadeia que pertence à família herpesviridae. Após uma infeção primária, o vírus torna-se latente em vários tipos de glóbulos brancos. A infeção por CMV pode permanecer latente ou tornar-se ativa, especialmente em indivíduos imunodeprimidos, como aqueles submetidos a transplantes de células progenitoras hematopoiéticas (TPH), onde a reativação do CMV pode ocorrer. Neste contexto, a infeção por CMV é comum e associada a elevadas taxas de morbilidade e mortalidade. A pneumonite é uma das complicações mais graves, com taxas de mortalidade superiores a 50%. Além disso, mesmo na ausência de doença específica do órgão, a infeção por CMV está relacionada com um aumento da mortalidade não relacionada com a recidiva da neoplasia hematológica. Dada a frequência e gravidade desta infeção em doentes submetidos a TPH, é crucial implementar estratégias eficazes de monitorização, prevenção e tratamento. Este protocolo foi desenvolvido para identificar os grupos de doentes que se beneficiam de uma abordagem sistematizada para a infeção por CMV e definir a estratégia mais adequada para cada grupo. A monitorização da carga viral de CMV no sangue periférico é fundamental, especialmente em doentes com risco moderado a elevado de infeção ativa. A profilaxia primária com letermovir (fármaco antiviral) é recomendada para reduzir a incidência de infeção ativa, especialmente em doentes com alto risco. A profilaxia secundária com valganciclovir (fármaco antiviral) é recomendada após um episódio de infeção ativa, enquanto o tratamento de antecipação e de doença é baseado na monitorização da carga viral e na resposta clínica. Este protocolo visa melhorar a abordagem da infeção por CMV em doentes submetidos a TPH, garantindo uma abordagem preventiva e terapêutica eficaz e segura.